Capítulo XXVI

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Herbert

Assim que Dapnhe desmaiou. Harry a pegou nos braços e a levou até lá em cima, Cinty pegou a bebê no colo e foi atrás de Harry, quando Herbert ameaçou ir atrás dela, ele foi parado por Henry.

-Acho melhor ela descascar um pouco... -Herbert suspirou e deu um passo para trás.

-Herbert, como você está? -Perguntou Helen colocando a mão em seu ombro, Herbert se afastou e sorriu com amargura.

-Como você acha que eu estou? -Helen se afastou de cabeça baixa. -Meu melhor amigo, quem eu pensava ser meu melhor amigo...dormiu com a minha cunhada, talvez seja o pai do Benedict e também é o pai do filho da Dapnhe...

-Não pense nessas coisas agora... -Começou Henry mas foi interrompido por Herbert.

-Como eu não vou pensar nisso? Se toda vez que eu olhar para o seu filho...eu vou lembrar dele, toda vez que eu olhar para a filha de Dapnhe, eu vou ver ele lá...o pior de tudo, é saber que é minha culpa.

-Herbert...nada disso é sua culpa! -Disse Helen fazendo um sinal para se aproximar, mas Herbert levanta uma mão, a mantendo no lugar.

-Quem o trouxe para essa casa? Quem disse que ele era confiável? Quem que fez questão que o tratasse como familia? -Disse Herbert andando de um lado para o outro.

-Voce também foi enganado por ele! Não assuma uma culpa que não é sua, você sempre faz isso! -Disse Henry dando um passo para frente.

-Faço o que?

-Sempre assume a culpa, sofre sozinho, tenta proteger todo mundo, você cuidou de nós a vida inteira, e fez um ótimo trabalho, mas agora é hora de cuidar de você mesmo, culpa é uma coisa muito pesada para se carregar sozinha, eu sei porque eu fiz isso por todos esses anos, mas essa culpa que eu carregava, não era minha, ela estava me impedindo me ver as coisas que eu tinha e as que eu merecia ter, que era o meu filho, é a felicidade.

-Mas eu...

-Chega de cuidar de todo mundo Herbert, é hora de descansar. -Disse Helen concordando com Henry. Herbert consegui sorrir, ver ali os seus dois irmãos mais novos, o motivo de suas dores de cabeça na adolescência e suas dores nas costas atualmente, ouvir eles dizerem que não precisavam mais ser cuidados foi como se as correntes do seu passado tivessem sido quebradas, Herbert respirou fundo, ainda não estava totamente aliviado.

Ele se virou para sair, ignorando o chamado de seus irmãos, ele pegou o antigo carro e foi até onde ele tinha ido anteriormente, a árvore, ela ainda estava no mesmo lugar de antes, mas ele teve uma idéia melhor, ele foi até a cidade e foi na loja do velho amigo de seu pai.

-Herbert? Como você cresceu! -Disse Xavier o olhando da cabeça aos pés.

-Faz algum tempo! -Ele disse se aproximando e olhando ao redor.

-O que posso fazer por você?

-Bom...como eu posso dizer isso...eu vou ser pai. -Herbert gostou de dizer aquilo em voz alta, os olhos de Xavier brilharam.

-Pai? Isso é maravilhoso! É um...

-Uma menina. -Disse Herbert lembrando do olhar de Dapnhe olhando para a menina em seus braços.

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