CAPÍTULO QUATRO, parte 2

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ELE ENCARAVA a parede na sua frente, e pensava: "Como fui acabar assim?

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ELE ENCARAVA a parede na sua frente, e pensava: "Como fui acabar assim?."

Primeiro um corvo, depois uma árvore, um vendedor e uma cabana, agora precisava matar uma bruxa, o dia havia sido inusitado, no mínimo. Era preciso esse tipo de pensamento para que ele não infartasse com o nervosismo.

Olhou para as mãos sujas e arranhadas que seguravam o lápis com toda a sua força, aquela vida nova no casarão lhe deu algumas experiências que a sua casa em Perenne não pôde proporcionar, como sujar as mãos de terra, mesmo que aquela não fosse a ocasião mais prazeroza para isso.

A faca amolada cortou a sua visão, quase pôde ver seu reflexo amedrontado embaçado na lâmina.

Cole engoliu em seco. Dizer que seu coração pulsava no peito seria amenizar a situação, na verdade, era como se ele tivesse encolhido até ficar do tamanho de um feijão e ricocheteasse fortemente nas paredes do corpo, a ânsia de vômito e suor surgiram juntos.

A bruxa segurou seu rosto com uma força cruel, mantendo-o firme e imóvel, o fazendo fitar a ponta da faca que estava indo em sua direção, devagar, angustiante. Contudo, eram dos movimentos contidos e vacilantes da bruxa que Cole precisava para que o "plano" se concretizasse. Não era a melhor das posições para se tentar perfurar alguém, mas fez o Possível.

Quando o corpo da bruxa se aproximara o suficiente, Cole pôs toda a sua força em sua mão direita ─ por sorte, ele era destro, ─ e fincou o lápis no peito da bruxa, ouvindo o som do objeto atravessando o tecido da roupa e depois a pele. Ele mesmo estremeceu com o que tinha acabado de fazer.

A bruxa cambaleou para trás, gritando ardentemente de dor, a lâmina raspou na bochecha do menino criando um corte pouco profundo, não que ele tivesse percebido na hora.

O lápis não havia chegado ao coração, sequer havia chegado perto disso, apenas estava cravado no corpo esquelético da bruxa, ela o arrancou com facilidade, enquanto vociferou palavras profanas.

Cole, que aproveitara a oportunidade para se por em pé, tinha em mãos a faca que a bruxa deixara cair, ele erguia a lâmina na direção dela, suas mãos tremiam. Ele não sabia como manusear uma faca tão grande.

CORVO BASTARDO ⎯ outonos passadosOnde histórias criam vida. Descubra agora