Capítulo 11 - Todos vão para o mesmo lugar

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NOTAS DO AUTOR:

Quando verem esse sinal * ou quando acabarem de ler este capítulo, acesse o link para essa música:



— Por um acaso você viu meu celular? — Pergunto.

Ele se senta na cama e depois de alguns segundos procrastinando, ele se levanta.

— Não, mas eu te ajudo a procurar.

No mesmo instante em que ele da um passo para frente, seu corpo amolece o fazendo cair de joelhos no chão.

— Felix! — Vou até ele segurando em seus ombros. Ele estava pálido e parecia fraco demais para abrir totalmente os olhos ou dizer algo claro. — Felix, o que está acontecendo? Fala comigo. Felix!

Sua cabeça tomba na palma da minha mão, estava muito fraco e eu não sabia o que fazer. A primeira coisa que penso é coloca-lo me minhas costas, é o que eu faço. Saio correndo do meu quarto não me importando com meu pai e os outros que estavam todos juntos na mesa e provavelmente me viram sair correndo com o Felix.

Eu corria em direção ao hospital, era a única opção se eu não parasse ao lembrar que ele não é humano. Quando fui o procurar na delegacia, o policial disse que levaram ele para o hospital quando estava na mesma situação. Mas ele fugiu. Por que? Qual é o problema?

— Água — Escuto sua voz que quase não sai.

— O que disse?

— Eu preciso de... água...

É claro Hyunjin, como pode ser tão burro? Faz sentido que uma criatura do mar não consiga ficar tanto tempo fora d'água. E pensar que fui eu que insisti que ficasse na minha casa durante a temporada de pesca.

Retorno todo o caminho até o trapiche. E não havia muito o que fazer, me viro de costas e solto Felix o deixando cair na água. Seu corpo afunda e eu me abaixo na beirada do trapiche esperando-o aparecer. Também olhando em volta, tomando cuidado caso algum pescador se aproximasse.

— Felix... — o chamo.

Por que ele não está aparecendo? Será que ele está bem? Será que funcionou? Me levanto pensando que ele não está mais aqui. Quando coisas assim aconteceram, ele sempre desaparecia. Ou melhor, ia pra caverna.

— Droga Felix.

O barco de meu pai ainda estava encostado no mesmo lugar. Então subo nele e navego em direção à caverna. Como eu suspeitei. Felix estava em forma de tritão, sentado na areia encostado em uma pedra, com sua cauda encolhida sendo abraçada por seus braços e sua cabeça baixa. Ele parecia triste, o que me preocupa. Desço do barco e caminho lentamente até ele.

— Felix. Por que saiu sem me avisar? — Me sento ao seu lado — Não precisa ficar mais tempo na água? Se sente bem?

Ele apenas mexe a cabeça indicando que estava melhor.

— Não quer conversar comigo?

— Me desculpa — diz ele ainda olhando para baixo.

— O que?

— Eu só causo problemas à você. Sempre teve razão... — Olho para ele — somos diferentes. Eu não sou humano.

Australian Beach - HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora