O Acidente

1.5K 107 8
                                    


Valentina

Naquela noite deitei na minha própria cama com lágrimas escorrendo pelo rosto. Não entendi o que aconteceu e por que Juliana falou daquele jeito comigo. Ela não veio ao meu quarto ontem à noite e eu estava muito nervosa em vê-la esta manhã. Desci e fui tomar café.

—Bom dia, Clara. Juliana já desceu?

—Sim, mas já se foi.

—O que? Por que?

—Não sei, Valentina. Ela não disse.

Bebi meu café e me sentei no pátio e ponderei o que poderia ter causado a mudança repentina de comportamento de Juliana. Quando adormecemos, tudo estava perfeito. Tínhamos acabado de fazer sexo alucinante pela segunda vez. A maneira como ela falou comigo foi com raiva e eu não conseguia entender o que poderia ter acontecido, e eu a odiei naquele momento por não se abrir e falar comigo. Fosse o que fosse, precisava ser resolvido antes que Sophie voltasse para casa em alguns dias. Eu já sentia falta dela e não queria nada mais do que colocar meus braços em volta dela e dizer a ela que tudo estava bem.

Passei o dia cuidando de algumas coisas e depois levei meu violão para o Central Park e me sentei sob o carvalho e toquei um pouco de música para acalmar minha alma. Quando cheguei em casa, Juliana ainda não havia chegado e o jantar estava pronto.

—Ela ainda não chegou? _perguntei.

—Não, mas ela me ligou e disse que não estaria em casa até tarde desta noite. Eu já havia começado a cozinhar e não podia desperdiçar.

—Você quer comer comigo, Clara? _eu perguntei com tristeza em minha voz.

Eu me perguntei por que ela não se preocupou em me ligar e dizer. O que estava acontecendo com ela?

Clara preparou nossos pratos e nos sentamos à mesa da cozinha.

—E aí, Valentina? Aconteceu alguma coisa entre você e a dona Juliana?

Eu olhei para baixo enquanto girava meu garfo em torno do purê de batatas.

—Não sei. Quando acordei ontem à noite, ela não estava na cama. Desci as escadas e ela estava sentada ao piano com uma bebida na mão. Quando perguntei o que havia de errado, ela gritou comigo e me disse para voltar para a cama. Ela disse que tinha muito em que pensar. Mas ela não me contou nada.

Clara suspirou.

—Juliana é uma mulher complicada. Tenho visto muitas mulheres entrando e saindo de sua vida nos últimos sete anos. Elaine, a mãe de Sophie, era uma menina problemática. Eu senti pena dela. Ela estava tão apaixonada pela Juliana... Acho que o estilo de vida dela e sua obsessão a destruíram.

—Por quanto tempo elas ficaram juntas ? _perguntei.

—Elas realmente não estavam juntas. Elas se encontravam de vez em quando por alguns meses. Nunca foi nada estável. Ela nunca deixou ninguém chegar perto dela. Ela sempre manteve as mulheres com quem namorou à distância.

—Até Laurel?

—Sim, até Laurel. Eu nunca entendi o que ela viu nela para mantê-la por perto por tanto tempo. Suspeito que fosse porque eram iguais e era uma relação de conveniência. Mas acho que ela estava começando a pressioná-la para se aproximar e levar seu relacionamento para o próximo nível. Então você entrou na vida dela. _eu olhei para ela e sorri.
—Quando ela me disse que havia contratado outra babá para Sophie, revirei os olhos. Eu estava dando uma semana antes que você fosse embora daqui. Quando você entrou pela primeira vez por aquela porta e eu a vi, soube imediatamente que você era única.

Chegaste Para Ficar G!POnde histórias criam vida. Descubra agora