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HARRY.

Descobrir quem é alguém em uma cidade de 111.568 pessoas para um anjo caído não é difícil, enquanto Zayn providenciada às coisas que eu havia educadamente pedido, eu fui procurar saber do garoto de olhos azuis. Ele tinha me deixado realmente anômalo.

Eu o encontrei, seu nome é Louis William Tomlinson, ele tem vinte e um quatro, frequenta a igreja e os perfis nas redes sociais são as coisas mais sem graça que já vi nesse mundo. E olha que eu já vivi por muito tempo. Eu encontrei onde ele estava, pois um dos garotos que ele seguia, Daniel, postou uma foto de uma mesa com dez pessoas, e Louis era uma delas.

Eu não precisei chamar a atenção dele ou fazer ele querer sair da mesa com os amigos, porque ele mesmo fez aquilo. E conversamos um pouco. Ele estava com um cheiro tão forte de desconfiança, medo, vergonha quando falei sobre sexo, e ele ficou quente, seu sangue foi bombeado mais rapidamente pelo coração. Me concentrei nele até Zayn aparecer.

- Consegui sua casa, abri uma conta no banco pra você, seu cartão está na sua cama, e de brinde te arrumei um carro. Agora se vire. - Assenti levemente para o Zayn, torcendo para que Louis não percebesse, mas seus olhos estavam vidrados em mim.

- Bom, eu preciso ir. - sorri para ele, e me virei, mas então deixei escapar por meus lábios. - E eu me chamo Harry, Harry Styles. É um prazer.

E então caminhei para longe, desaparecendo do seu campo de visão. Mas ainda podia escuta-lo dizer o seu nome em voz baixa. Se ele soubesse que eu sei de quase tudo sobre sua vida.

Zayn plantou o endereço da casa em minha mente, e eu me teletrasportei até lá. A casa era bonita ao lado de fora, ele tinha conseguido empregados e acenei para o jardineiro. Ele estava hipnotizado. Suspirei. Nem sempre eu gostava daquilo. Ser imortal, por um milênio, era saber que as pessoas não tinham uma vida muito longa, e quando estavam compelidas, não eram elas mesmas.

- Boa noite. - Sorri de forma fraca, pois eu não tinha cono desfazer aquilo. Mas eu poderia fazer algo. Zayn provavelmente disse para ele seguir as minhas regras, então segurei os ombros dele. - Me escute bem. Você irá pra casa, dormir, ficar com sua família ou quem você tiver de especial, porque precisava aproveitar que os tem, amanhã você pode terminar isso.

Ele apenas assentiu, deixou a pá cair no chão. Zumbi. E saiu andando. Suspirei e entrei em casa. A casa era grande, espaçosa, com cheiro de lavanda, e eu respirei fundo. Não precisava de oxigênio, mas gostava de sentir o cheiro das coisas.

Tirei a camisa, botão por botão, e quando olhei em direção a escada novamente, Niall estava ali, com seu cabelo arrumado e óculos de grau, que ele não precisava, mas usava para se sentir estiloso.

- Olá. - Segui para a escada, subindo os degraus e o ignorando no quinto degrau, passando direto, queria o meu novo quarto, minha cama e lençóis limpos. Não tínhamos isso no inferno, então eu precisava realmente aproveitar o meu tempo na terra.

- Aparentamente não está a fim de papo. - Sabia que Niall tinha começado a me seguir, eu não me importava. A camisa tinha ficado no primeiro degrau, a bandana no sétimo e a calça no último. Então os meus passos foram ficando cada vez mais apressados, e eu cheguei no quarto, abri a porta e usei minha velocidade para me jogar na cama.

- Não, não estou com vontade de conversar, e se eu não estiver sendo grosseiro. Saia. - Mas Niall entrou no quarto, fechou a porta e caminhou até a cama.

- Poxa, Harry. Eu estou aqui para devolver os seus poderes e você me trata assim? - Ele se sentou na ponta da cama, ergui a cabeça, olhando-o com curiosidade.

- Tá. Tô ouvindo. - Niall fez aparecer um livro dourado em nossa frente, ele flutuava no ar e era encantador. Mesmo com mil anos, aquilo nunca deixava de ser tão lindo.

- Louis Tomlinson não. - Ele fez o livro se abrir, página 592520, ele mostrou o nome do Louis no livro da vida, no livro de ouro. Estava quase apagado, mas estava lá. Ele já tinha sido salvo, ele estava salvo e minha presença estava tirando a salvação dele. - O trato é, não mexer com a alma das pessoas que já estão salvas, Styles. Não vamos quebrar isso.

- Porra. - Xinguei baixinho, observando aquele nome oscilando na folha, o nome escrito com linhas de ouro, escrito por anjos de Deus, anjos que ainda o seguiam, mordi meu lábio inferior, pensativo.

- Não tem saída, Harry. Não mexa com o Tomlinson. Tem gente mais interessante. - Ele estava enganado, ninguém era mais interessante que um garoto confuso, tímido e cristão. Um cristão meia boca que não sabe falar do amor do próprio senhor.

- Não entendo como ele está salvo... Como...? - Franzi o cenho, ele só tinha vinte e quatro anos idade, não tinha como ele estar salvo. Ninguém nunca ousou ir contra a única regra que Drake ainda seguia de Deus, não corromper almas que estavam salvas. Mas ele não estava totalmente salvo. - Qual é, Niall. Deus deu livre arbítrio para os humanos, eu não vou seduzir o cara nem nada, não vou abrir a porta e chamar ele para o inferno dizendo, entre ou morra. Não vou abriga-lo à nada, ele quem vai escolher.

Ele fechou os olhos, respirou fundo e provavelmente sentiu o cheiro de lavanda também, porque abriu os olhos de forma rápida e voltou a me encarar.

- Você já irritou o Drake demais, espero que ele não lhe dê um castigo pior, temos muitas formas de tortura no inferno, você sabe. - Ele não falava aquilo como uma ameaça, e sim por que era meu amigo e depois de mil anos não tinha perdido a capacidade de se preocupar comigo.

- O que eu tenho a temer se sou imortal? - O questionei. Sabia que poderia sofrer, mas o sofrimento não era nada. Eu precisava entrar naquele jogo, porque Louis William Tomlinson iria implorar para que eu corrompesse cada pedaço dele, que valeria por cinco malditas almas.

- Louis Tomlinson não vai querer ir com você. - Ele afirmou, e estava completamente enganado. - Ele vai tentar levar você para os caminhos de Deus. E todo o mimimi dos crentes de verdade.

- Ele teve essa oportunidade hoje, apenas perguntou se eu não acreditava em Deus, ele é um cristão patético. E está perdido, não sabe o que está seguindo e nem o que está acontecendo com a sua vida, então se eu o corromper, tirar a sua salvação, torturar ou matá-lo, ele vai se sentir bem melhor do que está agora, então não se intrometa, e dá próxima vez que Drake quiser com que eu desista de algo, que ele mesmo venha me impedir.

Aquelas palavras machucaram Niall. Mas era isso que fazíamos. Machucamos uns aos outros. Humanos, anjos caídos, anjos, fadas, elfos. Sempre machucamos uns aos outros. Todos no fundo somos egoístas. Somos como a porcaria do amor, egoístas e traiçoeiros.

E então Niall sumiu do quarto, levou o livro, e tudo ficou em silêncio, e eu me joguei para trás mais uma vez, relaxando meu corpo.

in the hands of a fallen angel! Onde histórias criam vida. Descubra agora