Quando as coisas saem do controle

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O acampamento foi obrigado a se realocar após a última batalha. Estavam expostos demais na última localização e não podiam de forma alguma cometer erros desnecessários.

Assim que o sol raiou todos já haviam arrumado seus pertences e colocado nas carruagens. A neve caiu em questão de minutos quando tomaram o rumo da viagem. Os flocos minúsculos cobriam tudo a seu redor e por conta do vento uma leve nevasca estava se formando, tornando o caminho à frente difícil de enxergar.

Montana possuía montanhas perigosas, montanhas aos quais eles tiveram que atravessar para chegar ao outro lado. O frio apenas aumentava dentro de cada carruagem. Mesmo que o calor do corpo humano estivesse emanando forte, isso ainda não era o suficiente para esquentar diversas pessoas encolhidas na carroça velha.

O caminho era árduo e as pedras apenas atrapalhavam e tornavam a jornada menos segura em meio aquele abismo. Sakura teve um leve vislumbre de onde estavam quando a cortina da carruagem esvoaçou por conta dos ventos fortes e os olhos da jovem enfermeira se voltaram para baixo e ela viu que estavam alto o suficiente quando a névoa não mostrava o chão. Não sabia que tinha medo de altura até ter que cruzar uma montanha na tempestade.

Aquele barulho uivante do vento chegava a arrepiar todos não apenas pelo frio, mas pelo medo. Qualquer coisa poderia dar errado ali e todos sabiam disso. Hinata estava sentada a sua frente com as mãos cruzadas e um terço entre os dedos. Os olhos da Hyuuga estavam fechados enquanto ela rezava silenciosamente. Sakura apenas via a boca dela mexer-se, mas não emitia som algum. Hinata era uma garota extremamente religiosa e Sakura nunca foi uma mulher crente em Deus, mas até ela gostaria que algum milagre acontecesse para que nada desse errado hoje. Haviam pessoas boas demais aqui em cima para morrerem desse jeito.

Quando a tempestade se dissipou foi possível ver o sol e de onde estavam a Haruno pôde ter o vislumbre da belíssima paisagem. Os raios solares ultrapassavam as frestas da cortina e refletiam no rosto de Sakura, realçando seus olhos verdes diante o amanhecer nevado.

O calor do sol começou a derreter um pouco dos flocos de neve e quando finalmente desceram a montanha todos respiraram aliviados. Os olhos que antes continham um certo medo agora emanavam felicidade e até mesmo uma pitada de esperança. Já o olhar de Sakura continuava o mesmo e seus cabelos castanhos desciam escorridos pelos ombros na tentativa falha de lhe aquecer junto de seu casaco de pele.

A caravana parou em um lugar considerado bom após os soldados fazerem uma varredura. Todos desceram e as tendas começaram a serem montadas pelos homens enquanto as mulheres se aconchegavam perto da fogueira e faziam a comida e o café.

– Temos uma boa vista daqui. – dissera Deidara ao aproximar-se e servir-se com um pouco de café.

– Não posso dizer que valeu a pena atravessarmos aquela montanha, mas pelo menos estamos a salvo. – disse Sakura, enquanto se apertava ainda mais no casaco.

Após quase ter tido uma hipotermia, a jovem enfermeira decidiu agasalhar-se melhor e foi instruída – ou ordena – por Kabuto a não cometer mais esse erro. Ela era alguém de quem precisavam e por isso não poderia ser desatenta dessa forma.

Com licença. – era Itachi Uchiha, se aproximando. – O Obito está melhor?

As sobrancelhas de Deidara se arregalaram levemente com a presença do capitão.

– Acredito que ele dormiu quase que a viagem inteira. – respondeu Sakura. – Mas podemos ir ver se ele está bem agora mesmo. Eu preciso esticar as pernas de qualquer forma.

Itachi sorri e assente enquanto acompanha Sakura até a carruagem que Obito fora colocado. Deidara acaba os seguindo de perto mesmo sem ter sido convidado.

Amores em guerra - MadasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora