27 - Confissão

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Em uma outra rua nas proximidades, o kimono preto da loira esvoaçava cada vez mais com a ventania, era uma noite calorosa, costumeira do ápice do verão na Vila da Folha. Depois de tantas idas e vindas durante missões e viagens pessoais, Temari já estava parcialmente acostumada com o clima singular de Konoha, por isso sentia-se como se fosse sua segunda casa. Embora estivessem apenas caminhando um ao lado do outro, Temari se sentia ansiosa, assim como todas as vezes que caminhara ao seu lado.

E o rapaz que a acompanhava, o qual já estava totalmente acostumado a lhe fazer companhia durante suas visitas à Folha, caminhava de maneira desleixada, o que era comum vindo dele, as mãos enfiadas nos bolsos da calça preta e os ombros caídos preguiçosamente. Um palito que estava sendo prensado entre seus lábios já estava ali a alguns minutos, desde que terminaram sua refeição no restaurante. Shikamaru sentia uma sensação levemente estranha, sentia uma necessidade desconhecida em achar um assunto para que pudessem conversar o mais rápido possível.

"Sobre a missã-"

"Então, você-"

Ambos falaram em uníssono, divergindo totalmente sobre os assuntos, porém a vontade de iniciar uma conversa era recíproca dos dois lados.

"Pode falar."- o Nara falou cortês.

"Ah, não. Não deveríamos falar sobre aquilo assim na rua, muita gente, digo, tem muitas pessoas... Fala você, pode falar."- a loira respondeu enrolada, certa de que se não fosse Shikamaru que estivesse caminhando ao seu lado ela não falaria daquela forma, desconexa e repetitivamente. Mas ela não podia evitar, quando as coisas chegavam naquele ponto, onde ambos estavam em silêncio, ela se sentia tão inquieta que era agonizante, o nervosismo era voluntário.

"Ah, verdade."- o moreno concordou, em seguida atirou o palito numa lata de lixo que estava na esquina de uma rua.-"Você ouviu falar sobre a mãe da Sakura?"- comentou por fim incapaz de pensar em outro assunto, nos últimos dias, o principal tópico das conversas do Nara era sobre a Haruno ou sua família, ele estava tão imerso naquele caso que sequer percebia isso.

A dupla tinha acabado de adentrar uma nova rua, onde tinha menos pessoas e o barulho presente do centro da vila já não estava presente, dando lugar para a calmaria, tanto física quanto sonora.

Temari direcionou a cabeça para o rapaz ao seu lado, e em seguida perguntou um tanto preocupada, enquanto franzia o cenho:

"A mãe da Sakura? Aconteceu alguma coisa com ela?"

Os olhos verdes reluziam a  preocupação da loira com perfeição, manifestando-se por completo com sua expressão receosa.

"Ela está com úlcera gástrica, foi diagnosticada há três dias."- o maior contou com seriedade no tom.-"Tsunade-sama acha que é por causa do estresse e da ansiedade que ela está sendo exposta, ela não estava se alimentando bem assim como o seu marido, porém felizmente ele está bem."

"Espero que ela melhore logo, e que tudo isso acabe rápido também."- a loira murmurou.-"Ela já começou o tratamento?"

"Sim, Tsunade-sama fez questão de cuidar dela pessoalmente, imagino que se sinta responsável."- o Nara respondeu quando estavam próximos de uma outra esquina, a qual eles dobraram sem sequer perceber, dando de cara com o parque onde o Nara costumava brincar quando era mais novo.

"Vamos ficar por aqui, parece que não tem ninguém."- Temari sugeriu ao ver o espaço vazio.

Os dois se dirigiram para o centro do parque, onde se localizavam os balanços e lá se sentaram, sendo rodeados por meia dúzia de brinquedos que eram iluminados por três ou quatro postes e a luz da lua.

A Missão De SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora