É mil vezes pior decepcionar outra pessoa

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Carla

Cheguei no Rio de Janeiro, são 16 horas, avisei minha mãe que estava vindo antes de embarcar e pedi para ela não falar para ninguém, chegaria e seguiria direto para a casa dela, o bom de viajar no domingo é que os paparazzi estão curtindo suas famílias e consegui passar despercebida, sigo de uber a caminho do apartamento da minha mãe, chegando lá ela me espera na porta com uma cara de quem sabe que tem algo acontecendo, seguimos para a sala para conversar.

Contei toda a situação para ela e diferente do que eu esperava, ela não se espantou com os acontecimentos, me disse que sabia que eu ainda tinha sentimentos pelo Arthur e que achava essa história de casamento era extremamente precipitada porque não me via tão apaixonada assim pelo Rafael.

Carla: - Mas mãe, se tu percebeste tudo isso porque não me falou antes?

Mara: - Minha filha, quem tem que reconhecer os sentimentos que passam dentro do teu coração é você mesma, não queria te influenciar com a minha palavra e por mais que tuas atitudes diziam isso, da tua boca saia que você estava feliz e que gostava muito do Rafael, quem sou eu para te contradizer?

Carla: - Eu sei mãe, mas seria tão mais fácil se tivesse me dado conta disso tudo antes sabe?! Sei que vou decepcionar muito o Rafa e ele não merece isso.

Mara: - Você já o avisou que está no Rio? Vai chamar ele aqui para conversar?

Carla: - Não avisei porque sei que quando contar ele vai vir imediatamente e vai sentir que tem algo fora do lugar, estou adiando, mas uma hora terei que fazer isso, melhor se for hoje mesmo, vou tomar um banho e em seguida mandarei uma mensagem para ele.

Mara: - Preciso ficar em casa ou posso ir para o apartamento do Túlio, o que preferes?!

Carla: - Acho que prefiro ficar sozinha, sei que ele não terá nenhuma reação violenta, mas de qualquer forma deixarei a porta sem tranca.

Mara: - Tá bom minha filha, te amo, qualquer coisa me ligue que eu venho imediatamente.

Carla

Minha mãe sai e eu vou para o banho, nunca pensei em passar por uma circunstância dessas ter que contar para alguém na qual eu gosto muito que fui desleal, infiel, isso é o que mais me magoa.

Mensagem enviada, ele entendeu o recado e nem pestanejou, disse que estava vindo agora mesmo para conversarmos, ele deve demorar em torno de 25 minutos para chegar, enquanto aguardo abro as redes sociais e a primeira foto que aparece é do Arthur com a Marieva no colo, coisa fofa, que bom que ele está se divertindo, ao contrário de mim ele está com a consciência limpa com o que rolou na sexta, aproximo a foto e olho de perto o sorriso dele, meu coração dispara, o corpo dele é monumental, mas o seu rosto perfeitamente desenhado ganhou meu coração.

Interfone toca, Rafael chegou, libero a entrada e o espero na porta, estou visivelmente nervosa, quando ele sai do elevador e me avista já fecha o rosto, sabe que tem alguma coisa errada, dou espaço para ele entrar e ele me abraça, procura minha boca para um beijo e eu me esquivo.

Carla: - Rafa, tu podes sentar no sofá, precisamos conversar...

Rafael: - Carlinha, tu estas me deixando nervoso, o que está fazendo no Rio? Aconteceu alguma coisa?

Carla

Rafael senta no sofá e conto TUDO o que aconteceu obviamente ocultando detalhes para não machuca-lo ainda mais, mas falo dos meus sentimento por ele e pelo Arthúr e de como estava extremante triste por ter feito isso com ele e que não reconhecia tal atitude minha, que desejava ter percebido isso tudo antes para não fazê-lo sofrer, ele concordou com o cancelamento do casamento e chorou muito, disse que não seria fácil me perdoar e que eu era a última pessoa que ele esperava que fizesse isso com ele.

Me senti a pior das pessoas, é ruim ser decepcionada, mas é mil vezes pior decepcionar outra pessoa.

Após duas horas de conversa, lágrimas, discussões entendemos que não conseguiríamos resolver, desculpar, esquecer tudo em uma só noite, me responsabilizei em fazer os pagamentos do cancelamento dos serviços contratados, ele iria falar com a empresa responsável pela organização e solicitar que entrassem em contato com todos os convidados para avisa-los, pedi a minha assessoria de imprensa anunciar uma nota amanhã ao final da tarde com um breve esclarecimento.

Por fim Rafael decidiu ir embora, nos abraçamos por um longo período de tempo, e quando ele finalmente saiu pela porta eu cai no choro, era um misto de tristeza e alivio, estava triste por ter magoado os sentimentos de uma pessoa especial, ter iludido, dado falsas esperanças sem ter certeza do que eu sentia e alívio por estar livre, por ter finalmente livre arbítrio para seguir do caminho que eu achasse que seria mais feliz.

Não queria passar a noite sozinha, precisava de uma amiga, minha mãe era a minha melhor amiga, mas ela andava tão feliz e apaixonada, não queria estragar o clima de romance dela, decidi ligar para a Pokita, ela prontamente me convidou para ir dormir na casa dela para conversamos e tomar algumas garrafas de vinho.

Chegando lá a musa do funk estava com uma bomba de leite em cada peito, fazendo o estoque para o bebê da dinda mamar a noite toda, minha amiga anima qualquer um, ela é uma palhaça, comemos, bebemos, choramos e rimos muito, já era 4 da manhã e ela me faz a seguinte pergunta:

Pocah: - Agora que você está livre vai procurar o Arthur? Vai tentar alguma coisa com ele ou deixará que o "destino" estrague as chances de vocês novamente?!

Carla

Essa pergunta me fez pensar, fui para cama e me mantive pensativa sobre o que fazer e o que eu sinto.

Continua...

ELA VAI CASAROnde histórias criam vida. Descubra agora