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𝓜𝓪𝓭𝓻𝓲𝓭, 𝓔𝓼𝓹𝓪𝓷𝓱𝓪

Ouço a campainha da minha casa tocar sem parar e solto alguns palavrões, me revirando na cama e tampando os ouvidos com as mãos

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Ouço a campainha da minha casa tocar sem parar e solto alguns palavrões, me revirando na cama e tampando os ouvidos com as mãos.

Aquilo não resolveu nada.

Depois de bastante insistência da pessoa do outro lado e depois de imaginar diversos cenários desesperadores que poderia estar acontecendo lá fora para ela estar insistindo tanto, eu me levantei, caminhando até a porta principal.

Me aproximei da janela e afastei um pouco de lado a cortina, olhando pela fresta e reconhecendo a pessoa pelos cachinhos loiros.

Eu poderia reconhecer Josh em qualquer lugar.

Franzi o cenho por ele estar ali e fui até a porta, a destrancando e abrindo.

Ele me olhou com os olhos um pouco arregalados e afastou o dedo da campainha.

— Você é bem insistente. — Digo.

— Desculpa. — Pediu em um sussurro.

— O que está fazendo aqui a essa hora da noite? — Pergunto, olhando para a rua deserta.

— Desculpa te acordar, é que eu... — Ele se interrompeu, parecendo um pouco perdido sobre o que falar.

O observei com cuidado, esperando ele completar, mas Josh apenas encolheu os ombros e deixou algumas lágrimas caíram.

— Kyle... — Murmuro.

— Desculpa, tá? Eu sei que eu estraguei tudo e que magoei muito você, mas você é a única pessoa que eu tenho para recorrer quando estou assim, então eu... — Ele se interrompeu, soltando um soluço. — Desculpa, Moany. — Pediu de novo, chorando mais.

— Está tudo bem, Josh. — Digo baixo, sem ter certeza daquilo.

Abro mais a porta e me afasto um pouco, dando espaço para que ele entrasse. Josh não demorou para o fazer e então eu fechei a porta, voltando a trancar a mesma.

— Vai ficar tudo bem, tá bom? — Sussurro, me aproximando dele e o puxando para mais perto de mim, o abraçando. — Prometo. — Digo baixinho, fazendo carinho no mesmo.

[...]

Olho a hora na tela do meu celular e em seguida o coloco próximo ao meu travesseiro, voltando a atenção para Joshua.

Depois de um tempo chorando, ele pegou no sono. Havia dormido agarrado à minha mão direita, e toda vez que eu fazia menção de me afastar, ele a apertava.

Parecia uma criança que teve um sonho ruim e queria ter certeza que alguma pessoa que ele confiasse estava ali.

Me ajeito na cama, deitando de lado novamente. Levo a mão esquerda até o seu rosto e faço carinho no mesmo, passeando por ele devagar e parando em sua barba, onde continuei com o carinho até eu também conseguir dormir.

*

Acordo sentindo algo roçar de leve em meu rosto. Soltei um gemido em reclamação e ajeitei a minha cabeça no travesseiro, querendo voltar a dormir.

Senti um aperto em minha mão e retribui, ouvindo uma risada baixa próxima à mim.

— Já está acordado? — Pergunto sonolenta, ainda com os olhos fechados.

— Sim. — Joshua respondeu em um sussurro e eu senti novamente o carinho em meu rosto, agora sabendo que era ele.

— Não está muito cedo? — Continuo, em um tom baixo.

— Um pouco. — Disse. — São nove. — Falou a hora e eu suspirei.

Soltei a minha mão da de Josh e me espreguiçei, abrindo os olhos em seguida e encarando o meu teto. Viro para Joshua, encontrando ele me olhando.

— Bom dia. — Falo e ele sorri.

— Estava com saudades de escutar sua voz rouquinha de sono. — Sussurrou e eu me obriguei a dar apenas um meio sorriso, enquanto por dentro eu estava com um enorme, lembrando da primeira vez que ele havia me dito que gostava. — Bom dia, Moany.

— Conseguiu dormir bem? — Pergunto e faço carinho na barba dele. — Está melhor?

— Consegui e, sim, estou melhor. — Respondeu, aproximando o rosto mais um pouquinho e passando a mão pelo meu braço. — Obrigado por ter deixado eu ficar aqui.

— Está tudo bem. — Digo. — Eu não te deixaria na rua daquele jeito, não é?

— Talvez?

— Claro que não! — Falo e ele sorri.

Ficamos um pouco em silêncio. Eu continuava com a mão em seu rosto, enquanto ele encarava todo os detalhes do meu.

— Me perdoa. — Josh pediu em um sussurro e eu encontrei o meu olhar com o dele.

— Não começa. — Peço e ele franze o cenho. — Nós conversamos sobre isso depois. Que tal tomarmos café da manhã primeiro?

— Está bem. — Ele disse baixo, parecendo um pouco confuso. — Faz chocolate quente? — Pediu, formando um biquinho.

— Você está abusando da minha boa vontade, Beauchamp. — Falo e dou leves tapinhas em seu rosto, me afastando e me levantando em seguida.

— Ah, meu bem, por favor! — Insistiu e as borboletas em meu estômago se manifestaram com o apelido.

— Não. — Digo e caminho até a saída do quarto.

— Moany! — Ele choramingou e eu ignorei, indo para o banheiro e o deixando para trás.

***

𝑺𝒂𝒏𝒕𝒐𝒓𝒊𝒏𝒊 𖤓 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora