Esposa de mentirinha parte 2 » Hatake Kakashi

Capítulo 51

AMNÉSIA DISSOCIATIVA.

A amnésia dissociativa consiste em um tipo de amnésia (perda da memória) provocada por trauma ou estresse e resulta na incapacidade de recordar informações pessoais importantes. A pessoa tem falhas de memória, que podem durar de poucos minutos a décadas.

PSICOPATIA

distúrbio mental grave em que o enfermo apresenta comportamentos antissociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou remorso, incapacidade para amar e se relacionar com outras pessoas com laços afetivos profundos, egocentrismo extremo e incapacidade de aprender com a experiência.

— Dicionário da Língua Portuguesa.

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— Amai... – soluçei – mamãe está aqui...

Ela olhou para mim, colocou as mãozinhas sobre meu rosto.

— Papai também machucou a mamãe de novo? – ela chorou.

"de novo"

Provavelmente a mãe de Amai era uma mulher como eu.

Amai era apenas uma criança, em seu raciocínio era normal ela ter dois pais.

Ela sabia que aquele homem era o pai dela.

Mas também chamava Kakashi de pai.

— Ele não é o papai – falei.

Ela me olhou sem entender.

Estava tremula.

Lavei o cabelo ruivo de Amai, com cuidado.

Enquanto via Amai ali, me lembrava de quando encontrei ela.

As marcas, os ematomas, as cicatrizes.

Haviam desaparecido, mas o que eu sabia não desapareceu, e era tortura saber que alguém abusou dela.

Kakashi iria matar aquele homem da pior maneira possível e eu sabia disso.

Amai já não chorava mais, mas estava com medo.

Era muito inocente pra entender a gravidade do problema.

— Mamãe... não chora mamãe...

Fechei os olhos, sentindo aquele cúmulo de angústia no peito.

Terminei de dar o banho em Amai.

E quando vi, ela tinha shampoo em mãos, fez sinais pedindo pra lavar meu cabelo.

Aquilo fazia com que eu ficasse melhor.

Ela passou o shampoo sobre meu cabelo, achando graça daquilo.

— Você é tão bonita mamãe!

Chorar de dó dela não ia apagar o abuso.

Então eu parei, por mais que estivesse assustada pelo o que aconteceu comigo.

Precisava me mostrar forte na frente dela, pra que ela se sentisse segura comigo.

Todos os dias eu agradecia por ter encontrado Amai no meio daquela tempestade.

De pensar que tiramos ela de algo pior.

Pensar que ela está segura com nós e nunca mais vai acontecer o mesmo.

Depois de nós duas tomarmos banho, vesti o roupão e enrolei Amai na toalha, à peguei no colo e quando abri a porta, ela estremeceu, me abraçando forte, temendo o que veria.