Capítulo 113

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Kevin.

Estamos um pouco distante do chalé no meio do mato, a maioria está gostando, mas Sarah, Collins, Dylan e Darlla estão odiando. Já Kauê, Lua, Connor, Luke e eu estamos adorando. Fizemos uma fogueira e estamos conversando..

— Cara, ser lobo deve ser uma merda. — Dylan fala. — Olha as coisas que eles gostam.

— Se conectar com a natureza é algo bom, Dylan. — Luke fala.

— Agora só falta ficar contando histórias de terror. — Dylan debocha.

— Cala boca. — Lua fala tacando um biscoito nele.

— Não estou me sentindo muito bem. — Sarah fala.

— Não é culpa da minha comida. — Darlla grita.

— O que está sentindo, princesa? — Collins pergunta.

— Não consigo dizer, é estranho. — Ela fala. — Mas vai passar, vamos, quem vai contar a história? — Fala saindo do assunto.

— Eu, eu, deixa eu. — Lua grita.

— Tá, mas depois sou eu. — Connor fala.

— Uma família muda de cidade, e a filha deles decide jogar fora uma boneca de porcelana que chamava Maria. Naquela mesma noite, a menina recebe um telefonema. "Olá, é a Maria. Eu estou na lixeira agora." A menina desliga, mas o telefone toca de novo. "Olá, é a Maria. Eu estou na loja da esquina agora." O telefone toca uma terceira vez, e uma voz diz: "Olá, é a Maria. Estou na frente da sua casa agora." A garota toma coragem e abre a porta da frente, mas não encontra ninguém lá. Deve ser um trote, pensa, então o telefone toca novamente. "Olá, é a Maria. Eu estou atrás de você." — Lua fala e ficamos todos olhando pra ela.

— Mais que merda de história, Lua. — Luke fala e começamos a rir.

— Porra pegou essa perra na internet? — Darlla pergunta rindo.

— Sim. — Lua fala e rimos mais ainda.

— Tá, agora é minha vez. — Connor fala. — Esta é a história não contada de um caçador, que um dia foi para a floresta para fazer exatamente isso, caçar. Em sua viagem, ele decidiu mudar de rumo para dar diversidade ao seu ofício, então ele virou seu caminhão e o estacionou em frente a uma área de floresta desconhecida que tinha a reputação de ser abundante em grandes presas. Ele estava com sua espingarda presa nas mãos, esperando por algum animal descuidado, mas não conseguiu ver mais longe do que seu nariz, pois de repente, uma forte neblina veio sobre o local. Era tão espesso e profuso que o caçador não conseguia encontrar seu curso original, e vagueou mais profundamente na floresta do que havia planejado. Ele andava e andava, esfregando as mãos nos antebraços, pois o nevoeiro trazia consigo um arrepio atroz que arrefeceu o pobre caçador até a medula, enquanto uma fumaça branca distinta subia de sua boca a cada respiração. Ao mesmo tempo, tremendo como uma folha, o caçador começou a dar gritos perfurantes de desespero, pois sentiu que dois dias inteiros haviam passado. Ele sentiu fome, sede, frio e angústia. Até que, ao longe, ele avistou de repente uma pequena cabana de madeira. Ele correu para a cabana e, por desespero, entrou sem sequer bater à porta. Tudo estava escuro, então, o melhor que pôde, ele encontrou um pequeno interruptor, mas quando a única sala iluminada, o horror passou por seus olhos ao ver um conjunto de quadros com retratos de pessoas olhando para ele, alguns tinham a cara cheia, mas outros, não exatamente. Alguns não tinham os olhos, outros tinham os dentes e alguns tinham o rosto inteiro. - Ele vai falando e todos prestam muita atenção. - Entretanto, cansado, confuso, apavorado e, ao mesmo tempo, aliviado por ter encontrado um abrigo, não importava como fosse, ele decidiu que qualquer buraco seria melhor do que aquela tortura sem pistas, então ele tirou um cobertor e praticamente desmaiou devido à fome, sede e angústia. Entretanto, depois de um tempo, o homem acordou de repente devido a uma luz sufocante batendo no rosto, e naquele momento, quando viu o cobertor que havia usado na sua frente, percebeu que aqueles quadros não eram retratos... eram janelas.

— Tá porra... — Kauê falou. — Janelas?

— Fica a seu critério pensar que era janelas que davam para a floresta ou janelas que davam para outros lugares como o inferno, por exemplo. — Connor falou.

— Se fosse janelas que davam para a floresta seria terrível do mesmo jeito já que todos aqueles rostos seriam seres que estavam olhando o homem, querendo matar ele. — Darlla fala.

— Mas se for isso, porque ele pensou que eram quadros? — Dylan pergunta.

— O cara estava apavorado, com medo, fome, sono e sei lá mais o que, por tanto que ele apagou rápido, ele poderia ter confundido. — Sarah fala.

— A questão é que, seja lá qual seja o significado de "janelas", o cara se cagou todinho. — Luke fala.

Ficamos mais um tempo contando histórias, umas assustadoras, outras toscas, mas depois fomos para o chalé. Estou deitado e Collins e Sarah estão dormindo, eu não consigo dormir, o Kurt está inquieto mas não parece ser algo ruim, é como se ele estivesse muito feliz para me deixar dormir. Tomo um susto quando vejo a Sarah começar a levitar na cama. Que porra é essa?

— Collins. Collins. — Grito e ele se levanta assustado.

— O que... Caralho, que porra é essa? — Ele fala olhando a Sarah, saio da cama assustado e fico olhando a mesmo.

— Collins, o que... — Paro de falar e vou até a cabeceira da cama, pego o celular, quando eu ia botar para chamar para o pai da Sarah ela grita, um grito alto e muito agudo.

Tapo meus ouvidos e o Collins faz o mesmo. Ela não para de gritar, é algo torturante, não tem como suportar, não tem como nem pensar direito ouvindo isso.

A porta se abre e era o Luke e o Kauê, eles estão com as mãos nos ouvidos e olhando para a Sarah. Do nada ela para de gritar e uma luz muito forte invade o quarto, tapo meus olhos e me abaixo, só minhas mãos não são o suficiente para impedir essa luz.

Depois de alguns segundos a luz some e eu me levanto, vejo os meninos se levantando também. Sarah está na cama ainda dormindo..

— Que merda foi essa? — Kauê pergunta.

— Ela está bem? — Luke pergunta.

Collins e eu fomos para a cama, Collins chama a Sarah e eu mexo nela.

— O que ela tem? — Luke perguntou apavorado, começo a me apavorar também, ela não acorda.

— Ela só precisa dormir. — Escuto uma voz cansada e me viro.

— Hinata... — Collins, Luke e eu falamos juntos.

Ela está no chão encolhida, vejo suas asas sumindo, tenta se levantar mas não consegue, Collins pega o lençol na cama e bota em volta dela quando percebe que ela está sem roupas. Tiro ela do chão e a boto na cama.

— Ela está sentindo o peso do seu poder, construí uma barreira dentro dela mas ela vai sentir a diferença agora que eu já não estou mais lá, ela vai dormir por muito tempo. — Hinata fala e parece muito cansada.

— Não fala, deita e dorme, amanhã conversamos. — Falo. Ela se deita ao lado da Sarah e seus olhos vão para a porta, olho e vejo o Luke olhando a Hinata, ele está paralisado.

— Eu também senti sua falta lobinho. — Ela fala olhando para ele e simplesmente apaga.

Cobrimos as duas e saímos do quarto, todos estavam no corredor, mas só Kauê, Luke, Collins e eu vimos o que aconteceu. E nós quatro no momento estamos meio que no mundo da lua.

— Ela... Ela vai ficar bem certo? — Kauê pergunta.

- Sim. Collins responde ainda meio avoado.

- Ela está de volta. — Luke fala olhando pro nada.

Lunae Magicae - Legado da NathawayOnde histórias criam vida. Descubra agora