Marquei um encontro com uma E-Girl

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Neste novo século, você precisa ser mais ousado se quiser se dar bem com alguém, todos têm as suas próprias formas de agir. A maioria, as pessoas mais apetitosas – digamos assim, encontram-se nas redes sociais. Todo mundo mente por trás delas, de várias maneiras; afinal o anonimato é uma excelente camuflagem, mas eu não estou aqui para falar sobre os outros, mas sim sobre a minha mentira: eu sempre digo para as minhas pretendentes que eu sou rico.


Quanto mais você navega na internet, mais mostra que a sua vida social ou sexual está distante. Não importa se você for casado ou não, este é o esquema. Não que eu precise me disfarçar atrás das telas, eu tenho uma aparência até que atraente com o meu rosto jovem e corpo atlético, mas sabe como é... gosto de desafios. As meninas daqui são muito fáceis, e eu procuro as mais chamativas que costumam ter os famigerados "gados" no pé. Entrando no aplicativo "Badoo", depois de fazer os procedimentos e responder um pequeno questionário, eles indicam vários perfis de usuários que se encaixam com o seu estilo, e uma delas chamou a minha atenção. Aquele tipo de E-Girl, que você percebe que tornou-se o padrão atraente dos jovens na atualidade.


Ela morava em um município próximo ao qual eu resido, a quase duas horas de carro. Para mim, não seria um grande problema, consigo chegar bem mais rápido do que isso. Sabe como funciona quando você está com vontade de fazer aquilo, não há nada que impeça a sua busca. Trocamos algumas correspondências, em particular gostou das minhas fotos. Enviei algumas em um casarão na parte mais nobre da cidade – que alguns ricaços alugam, porque é fácil entrar nesses condomínios sem que ninguém perceba. Também tratei de mandar algumas fotos encostado em alguns carros de luxo, para garantir que iria impressioná-la.


Ela não é o tipo de gente que parece ser fácil, e eu também não sou o tipo de cara desesperado, como uma boa parte dos que usam esses aplicativos são. Parece que nos identificamos rapidamente, partilhamos de várias coisas em comum. Depois de algumas conversas, que fluíam muito bem – diga-se de passagem, em um determinado momento convidou-me para uma noite de diversão. Era apenas o que eu precisava ouvir para sair de casa prontamente.


Ela morava na periferia da sua cidade, mas eu já conhecia o lugar por já ter ido outras vezes lá. Parei na frente do endereço indicado, peguei o celular do bolso e avisei que havia chegado. Ela disse que a porta estava destrancada, já pronta e ansiosamente aguardando por mim. O combo da sua doce voz em um tom sensual, juntamente com todas as coisas que disse quando estávamos nos conhecendo, fizeram o meu sangue frio borbulhar em antecipação. Era disso o que eu precisava depois de tanto tempo sem ver uma garota.


Quando entrei na casa, não foi muito difícil perceber que ali vivia uma pessoa solitária: no local não havia muitos móveis, não existia nenhum tipo de sinal de crianças ou companheiros. Ouvi a sua voz ao longe me pedindo para chegar ao quarto. Assim que abri a porta, obtive o mesmo cenário de fundo que ela se apresentou no aplicativo. Estava deitada em uma cama de casal com pétalas de rosas espalhadas no colchão, seminua, com aquele olhar selvagem que eu conheço muito bem. O corpo, olhando mais de perto e sem os filtros da internet, parecia bem mais apetitoso. Fiquei admirando-o por alguns segundos até que ela levou o seu dedo indicador ao seu lábio, de forma provocativa, para mim aquilo foi o ápice, e eu não resisti. Nós não precisávamos fazer mais perguntas.


Segurei os seus pulsos para puxar o seu rosto para mais próximo de mim e beijei a sua boca. Estava tão quente, que parecia que ela havia acabado de chegar de uma corrida. Comecei a passar a mão no seu corpo e a senti estremecer um pouco embaixo de mim, talvez estivesse nervosa – todas ficavam, vítimas da excitação ou o contato inesperado com um estranho. Fui trilhando beijos pelo seu corpo até chegar na região do pescoço, senti algo prendendo o meu braço, era uma algema. Não percebi o seu movimento brusco, a outra ponta estava presa na cabeceira da cama. Assustei-me, ela não me falou sobre ter esse tipo de fetiche. Timidamente, com um sorriso forçado no rosto, ela não explicou-me a razão do seu comportamento. Quando tentei abrir a boca para falar mais uma vez, senti a queimação. A vagabunda havia arremessado algum líquido nos meus olhos, que começaram a queimar!

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