Esposa de mentirinha parte 2 » Hatake Kakashi

Capítulo 23

— Mamãe, porque eu tenho isso? – Taishi perguntou se aproximando de mim.

Me abaixei pra ficar do tamanho dele.

Ele mostrou o pescoço, com duas marquinhas em cada lado.

Marca das unhas de Harumi, que machucaram demais.

Dor maior que essa, só a cena que eu vi.

Respirei fundo.

— Pessoas fortes carregam cicatrizes – respondi.

— Igual a...

— Do papai, sim – interrompi, me erguendo, já sabendo que era isso que ele iria dizer.

— Não mamãe.

Olhei para ele.

— Estou falando da sua – ele disse apontando para meu rosto.

Fez sinal com as mãozinhas para que eu me abaixasse.

Novamente me abaixei.

— Igual a sua, mamãe – ele disse dando um beijo no meu rosto.

Toquei meu rosto, no lugar da cicatriz.

Kakashi desceu as escadas e Taishi já o percebeu.

— Mas você não precisava de uma "marquinha", eu já sabia que a mamãe era forte antes de ver – ele disse rindo e correndo até Kakashi.

Não precisa de uma cicatriz pra ser forte...

Olhei para os dois.

— Você já está acordado? – Kakashi perguntou.

Taishi concordou com a cabeça.

— Eu vi que você ainda não tinha acordado, então eu acordei pra não deixar a mamãe sozinha – ele respondeu.

Kakashi desviou o olhar de Taishi para mim.

Sorriu e se aproximou.

— Tenho dois compromissos nos próximos finais de semana – Kakashi disse.

Respirei fundo.

— E o que é? – perguntei.

— Vamos pra Suna amanhã – ele começou.

Sorri por ver que ele conseguiu tempo.

Ele se aproximou ainda mais e pousou as mãos sobre a minha cintura.

— E semana que vem... – beijou minha testa – vamos ao país do raio, só eu e você.

Bufei.

— País do raio? pra que? – perguntei com raiva.

— Pra comemorar os 20 anos do final da quarta guerra ninja – ele respondeu.

Odiava ver Daruí.

— Da última vez que fomos lá... quatro anos atrás...

— Eu sei... mas apenas nós dois iremos, não se preocupe – ele disse.

Pensei a respeito.

— Mas se é pra comemorar isso... como fica Harumi?

Ele suspirou.

— Harumi vai pegar prisão domiciliar... – ele respondeu.

— Não.

Ele olhou pra mim.

— O que?

— Não aceito isso – respondi.