Capítulo 1

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Já são mais de sete horas da noite e estou atrasada. Eu saio do metrô correndo e atropelo muitas pessoas, que me xingam, mas eu não ligo porque elas estão "certas". Preciso correr quase 1 km para chegar na faculdade antes que a minha aula comece e a professora me faça perguntas que eu nem entendo por ter perdido o tema.


Ainda bem que comecei a me exercitar, minha resistência está aumentando bastante, porque se fosse a um ano atrás, eu já teria caído no chão depois de dois passos(eu era MUITO sedentária).


Assim que passo pelo portão da entrada vejo minha amiga, Camila, me esperando.


- Cheguei, cheguei. – eu grito ainda ofegante e tentando retomar a respiração normal.


- Caramba, pensei que nem fosse vir mais. Te mandei mil mensagens.


- Desculpa, eu nem vi. Vim correndo da estação pra cá. Perdi minha hora no trabalho e depois o ônibus atrasou.


- Tá, tá bom. Vamos logo. – Camila agarra na minha mão e me puxa para a nossa sala.


A aula estava acontecendo normalmente e, de repente, o celular de todo mundo toca ao mesmo tempo. Algumas pessoas conferem o celular e outras fingem que nada aconteceu(eu sou uma dessas) mas a minha amiga é emocionada e olha logo o celular, realmente é uma mensagem.


Festa na casa do Pedro

Próximo sábado às 20h

Rua Gândavo, 190 - Ed. Bandeiras, Vila Clemência


- Quem é esse? – eu pergunto para Camila


- Eu sei lá, mas vamos pra festa, né? – reviso os olhos sorrindo.


Camila é uma boa pessoas mas impulsiva demais. Eu sou mais calma mas vou dar uma chance para essa festa.


- Pode ser. Eu não saio faz tempo e acho que vai ser divertido, mas eu preciso fazer compras.


- Vai ser semana que vem, então você ainda tem um tempo.


As aulas finalmente acabam e eu decido ir embora de carro, menos estresse para mim e peço o serviço por um aplicativo de carona. O motorista é um homem chamado Pedro e ele já está perto, cerca de 1 minuto, acho que ele acabou de deixar alguém por aqui.


- Boa noite. Pedro? – digo entrando no carro. Ele é um rapaz jovem, não deve ter mais que 25 anos, esbelto, forte e bonito.


- Boa Noite. Acabou de sair da faculdade?


- Sim, meu dia finalmente terminou, agora é direto para casa.


- Você vai na festa?


- Que festa? – pergunto complemente assusta.


- A minha. – continuo confusa. – No sábado. Você não recebeu o convite? Mandei pra todo mundo.


- Ah, então você é o Pedro, o dono da festa. – agora eu lembrei de que festa ele está falando. – Eu vou sim.


- Ué? Você não me conhece?


- Não. – respondo simples.


­- Eu sou tipo... o famosinho da faculdade. De que mundo você é? – eu rio.


- Acho que do mundo em que sou mais focada nas aulas do que nas pessoas que estudam no mesmo lugar que eu.


Ele ri e ficamos um tempinho em silêncio, o qual eu quebro com uma observação.


- O endereço da festa é a sua casa, certo?


- Sim.


- Então você mora aqui perto, poderia ir direto para sua casa e aproveitar para dormir mas faz prefere trabalhar em um aplicativo. Por quê?


- Eu não consigo dormir cedo. Aí venho trabalhar.


- Cedo? – eu digo em tom surpreso. – São quase onze horas da noite.


- Eu não durmo antes de uma da manhã. – arregalo o olho.


- Você trabalha em outro lugar?


- Sim e entro às oito.


- Como você ainda tá vivo? – ele ri.


- Eu já tô acostumado. Sempre fui de dormir bem tarde e meu corpo já acostumou com a rotina.


- Nossa, eu sempre tô morta de cansada. Meu final de semana é pra descansar. Eu durmo até não poder mais e faço só o necessário. Às vezes eu nem tomo café ou janto, nos fins de semana, pra poder dormir, descansar tudo o que eu não pude na semana.


- Mas vai abrir uma exceção para ir na minha festa? – diz convencido.


- Isso mesmo. Tem muito tempo que eu não saio. Eu só faço trabalhar, estudar e dormir. Tá na hora de sair um pouco e conhecer pessoas novas.


- Mas você me conheceu em um aplicativo de carona, indo pra casa, depois da faculdade. Não precisa sair da rotina para isso.


- Ah! Agora eu entendi.


- O que? – pergunta confuso.


- Você trabalha nisso pra conhecer pessoas, sem esforço. E não pra fazer hora antes de dormir. Eu que tô fazendo errado, mas primeiro preciso de um carro, né? – ele ri de novo, mas dessa vez com mais gosto.


A risada dele é contagiante e gostosa, aquece o coração. Conversamos sobre mais algumas bobagens e logo chegamos na minha casa.


- Prontinho, tá em casa e segura.


- Muito obrigada e boa noite. – saio da carro e me apoio na janela do passageiro. – E vai dormir logo. É para sua saúde, viu? Até.


- Tchau.


Eu subo para meu apartamento, já deve ser quase meia- noite, tomo um banho rápido e caio na cama.

Seu NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora