Capítulo 26

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Kakashi arregalou os olhos ao perceber o que havia dito.

Quanto à Rin, os olhos azuis se encheram de lágrimas.

— Rin... não foi isso que eu...

Ela apenas saiu do quarto.

Taki olhou pra Kakashi e disse em seguida:

— E pensar que eu admirava você...

Logo ele saiu do quarto atrás da Rin.

Kakashi estava estressado a horas e era perceptível, eu sabia que ele não havia deixado ela ir porque queria protege-la, não por conta de ciúme, mas havia passado dos limites.

Por mais que ele se referiu ao duas caudas e não à Rin quando disse "monstro", aquilo soou de outro jeito.

Ele olhou para mim.

— Você me decepciona, como pode, mesmo sabendo de tudo, sabendo o que ela sente, sabendo que ela sempre se julgou, como pode chamar sua própria filha de monstro?

Ele suspirou e eu via o desespero tomando conta.

— Não foi isso que eu queria ter dito...

— Mas você disse – o cortei, seca – disse e doeu muito.

Deixei o quarto, procurando pela Rin, dei de cara com Taki.

— Onde ela está? – perguntei.

— Eu não sei, também estou procurando – ele respondeu.

Obito e Taishi apareceram, por mais que Taishi não entendesse nada, disse pra Obito ajudar a procurar.

Nem avisei Akemi, não tive tempo de pensar.

Lembrei do lugar do qual ainda não havía procurado.

O banheiro feminino.

Então entrei e me assustei.

O espelho quebrado, as mãos dela sangrando, os fios de cabelo platinado pelo chão.

E o chakra, o chakra que envolvia o corpo dela, tomando a forma de uma cauda.

Sabia que não podia deixar que a outra aparecesse.

Então fiz o sinal de mão e me aproximei, tentando não surtar.

— O papai tem razão mãe... eu sou um monstro... – ela chorou, olhando pra mim.

Consegui completar o selo, assim que ela caiu nos meus braços e me abraçou forte.

— Calma... – pedi, quando na verdade, eu mesma não estava calma.

O seu peso fazia com que meus braços doessem, então me abaixei junto com ela.

— Eu não consigo me controlar mãe... nunca consigo...

Ajudei ela a se levantar, se apoiando em mim, abri a torneira e com cuidado tirei o sangue das mãos dela.

Tirei uma faixa do bolso e enrolei nas mãos dela.

— Eu destruí tudo – ela soluçou – eu sou um monstro...

— Não... você não é um monstro... seu pai estava estressado... ele não quis dizer aquilo... ele se preocupa com você...

Doía em mim ver ela tendo essas crises de ansiedade, justamente por eu ter também, sabendo que era horrível.

Ela sentou no chão e abraçou as pernas, sem parar de chorar, mas em silêncio.

— Eu quero ir pra casa...

Esposa de mentirinha parte 2 » Hatake KakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora