Valentina.
Tudo aconteceu muito rápido. Seus lábios nos meus, sua língua deslizando para dentro da minha boca e a deixando. Eu retribuí no início, mas depois a afastei. Eu não queria que seus lábios deixassem os meus, mas não estava certo. Eu não podia. Ela olhou para mim enquanto o choque percorria seu rosto.
-Desculpe, Valentina. Eu não...
Eu levantei minha mão e me virei.
-Não faça isso, não se desculpe. Nós saímos e bebemos muito. É o álcool, Juliana, e eu entendo isso. Isso nunca voltará a acontecer, eu sinto muito.
-Você não tem nada do que se arrepender. Eu é que estraguei tudo.
-Você não estragou tudo. Por favor, não pense assim.
Deus, isso estava me matando e meus olhos estavam começando a lacrimejar.
-Valentina eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós por causa disso.
-Elas não ficarão. Vá dormir, vamos fingir que isso nunca aconteceu. Eu prometo que nada mudará.
-Tudo bem. Boa noite, Valentina.
Ouvi a porta fechar e me virei, levando meus dedos aos lábios, que ainda latejavam por causa do seu beijo.
Deitei na cama, quase tremendo com a sensação que me atingia com o simples toque de seus lábios. Eu a amava e se eu a deixasse continuar, teríamos feito um sexo incrível. Eu sei que teríamos. Eu não queria impedi-la, mas precisava. Ela tinha uma namorada, talvez não uma boa namorada, mas ela ainda estava com ela e eu seria conhecida como a garota com quem ela a traiu. Além disso, ela era minha chefe e eu precisava desse emprego. E se dormíssemos juntas e as coisas mudassem?
Eu tinha medo de relacionamentos. Enquanto crescia, minha mãe me fez ter esse medo ao ver ela dormir com todos os tipos de caras e engravidar de quatro homens diferentes. Eu não me lembro da minha mãe ter tido um namorado. Ela me dizia que os relacionamentos eram tóxicos para a alma porque mudavam as pessoas. Pensando bem, veja o que ele fez com Juliana e como ela mudou seu posto de vista depois de uma desilusão.
Se eu acreditava no que minha mãe disse? Acho que inconscientemente fiz isso e é por isso que não namoraria ninguém. Nunca dependi de ninguém para cuidar de mim. Eu estava cuidando da minha vida e estava bem com isso.
Na manhã seguinte, abri meus olhos e olhei para o relógio. Eram oito e quinze. Pulei da cama, coloquei uma calça e uma camiseta e voei escada abaixo para encontrar Sophie.
-Clara, onde está Sophie? _perguntei em pânico.
-Ela saiu com a senhorita Juliana, elas desceram na padaria para comprar bagels frescos. Você está bem, Valentina? _ela me serviu uma xícara de café.
Sentei-me à mesa e coloquei a mão na testa.
-Sim, estou bem. Eu não queria dormir até tão tarde.
A porta da frente se abriu e Sophie correu para a cozinha para me abraçar.
-Você acordou. _ela sorriu.
-Sim. Me desculpe, Soph. Eu não queria dormir até tão tarde.
-Tudo bem, Valentina. Nós chegamos muito tarde ontem à noite. _Juliana me deu um pequeno sorriso.
-Mamãe e eu fomos na padaria e compramos bagels de cream cheese.
_Você se divertiu? _eu perguntei enquanto colocava uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
-Sim. Você quer um?
-Talvez mais tarde.
Juliana pôs o prato de bagels na mesa.
-Eles ainda estão quentes e é quando estão mais gostosos. Você devia comer um agora.
-Obrigada.
Juliana.
Tentei fingir que nada aconteceu ontem à noite. Como se eu nunca a tivesse beijado e tudo fosse um sonho, mas a verdade é que a beijei e foi um beijo que jamais esquecerei.
Eu queria mais dela, eu precisava mais dela e eu não podia negar mais, eu a queria.
Conforme o dia avançava, trabalhei em meu escritório e não vi Valentina o resto do dia. Quando subi para tomar um banho e me preparar para a arrecadação de fundos, parei na frente de sua porta e ouvi sua doce voz angelical enquanto ela cantava uma música e tocava violão. Eu estava nervosa pensando em amanhã. Levaríamos Sophie para a casa de Kelsey em Vermont. Ter Sophie no carro tornaria as coisas mais fáceis, mas a viagem de cinco horas de volta para casa sozinha com Valentina seria uma tortura.
Fui ao quarto de Sophie e entrei.
-Todas as suas coisas estão prontas para ir para casa da sua tia Kelsey?_perguntei enquanto ela movia o pincel para cima e para baixo na tela.
-Sim mamãe. Olha, essa é a minha mala._ela apontou para o canto do quarto.
Sentei-me na beirada da cama e pedi a ela que se sentasse no meu colo. Ela fez o que eu pedi e olhou para mim com seus lindos olhos castanhos.
-Tem certeza que quer ir amanhã? Porque senão, posso dizer a tia Kelsey que você vai outro dia.
-Está tudo bem mamãe. Mal posso esperar para ver os cavalos. _ela deu um sorriso era largo.
-Ok, mas se a qualquer hora você quiser vir para casa, você deve me ligar. De acordo?
-De acordo.
Ela passou os braços em volta do meu pescoço e me deu um abraço.
A porta se abriu e eu engasguei quando vi Valentina vestindo seu lindo vestido para a festa.
-Oh sinto muito. Eu não sabia que você estava aqui.
Sophie pulou do meu colo e correu para ela.
-Você está tão linda, Vale. _ela disse.
-Mamãe olha para ela.-Estou olhando princesa. _eu sorri.
Seu vestido preto sem mangas, seu cabelo loiro caia sobre seus ombros e seus olhos eram azuis. Deus eu poderia me perder neles. Engoli em seco quando me levantei e coloquei minhas mãos nos bolsos, tentando me controlar.
-E então? _ela sorriu.
-O que você acha?-É um vestido lindo e você está muito bonita.
-Obrigada. E sabe qual é a melhor parte? _ela disse com um largo sorriso.
-Ele estava em liquidação.Eu soltei uma risada leve e neguei com a cabeça.
-É melhor eu ir me trocar. Marco estará aqui em breve para buscá-la.
Ela me deu um pequeno sorriso e eu saí do quarto.
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Gratidão sempre 💕
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Chegaste Para Ficar G!P
Fiksi PenggemarJuliana cria a sua filha sozinha, ela não acredita no amor até que conhece Valentina, uma garçonete que acalma uma das crises de choro de sua filha. Tudo mundo quando seus mundos se cruzam. Juliana G!P