47 - Quatro bocas

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⚠️ queria deixar avisado que esse cap inteirinho é hot, para quem não se sente confortável em ler ⚠️




















Não era só desejo que rodeava e escurecia a orbe cor de céu, era uma vontade iminente de se entregar aos delírios e deixar seu instinto agir. Sem razão, só a emoção e vontade. Nada mais.

Quando Sakura deu os dois passos a  diante, foi como se uma montanha tivesse se movido. Algo totalmente impossível, porém aconteceu, portanto, era infinitamente possível desde aquele segundo. Deidara acreditava que ela não faria aquilo, pensava que se ela tivesse de fato entendido o que ele queria dizer, a última coisa que ela faria era passar por aquela porta. Mas ela estava bem na sua frente, ciente de tudo, perto como já ficara várias vezes, mas diferente de todas as outras vezes. Como nunca. Ela tinha aceitado o seu desafio, ou tinha o desafiado? Sobreposto sua imposição? Ela era capaz de qualquer coisa.

Ele mexeu os punhos dentro dos bolsos, inquieto, se segurando para não agarrá-la, não tomá-la de uma vez. Embora tivesse alegado que não seria capaz de se controlar se ela se aproximasse, ainda tentava fazê-lo. Pelo bem da pequena sanidade que ele ainda tinha. Sakura era uma rota extensa demais, um caminho perigoso demais para se percorrer sozinho. Ele aceitava de bom grado ser um de seus admiradores. Mesmo com toda sua experiência, com tudo que já aprendera sobre relações humanas e suas vertentes, tinha certeza de que se perderia no labirinto que ela era após dar o primeiro passo. Mas quem deu o primeiro passo foi Sakura, e ele lhe entregou a caneta para que a rosada escrevesse sua sentença.

Fosse ela de morte ou vida. Prazer ou amargor. Ele a aceitaria.

O perfume que grudara na pele dela durante o banho alcançou suas narinas, e Deidara o inalou. Permitiu que seu cheiro invadisse sua cavidade nasal e seus pulmões e fizesse festa em seus alvéolos. Até sua fragrância era traiçoeira, estivesse perfumada ou não. Seu suor era um rio de veneno que ele queria ver escorrer por suas costas ao tê-la cavalgando sobre ele. Seu sabor, ele queria prová-la como nunca sentira vontade de provar ninguém antes. Sakura era um imenso pecado impossível de evitar.

Os olhos sensuais de primavera o fitavam, prendiam-no a uma fenda no espaço-tempo destinada ao prazer. Ele não tinha notado que estava prendendo a respiração até sentir seus pulmões reclamarem por ar. Talvez fosse seu cheiro que o estivesse matando. De dentro para fora. Ele não se importava.

— Faça.

Não foi um pedido qualquer. Foi Sakura quem ordenou. O que quer que fosse, foi ela.

Confuso. Deidara estava confuso. Sentindo ansiedade. Ela era um abismo de perigo o qual ele estava prestes a se jogar. Fundo demais. Linda demais. Perigosa demais.

— Faça o que disse que ia fazer.— a rosada disse séria, a cor de seus lábios e a melodia de sua voz o fez acreditar que sua ordem era suprema. E de fato era. Não tinha mais volta para ele.

Ele ergueu as sobrancelhas, ainda extasiado com seu perfume, com as coxas roliças chamativas demais, com a cintura fina visível graças a transparência da camisa. Se ele se controlasse... Se se controlasse talvez ainda pudesse seguir um vida boa, na qual ela não seria seu vício. Mas Sakura se aproximou, deu mais um passo e estava grudada a ele, a silhueta feminina se apregara de tal maneira que Deidara sabia que ela podia ouvir o tamborilar de seu coração.

Não tinha mais volta.

Seus dedos dos pés roçaram, algo tão idiota e fútil e trivial, mas ele sentiu, até eles eram atraentes e quentes.

Sakura o tocou, e seu coração parou de bater por um milésimo quando ele sentiu as mãos da kunoichi tocarem seu rosto com tamanha sensualidade. Ela esfregava o busco contra seu peitoral de propósito, era possível que não o fosse.

A Missão De SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora