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Eu peguei o carro da minha mãe e dirigi pra casa do Ray. O carro dele estava parado lá. Eu sabia onde ele guardava a chave então foi fácil pra eu pegar e ligar o carro.
Dirigi pro lugar que vai ser a justa. Meu celular tocou e era a Sarah. Eu não estava com cabeça pra atender ninguém, só queria chegar logo.
Quando vi o Troy parado na entrada que o Ray deveria ficar, eu buzinei e ele parece ter avisado a Summer e o Diggins.
Dava pra escutar o Diggins falando de onde eu estava, eu estava prestando atenção, e me preparando pra fazer a maior loucura da minha vida. Eu tive a certeza que o Ray ia jogar a toalha, no momento em que a Heather falou sobre o carro dele não ter saído do lugar, sei que ele estava pensando no Luke, a surra foi um aviso. Mas também a ligação dela era o empurrão que eu precisava, era a respostas que eu estava pedindo...
Diggins: Senhoras e senhores, meninos e meninas. Bem vindos ao desafio final! O desafio de hoje o vencedor leva tudo, sem pontos, sem privilégios.
Summer: Vamos aplaudir nossos dois finalistas, Ray Hall e Dodge Mason *grita*
Diggins: Tá valendo! *Grita*
Kate: Você consegue, Kate. Está na hora...
Eu comecei a acelerar o carro, e minhas mãos tremiam, eu sentia meu coração acelerado...
Diggins: Final em... 3, 2, 1...
Eu vi o fogo que anunciava o início da "corrida" e comecei a dirigir...
Kate: Relaxa, Kate. Vai dar certo *falo baixinho comigo mesma*
Eu estava tentando respirar e de longe eu já estava vendo o carro do Dodge. Meu celular tocava e eu joguei ele no chão do carro.
Estávamos frente a frente, ainda tinha uma distância, meu estômago revirou. Do nada apareceu um tigre no meio da pista, o mesmo tigre que por esses dias a polícia disse que estava solto na cidade.
Como esse bicho foi parar na cidade? Não sei, mas ao que parece uma senhora era dona dele. Como esse bicho veio parar aqui no meio da pista? Também não sei.
Mas me obriguei a frear o carro, o Cortez parece não ter tido a mesma idéia, por ele tentou desviar mas perdeu o controle do carro. Mas todo mundo ali pensava que era o Dodge. Eu estava paralisada olhando, vi quando o carro capotou. Todo mundo começou a falar junto, e meu coração estava ainda mais acelerado, eu tentava controlar a minha respiração.
Eu saí do carro devagar, sentindo as minhas pernas tremendo. Fiquei ainda mais nervosa, quando vi o tigre vindo na minha direção. Eu sabia que tinha que ficar parada e não fazer movimentos bruscos, mesmo querendo gritar e correr, eu me controlei.
O pessoal estava todo ali, todo mundo parado, olhando, a tensão que estava no ar era horrível.
Eu estava a menos de dez passos do tigre, ele rosnava pra mim. Eu nunca tinha visto um tão de perto assim.
Então, uma explosão. Alta o bastante pra assustar o tigre e ele sair correndo, e alta o bastante pra assustar todo mundo.
Fiquei paralisada, olhando pro fogo no carro, até escutar vozes me chamando...
Sarah: Kate!
Tyler: Você está bem? *Fala me puxando e me abraça*
Sarah: Aí meu Deus *fala me abraçando e escutamos o barulho da sirene da polícia*
Eu me permiti chorar nos braços da Sarah, estava segurando o choro desde a hora que cheguei aqui. Vi o carro da polícia parar e não demorou muito pra eu ver o meu namorado.
Parecia que ele estava sem reação, mas quando dei o primeiro passo na direção dele, ele sorriu de lado e veio na minha direção.
Eu ignorei o pessoal gritando meu nome, comemorando. Só queria estar nos braços dele agora.
O Ray me abraçou apertado e me beijou...
Kate: Me desculpa
Ray: Você está bem? *Fala me olhando*
Kate: Tô, eu...
Ray: Pra mim é isso que importa *fala e me beija de novo*
...
Qualquer um pode jogar o pânico, mas só uma pessoa pode ganhar. Todas as outras saem como perdedoras, é por isso que o pânico é um jogo de medo. Mas não do jeito que pensamos, pra superar o jogo, você mesmo tem que definir os desafios. Pra ganhar o jogo, você tem que acreditar em alguma coisa que compense o risco. O oposto do medo não é coragem, é acreditar. É encontrar alguma coisa que vale a apena acreditar. Ter fé em si mesmo é um bom começo, felizmente você pode conseguir em qualquer lugar. Até no meio do nada, do Texas.
Depois daquela noite, quando fomos embora, eu e o Ray não nos separamos em momento nenhum. Ele sempre estava na minha casa, intercalando entre ficar comigo e com o Luke no hospital.
Essa tarde eu estava lá também, com ele e a Sarah. Estava até me sentindo uma intrusa no meio dos irmãos, mas o Ray sempre diz que sou da família e devo estar ali com eles. O Luke pode ter todos os defeitos, feito várias merdas, mas ele era uma boa pessoa quando queria, e era sempre um bom irmão pro Ray...
Ray: Olha *fala apontando pro Luke* Viu? *Fala olhando a gente e depois olha pro irmão* Viu isso agora?
Kate: Amor, o que?
Ray: A dois dias ele nem conseguia piscar
Kate: Como os médicos disseram, ele é um lutador
Ray: Teimoso pra cacete. Que diferença faz se tive morte cerebral, não é seu fanfarrão *fala rindo e senta na cadeira ao lado dele*
Vimos o Luke levantando o dedo do meio e o Ray olhou pra nós duas. Estávamos surpresas, e nossos rostos não escondiam isso...
Ray: Me deu dedo do meio *fala rindo*  O dedo do meio *fala e nós começamos a rir* Esse é meu irmão porra!
Nem mesmo quase morrendo o Luke deixa de fazer graça, nós passamos o resto do dia ali com ele, rindo das idiotices que o Ray falava. Eram essas pequenas coisas que mudavam os nossos dias...

The PanicOnde histórias criam vida. Descubra agora