Capítulo XXIII

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Herbert

-Nos precisamos conversar! -Herbert disse com tanta raiva que Alan nem ousou fazer um piada a respeito.

-Vamos, diga.

-A quantos anos somos amigos? -Começou Herbert, sabendo de cor, mas Alan parecia pensar, por fim ele deu de ombros.

-Muitos anos.

-Você sabe que é quase um irmão para mim, alguém da família.

-Eu fico muito feliz de ouvir isso...

-Você seria a última pessoa em que eu desconfiaria, se eu estivesse de costas e fosse atingido, se eu olhasse para trás e visse somente você, eu jamais o acusaria.

-Isso é...

-Acho que deu para entender o quanto eu o admiro e confio em você.

-Aonde quer chegar, Herbert? -Disse Alan na defensiva.

-Eu vou perguntar uma vez Alan, qual é a sua relação com a Dapnhe? -Herbert sabia, somente olhando para os olhos de Alan, que ele estava pensando em uma mentira, isso fez ele ficar ainda mais bravo, ele bem sabia que Alan podia mentir a sua vida inteira, ele só não imaginava que ele pudesse fazer isso com ele também.

-Eu e ela não...

-Não precisa mentir, ou pensar em uma desculpa, eu já sei da verdade, eu só queria ver se você era homem suficiente para dizer isso na minha frente. -Herbert não estava furioso, estava anestesiado até.

-O que ela te disse? -Perguntou Alan bravo, ele odiava ser descoberto.

-O que ela tinha para me dizer? -Por fim Alan bufa e passa a mão pelo cabelo, ele olha nos olhos de Herbert e diz.

-Eu e ela estivemos um tempo juntos, é verdade, talvez o filho dela seja meu.

-Talvez?

-Nos estávamos juntos, mas isso não significa que ela não estava com mais ninguém.

-Isso não parece coisa que a Dapnhe faria.

-Tem razão, pois o que ela faria seria ir morar com um homem sabendo que seu filho e do melhor amigo dele e nunca contar nada. -Herbert fecha os olhos diante daquelas palavras.

-Dapnhe não tinha nenhuma obrigação de me dizer nada, mas você tinha! Podia ter me contado a verdade, você a mandou embora esperando um filho seu, e ainda a tratou como uma qualquer! -Herbert agora estava bravo, se ele não tivesse acolhido Dapnhe, ele não conseguiria imaginar aonde ela poderia estar agora.

-Eu não queria um filho, o que você esperava que eu fizesse? Me casar com uma empregada? -O tom de voz de Alan assustou Herbert, ele não parecia ter nenhum remorso, talvez ele nunca tenha gostado dela de verdade.

-Você ao menos gostava dela de verdade? -Alan riu e aquilo para Herbert já era um resposta. -Eu quero que você vá embora, amanhã de manhã. -Disse Herbert e se virando para ir embora.

-E o que vai fazer com ela? -Herbert para no lugar quando ouve Alan. -Vai desistir dela? Como fez com a Samantha, vai colocar a culpa em mim, como fez com seu irmão, vai dizer que fez isso por nós, quando na verdade você não tem coragem de lutar por nenhuma das duas, acho que no fundo você gosta do titulo de coitadinho! Gosta que tenham pena de você, isso te faz sentir melhor consigo mesmo? No fundo, nós somos iguais, nós dois abandonamos o que ficou difícil demais de lidar.

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