in the hands of a fallen angel!

06

HARRY.

    Hora de saber um pouco sobre minha história, e um pouco sobre mim. Eu sou Harry Styles, um anjo caído, um expulso do céu, tenho mais de dois mil anos, sou mais velho do que o mundo, eu morava no céu com Deus e os outros anjos. Até a inveja nascer em um desses anjos. A história dele já conhecem muito bem. Mas a história dos anjos que foram enganados não. Na verdade, somos uns putos de uns covardes, e se realmente nos arrependessemos, Deus nos perdoaria, porque ele é assim, misericordioso e blá blá blá. As vezes eu digo em voz alta que não deveria ter seguido Lucifer. E ele se irrita comigo. 

     — Você é a porra de um mimado. Que quer quebrar o caralho de uma única regra. Será que você não aprende nunca seu filho da puta? — Ele perguntou, aos gritos. Estava a meia hora me xingando, enquanto me batia, e eu retaliava. Até uma hora que ele me bateu demais, me impediu de me curar e me jogou contra a enorme mesa de vidro, que quebrou e alguns pedaços furaram meu braço. — Espero que dê tudo errado. E assim eu tenha um motivo pra te castigar de verdade.

    Eu não falei mais nada, porque o meu braço estava doendo pra caralho. Quando Drake queria nos machucar ele conseguia, porque ele tinha poder sobre todos nos. Mas pelo menos tinha devolvido minha hipnose. Eu precisava tirar aquilo do meu braço, e tinha um oportunidade perfeita para ver Louis Tomlinson mais uma vez.

   Então o resto imaginem como aconteceu. Me teletransportei para o hospital. Mas ele ainda não era médico ainda, então eu compeli alguém para chama-lo onde eu estava. Aquilo estava ardendo, e não pensem que eu poderia tirar, eu apenas me machucaria mais. Só um humano poderia fazer isso, e que humano ajudaria um anjo caído? Apenas um que não sabia esse fato.

   Louis me ajudou, seu coração estava tão acelerado que eu queria poder tê-lo acalmado, mas eu não pude, precisava mesmo que ele tirasse, suas mãos trêmulas ainda funcionavam muito bem, tiraram todos os malditos cacos de vidro, e agora ia sarar muito rápido, então puxei a manga da camisa e disse que já estava tudo bem.

   Depois de deixá-lo na esquina onde nós "conhecemos", e se despediu com uma leve acusação de que eu estava o perseguindo. E eu estava mesmo. Ele era mais esperto do que eu pensava. Então deixei que ele fosse para igreja. Depois dirigi até a minha casa. Estava mesmo precisando de uma maldita mesa.

   Estacionei o carro e saí do mesmo, entrei em casa e estava um silêncio ensurdecedor. A casa estava com manchas de sangue para todos os lados. É, vou precisar de mais faxineiras. Subi as escadas, cansado demais. O dia tinha sido totalmente cansativo, me tirado a vontade de fazer qualquer coisa que não fosse Louis Tomlinson. Então tirei a camisa, velha e suja de sangue. Os ferimentos tinham sarado.

    Peguei o celular, mexer nessas tecnologias de hoje em dia era muito difícil. E então comecei a mexer nos aplicativos, até parar no instagram e ver os stories de Liam Payne, onde ele postou uma foto dos cristãos olhando o culto, e lá estava o Louis, com o cabelo arrumado, a expressão de cansaço mas, concentrado no que estavam pregando. Tudo mentira.

   Como eu faria para tê-lo para mim? Eu sou uma completa fraude. A única forma de me aproximar dele, é na igreja. Mas eu não posso pisar na porra de um solo sagrado. Não posso fazer nada, por que ele já estava achando que eu estou perseguindo-o. Não quero que ele fique mais desconfiado. Peguei o papel do meu bolso, o bolso da calça. Estava meio amassado, mas a letra dele não era muito difícil de entender, nem os números, e por isso passei um bom tempo encarando aquele endereço. Talvez horas. Só pisquei quando meu celular vibrou. Fiz uma careta. Peguei o celular e a tela fluorescente iluminou parte do meu rosto.

     @louist91  começou a seguir você.

     Calma, como? Li novamente para ter certeza daquilo. E então apertei em seguir de volta. Encarei a tela do celular por mais cinco minutos seguidos.

    @louist91 : você é um pesadelo.

Ok. Ele tinha me mandando uma mensagem. Foi mais fácil do que eu pensei porque eu nem tive que me esforçar em nada. Mas calma Styles, é apenas uma mensagem e ele ainda está xingando você. Confesso que gosto muito mais dos xingamentos sem ofensa dele do que os do Drake.

@harrystyles : Pode apostar que já me chamaram de coisa pior.

    @louist91 : Não sei de nada!
    @louist91: Mas sei que você fez com que eu me sentisse culpado. Então me encontre segunda às 14hrs no endereço que eu te dei. Boa noite.

    Culpa era algo que eu não sentia há um bom tempo. Não sabia exatamente por que ele estava se sentindo culpado. Porque aparentamente eu era alguém novo na cidade e ele me recusou ajuda. Porque ele é um cristão e me recusou ajuda. Ou por que ele me acusou de estar o perseguindo.

   Bom, a última parte ele está certo. Desliguei o celular. Agora eu tinha como me aproximar dele. E contando com o fato de que a aula da faculdade dele só começa as 18hrs, tínhamos quatro horas juntos, um pouco menos talvez. Mas era o suficiente para que ele me conhecesse um pouco mais.

   Encarei a luz do quarto oscilando, fechei os meus olhos e deixei o cheiro de lavanda invadir as minhas narinas. Quanto tempo fazia que eu não pisava na terra? Três décadas? Já fazia um bom tempo mesmo. Mas o que são  três décadas para mim? Nada. Me senti afundando um pouco mais na cama, os travesseiros macios debaixo da minha cabeça e os meus olhos pesados.

   Tudo estava uma bagunça, e eu iria bagunçar tudo ainda mais colocando Louis no meio disso tudo. Mas eu não me importava. Porque a vida dele não importava pra mim. três décadas é praticamente a metade da vida para ele, mas ele era apenas minha diversão. E eu gostava de brincar com ele. Como seu coração ficava acelerado quando ele estava perto de mim, ele me temia, tinha um certo medo, e aquilo dava um gostinho melhor pra tudo.

   O predador gosta de caçar a presa. Mas a presa está vindo tão facilmente para a minha armadilha. Tudo na vida é uma armadilha. Principalmente os seus pensamentos e sentimentos. Como agora, os sentimentos do jovem rapaz dos olhos azuis, o fez entrar em uma armadilha perigosa, e que provavelmente ele iria se machucar muito.

    Tudo é traiçoeiro, mas o amor é mais. Porque além do sentimento de borboletas na barriga, ele te dá o sentimento de preocupação, de medo, de culpa... Louis amava muito as coisas, amava sua família, seu amigo, seu trabalho, sua vida, e era por isso que ele estava se sentindo culpado. E eu não estava me sentindo culpado por gostar tanto disso.