Capítulo 28

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P.O.V. Emily Cooper

- Entra - diz jack abrindo a porta de uma espécie de arrecadação.

A sala em si não era uma das maiores daquele lugar, mas também não era a mais pequena.

Entro e permito-me respirar fundo, quando olho para trás vejo Jack quase a fechar a porta.

Antes que ele o faça, agarro em seu braço e os nossos olhares encontram-se, depois de alguns segundos no "transe", acordo e limpo a garganta.

- Para onde é que vais? Aquelas pessoas podem ser umas psicopatas - puxo-o para dentro da sala mas ele não se move - Jack, entra!

- Não posso - murmura de cabeça baixa, olho para ele de sobrancelha erguida.

- Como assim "Não posso"? - coloco uma mão na cintura e olho para ele.

- Emily tu não estás a perceber eu.. - começa.

- Mas tenho a certeza que perceberia se me explicasses alguma coisa - respiro fundo e olho-o nos olhos novamente - por favor.

- Emily não é assim tão fác.. - Jack recomeça, mas assim que fala um som ecoa intensamente por todo o corredor, ao que parece, os intrusos não estão muito longe.

Puxo Jack novamente para dentro e, como ele estava com a mão na maçaneta, a porta é fechada, mesmo a tempo já que pelas frestas da porta consegui ver uns 3 vultos a passar.

Quando já não os consigo ver, presto atenção à minha situação que agora parece um pouco.....constrangedora talvez?

Jack está a apenas alguns cêntimetros do meu rosto, ele parece um tanto paralisado, mas, eu também estou.

Consigo sentir a sua respiração bater no meu rosto, sinto o meu corpo apoiado na parede atrás de mim, uma das mãos de Jack está numa estante com materiais enquanto a outra, "bloqueia" uma saída.

Involuntariamente os meus olhos descem para a boca dele e engulo seco quando percebo que ele faz o mesmo.

Aos poucos, sinto o corpo dele voltar ao normal mas, também o sinto a aproximar. Ouço as batidas do meu coração nos meus ouvidos e, por momentos parece que tudo desaparece, todos os problemas, toda a situação que nos fez chegar ali.

Por momentos, parece que só existe nós dois, como se o mundo inteiro à nossa volta se desintegra-se lentamente.

Sem ter controle nenhum sob o meu corpo, vejo os meus dedos irem até à gola da caminha de Jack e puxarem o mesmo, selando os nossos lábios.

No início, Jack não faz nada, como se ainda estivesse a processar o que tinha acontecido, e, talvez eu também o estivesse a fazer.

Mas, passado poucos segundos, sinto-o aproximar-se mais de mim, prensando o meu corpo contra a parede, a mão que estava na estante vai até ao meu queixo, erguendo-o enquanto a outra se direcciona à minha cintura.

Sinto um formigueiro na ponta dos dedos quando os coloco no cabelo de Jack, puxando-levemente, o meu outro braço circula o pescoço do maior.

Sinto o meu coração a bater cada vez mais depressa e sinto que tenha a pequena possibilidade de entrar em combustão, as borboletas voam de forma selvagem, sinto-me como naquele dia em que ajudei Jack a cuidar dos ferimentos mas agora...parece que todos os meus sentidos estão em alerta, não de uma forma negativa.

Longos segundos depois Jack afasta-se e, ambos nos olhamos nos olhos, ouvindo apenas o som irregular da nossa respiração.

Segundo depois, a luz da arrecadação é acesa, assim como a do corredor.

- Eu vou ver como está a situação - murmura, desviando o olhar do meu.

- Jack.. - começo no mesmo tom que ele.

- Eu já venho - diz afastando alguns fios de cabelo que caíram na minha testa, colocando-os atrás da orelha.

Ele leva os lábios até à minha testa e, pode parecer estranho mas, esse simples ato fez com que uma sensação de segurança passasse por todo o meu corpo.

-Não saias daqui - diz, virando-se, abre a porta e segundos depois, fecha-a, deixo de ouvir os passos dele no corredor pouco depois.

Apenas quando me encontro sozinha é que me apercebo daquilo que acabei de fazer.

O que é que eu fiz?!

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