Australian Beach - Hyunlix

Capítulo 12 - O cadarço

Flashback on, poucos anos antes de se mudar para Austrália

Minha mãe tem um novo namorado. Mas dessa vez parece que vai durar uma eternidade. Seu nome é Jung Tae, e ele é psicólogo.

"Filho, faça uma sessão com o Jung Tae" ela dizia. Até um dia eu ser obrigado a aceitar.

- Me encontre mais tarde no meu escritório. Não vai me dar bolo, ok?

Aquela frase. Aquela maldita frase me convenceu a não o deixar sozinho me esperando. Depois da escola, vou direto para lá. Parecia um consultório rústico para um psicólogo. Os móveis todos eram do mesmo tom escuro de madeira. As duas laterais das paredes estavam repletas de estantes com livros sobre o ser humano, sua escrivaninha ficava no fundo da sala, onde ele menos usava pois atendia todos os seus pacientes no sofá que havia no meio. Ele não estava, será que cheguei muito cedo?

- Hyunjin, eu estava te esperando - diz ele entrando e fechando a porta, não apenas, mas a trancando também - sente-se, teremos tempo de sobra para conversarmos.

Eu me sento no sofá.

- Acho que não é uma boa ideia - falo com vergonha.

- Por que acha isso?

- Bem... você é namorado da minha mãe. Não é aconselhado que alguém tão próximo seja meu psicólogo.

- Andou pesquisando por acaso?

- Não. Eu só ouvi falar.

- Não está errado. Mas também não está certo. Você acha que eu vou dizer exatamente o que sua mãe quer que eu diga, não é? - Fico em silêncio - Mas não se preocupe, tudo o que for dito nesse consultório não sairá daqui, e tudo o que eu disser será como psicólogo, e não como padrasto.

Eu queria interromper e dizer que ele não é meu padrasto, mas me mantenho quieto. Ele começa a fazer algumas perguntas, e eu as respondia normalmente. As perguntas eram simples, o que eu gostava de comer, minhas matérias favoritas e essas coisas. Até ele perguntar algo diferente:

- Você gosta de alguém?

Eu travo. Não tinha coragem de responder, mesmo que eu tenha uma resposta certa para isso.

- Hyunjin, olhe pra mim - Ergo minha cabeça olhando para ele -, precisa confiar em mim. Sei que tem algo te incomodando e eu só quero te ajudar. Mas pra isso você precisa me dizer.

- Eu... gosto de um garoto.

O silêncio constrangedor fica por um tempo, até Jung Tae começar a rir. O que eu achava muito estranho.

- Do que está rindo?

- Nada. É só que eu tinha certeza de que era isso.

- C-como o senhor sabia?

- Eu posso reconhecer certas coisas de longe, Hyunjin. Mas não se preocupe com isso, não é errado ser gay.

Isso alivia um peso dentro de mim. Eu estava com medo de que ele fosse ir contra. Assim como minha mãe seria.

- Você já se declarou pra ele?

- N-não.

- Que tal fazer isso?

- Não tenho coragem. Eu não sei se ele gosta de mim...

- Nunca vai saber se não tentar. E se ele te rejeitar, você apenas segue em frente.