Capítulo 43

43 4 8
                                    

Victoria Martin P.O.V

– Tu vais cair e eu vou morrer a rir - ouço a voz do Scoot atrás de mim.

– Ambos sabemos que se isso acontecesse, tu não irias rir - pisco o olho - amas-me demasiado para fazer isso.

Scoot revira os olhos e olha para o lado contrário, claro, como se eu não soubesse que o fez para eu não ver as suas bochechas vermelhas.

– Oh...o perdedor ficou com vergonha? - pergunto largando o poste, continuo a andar em cima do muro.

Quando ele estava prestes a responder furioso, o meu pé escorrega no tijolo e eu caio para a frente, um grito começa a sair da minha garganta mas quando o meu corpo não encontra o chão, abro os olhos, um por um.

Observo o casaco de Scoot no meu rosto enquanto os seus braços envolvem o meu corpo, pressionando o meu contra o seu, sinto a sua respiração no meu pescoço.

Depois de longos minutos de um profundo silêncio, Scoot finalmente larga-me, distanciando-se apenas o suficiente para que os nossos rostos fiquem a meros centímetros.

– Eu avisei - murmura aproximando-se um pouco mais - nunca me dás ouvidos - resmunga.

– Eu não preciso - dou de ombros.

- Claro que não - revira os olhos - se me tivesses dado ouvidos logo no início não terias quase caído e eu não teria de te salvar.

– Eu nunca pedi a tua ajuda - reclamo virando a cara para o outro lado enquanto cruzo os braços.

– Qual é a porra do teu problema?! - o seu tom de voz aumenta repentinamente o que me faz dar um passo para trás inconscientemente e arregalar os olhos.

Nunca o vi assim, e olha que já o vi em muitos estados... O que é que aconteceu? Sei que não foi pelo que fiz ou disse porque já fiz muito pior e ele nunca reagiu assim...

– Merda - murmura escondendo o rosto entre as mãos - desculpa.

– Scoot? - murmuro aproximando-me, quando toco na sua mão na tentativa de a afastar do rosto, mas ele vira o rosto - Scoot - repito.

– Porra - sussurra e volta-se e começa a correr até ao fundo da rua, quando dou por mim, já nem o vejo.

- Scoot? - chamo novamente. Mas nada aconteceu.

[...]

Abro a porta do apartamento e encontro as luzes acesas. Bem, pelo menos ele voltou para casa.
Eu e Scoot partilhamos o apartamento, tem muitos privilégios.....em relações financeiras obviamente.

Ando pelo corredor e encontro a porta da casa de banho entreaberta, espreito por entre a abertura e encontro-o lá. Scoot está apenas com umas calças de ganga, e procura freneticamente algo no meio das prateleiras.

Um aperto surge no meu coração quando me apercebo do que é que ele está á procura.

- Não adianta - respondo assustando o mesmo - não estão aí, nem em lado nenhum, deitei-os fora.

Ele olha para mim com os olhos arregalados enquanto os seus braços caem da prateleira, ele permanece completamente paralisado e aos poucos os seus olhos enchem-se de pequenas lágrimas.

- Eu preciso daquilo Vic..- a sua voz falha, ignoro-o.

- Porquê? - aproximo-me e quando estou perto o suficiente empurro-o para se sentar numa cadeira onde ficavam as toalhas - Porque é que os tomaste outra vez?

- Ele desapareceu! - mais lágrimas escorrem no seu rosto - O Jack desapareceu, ele pode estar a ser torturado neste preciso momento e nós não podemos fazer nada! Acontece a mesma coisa com a Emily! Ela desapareceu á mais de 4 horas!

Ele começa a hiperventilar e aos poucos começo a ficar com as mesmas preocupações dele.

- Parece que estamos a perder todos! E se os próximos forem a Charlotte ou a Olívia e o Adam? - os seus olhos avermelhados focam-se em mim - E se a próxima fores tu Vic? - pergunta num tom baixo.

- Idiota - respondo no mesmo tom aproximando-me dele, coloco os meus braços á volta do seu pescoço e puxo-o para mim colocando o meu queixo sobre a sua cabeça.

E ficamos exatamente assim, aos poucos a sua respiração vai acalmando e quando dou por mim Scoot adormeceu com o rosto no meu ombro.

Capítulo dedicado a Madalena_bipolar
Parabéns Vitória! Feliz aniversário Senhora!! 14y (・o・)!!
Adoro-te vadia <3
13/12/21

Desculpem o capítulo pequeno!

Escola de dançaOnde histórias criam vida. Descubra agora