Capítulo 32

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— Takashi...

Mal precisei pedir, Takashi segurava a mão dela e falava algumas frases curtas da qual eu não entendia.

Shizune não chegava, muito menos a equipe de enfermagem da vila, não tinha mais tempo.

Olhei para Hina.

— Hina, você vai ter que ser mais forte do que já foi a vida toda, vamos começar, ok?

Ela assentiu, movendo a cabeça.

O que me assustou foi o barulho do choro dela.

Hina caiu no choro, se afundou completamente, perdeu a força, só sabia chorar.

— Amor... – Takashi sopra, chamando a mulher que não responde.

— Hina – chamo, mas ela também não me responde.

Aquele era um momento delicado e ambos foram pegos completamente de surpresa, por mais que acompanhassem muito bem a gravidez, não tiveram tempo de se preparar psicológicamente pra chegada tão rápida da criança.

— Takashi – chamei e ele olhou para mim.

— Ela sempre aceitou a gravidez? – perguntei.

— Não... mais ou menos... de início ela teve medo, muito medo – ele respondeu.

Me lembrei de todas as terapias que tive com Hina.

Flashback

— Ele... abusou de você de outra maneira? – perguntei.

— Sexualmente... sempre... logo no primeiro abuso eu decidi que iria embora, mas Jin sabia disso e ele contratava pessoas pra me vigiarem, caso eu tentasse fugir – ela respondeu.

Eram perguntas complicadas, que precisavam ser feitas de forma direta.

— E no que consistia esses abusos? – perguntei.

Estupro, ele sempre dizia que eu era uma imprestável por não dar um filho a ele, disse que nunca pararia até que eu desse – ela chorou.

— Você... não pode ter filhos? – perguntei.

— Posso... mas sempre tomava anticoncepcionais escondidos, dizia a ele que não podia, que era infértil, eu tinha medo Akira, não podia dar um filho a aquele homem, tinha medo do que ele faria com a criança – ela respondeu.

Olhei para Taishi, dormindo no bebê conforto, como um anjinho e senti um aperto no coração.

— Um dia... – ela soluçou – ele achou a cartela de anticoncepcionais, foi a primeira vez que ele me bateu, com ódio, bateu sem parar, até me deixar inconsciente... foi ali, que ele fez.

Fazia tempo que eu não sentia vontade de morrer, mas ouvindo tudo aquilo, nunca tive tanta vontade, esse cara era, muito mais doentio que Toshi.

— Então ele fez o que ele realmente queria, e eu não podia resistir, fiquei em coma por uma semana, mas Jin era ninja médico e por isso não me levou ao hospital, uma semana foi tempo suficiente pra eu ficar sem tomar anticoncepcionais e... engravidar – ela disse.

Parou, porque não conseguia mais falar, então eu apenas me sentei ao lado dela, no sofá e à abracei, choramos nossa dor e principalmente a dor dela, choramos sem parar.

Esposa de mentirinha parte 2 » Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora