5• Raven

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Não consigo dormir.

Já se faz algumas horas desde que Loki e eu fomos roubar comida, graças a seu disfarce, foi fácil. 

Quando chegamos, reforcei a proteção em volta do prédio e comi depois de dois dias sem comer nada além daquelas barrinhas de cereais, foi ótimo. Loki também comeu, mas não tanto quanto eu, ele não tem fome, vivia em Asgard e sempre teve tudo que queria.

Está de noite, e Loki está dormindo em um canto no sofá, e eu estou sentada numa cadeira, sem sono. Não consigo dormir nessa situação que estou, ele pode me matar em qualquer momento, e o prédio pode ser invadido.

Tenho dificuldades na hora de dormir, nunca consigo dormir uma noite inteira sem acordar com pesadelos. Sempre tive pesadelos frequentes, todos sobre o mesmo assunto.

— Ainda está acordada? — Dou um pulo de susto, e quando vejo é apenas Loki. — Está com medo de eu te matar?

— Não tenho medo de você, príncipe — Falo, revirando os olhos. 

— Deveria ter — Ele rebate.

Me ajeito na cadeira e o encaro, não passa de um pau mandado recebendo ordens.

— Não vou ter medo de um garoto mimado que acha que pode ter o que quer.

— Eu sou um Deus, menina mortal, não deveria se sentir a vontade falando comigo desse jeito. — Ele se levanta com movimentos bruscos.

— Você é um Deus em Asgard, não aqui.

Loki para e me olha diretamente nos olhos, não desvio o olhar. Já lidei com pessoas muito piores que ele. 

Ele começa a se aproximar de mim, até estar bem perto, perto suficiente para eu poder sentir sua respiração.

— Você não passa de uma mortal insignificante que vai acabar morrendo em algum momento — Sinto sua mão segurando meu pulso, como em um aviso, e então, prossegue  — Não passa de um rostinho bonito.

— Se sou tudo isso pra você, por que não me mata agora mesmo? 

Ele não responde, então prossigo.

— Vou adivinhar. Você tem medo. Medo de eu, uma "simples" mortal ser o suficiente para te matar. — Ele solta uma risada.

Solto meu pulso das suas mãos e volto a sentar na cadeira, tiro o meu moletom. Noto seu olhar.

— Boa noite. — Jogo um feitiço rápido de proteção ao meu redor, e uso o moletom como coberta.

— Como conseguiu essas cicatrizes? — Ele pergunta, depois de um tempo.

Congelo. Não fazia ideia que ele tivesse percebido.

— Por que se importa? Sou uma mortal insignificante, então não tem problema, né? —  Ajeito melhor o moletom, cobrindo tudo.

A ultima coisa que escuto antes de adormecer é o som do sofá rangendo.


AMOR E TRAPAÇA | LOKIOnde histórias criam vida. Descubra agora