Essência das Trevas

29 6 2
                                    

Supõe-se imaginar que Cosmos fosse um ser totalmente bom. Sua missão de manter o funcionamento do universo demonstraria a sua positividade para a criação. Na realidade, Érebo havia descoberto algo impressionante e que ele sabia que não poderia contar aos seus outros irmãos. Dentro de Cosmos existia um lugar esquecido, ou talvez apenas ignorado por ele, algo que causava-lhe desprezo. Quando Esferos se expandiu, alguns Archés haviam se tornado negativos, e não possuíam uma grande expansão, então eles criaram pequenas partes do universo. Esses "becos universais" foram abandonados por serem geradores de criaturas horrendas e invejosas. Aqueles Archés queriam ter a mesma influência dos outros na criação, mas não conseguiriam fazer isso sozinhos, pois precisavam de algo a mais. Foi ali, naquela estrutura de pensamento tenebroso, que conseguiram conquistar uma ponte de ligação com Érebo. Através da arrogância, ego e ambição descontrolada, penetraram no espectro do Cósmico e se apresentaram a ele denominando-se Sombra Cósmica, mostrando como poderiam dá-lo o império que tanto sonhava. Contaram quem eram e como achá-los. Hell era o alvo para o encontro tão aguardado, e tudo foi planejado em seus mínimos detalhes. A noite tão esperada chegou e o plano foi bem executado, porém não perfeitamente, visto que os irmãos já sabiam quem era o responsável, e que em algum momento os Filhos de Esferos iriam pegá-lo.

O beco ignorado de Cosmos era um lugar turvo e tão frio quanto a morte. Érebo olhou para todas as direções e não viu nada, apenas sombras. Andou sem rumo, sem entender. Pensava que havia sido enganado por algo, que seus desejos eram ilusórios e que o levaram à sua ruína, contudo não contava ainda que algo poderia se apresentar e foi isso o que ocorreu. Andava, pensava, olhava, mas nada. Entretanto, em um piscar de surpresa que o fez cego por alguns segundos, uma gigantesca esfera de energia das sombras havia se revelado a ele. Érebo havia ficado espantado com tamanho poder escondido dentro de seu pai. A esfera sussurrava palavras em seus ouvidos.

— Finalmente um Cósmico corajoso. Sua fé é tão inabalável quanto a sua ambição.

— Sim... — Érebo não sabia o que dizer perante o ser.

— Que seus pedidos sejam realizados. — De dentro da esfera surgiu uma outra, translúcida, que lembrava um líquido gelatinoso, mas sem perder sua forma esférica. — Use isto para conquistar o que almeja, Contudo, essa esfera não é infinita, então a use com sabedoria.

— E... Como eu posso utilizá-la? — ele a segurava encantado.

— Apenas deseje.

O ser esférico começou a encolher até que sumisse da visão de Érebo. Em apenas alguns segundos estavam ele e aquela esfera gelatinosa. Ele a encarou e unicamente desejou algo: um ser potente, determinado, poderoso e glorioso, era o que queria. Parte da esfera desprendeu-se e abriu um buraco que logo foi reconstruído pela esfera, mas agora estava um pouco menor. A parte que havia se desprendido começou a crescer e se modelar, igual a um corpo musculoso e masculino. A substância foi endurecendo, cores foram surgindo e agora ali estava, perante a ele, um Deus, mas era uma divindade diferente de outros Deuses já criados em outros planetas. Nele reinava uma energia sombria e monstruosa, um ser diferente dos demais, que o fez entender o que continha em suas mãos a partir daquele momento.

Érebo nomeou a criatura como Empro e a esfera como Prima Matéria, pelo seu poder de criar além do permitido por Cosmos. Em seguida, fez mais quatro Deuses das sombras: Pandora, senhora da enganação e falsos sonhos; Arpiria, ser que reinava os monstros; Gorjo, intolerante e impaciente; e Êpica, a última, que tinha essência da destruição e do caos regendo dentro de si. Ali estava pronto o que seria o começo de seu reinado sobre a tenebrosa escuridão.

Origem CósmicaOnde histórias criam vida. Descubra agora