Depois de um tempo, mesmo sem estar completamente recuperada, me levantei e comecei a procurar pela minha roupa. Achei primeiro a calcinha, no pé da cama, olhei um pouco ao redor e vi meu sutiã perto da janela.
Enquanto o fechava, olhei para além do vidro e vi a cidade iluminada. Alguns prédios próximos ainda tinham as luzes acessas, isso que já deve ser mais de meia- noite. Me virei e fui pegar meu vestido, Pedro ergue o corpo e se apoia nos cotovelos, de costas na cama.
- Vai aonde?
- Embora, ué. – respondo como se fosse óbvio e colocando meu vestido.
- Não quer ficar mais um pouco?
- Melhor não. Está bem tarde e eu fiquei cansada. – surge um sorrisinho de canto na boca do rapaz deitado na cama. Pedro solta uma risada nasal.
- Espera um pouco, então, que eu te levo. – diz fazendo referência em se levantar mas eu o impeço, colocando a mão na caixa dos seus peitos.
- Não precisa. Você também está acabado. – digo isso pela cara de bobo cansado que ele está.
- Qual é? Deixa eu te deixar em casa. Em segurança. – ele coloca a mão na minha cintura e faz carinho.
- É sério, não precisa. Eu chamo um carro por aplicativo e chego rapidinho.
- Tem certeza? – eu assinto com um sorriso. – Tá bom. Você tem meu número, me manda mensagem assim que entrar no carro e quando chegar em casa. – o olho com deboche mas concordo. Eu ia me levantar mas Pedro me puxa de volta para a cama e eu resmungo. – Vai embora sem me dar um beijo de despedida? – reviro os olhos e o beijo.
Paro o beijo e finalmente me levanto, pego meu salto e minha bolsa.
- Tchau Pedro. – digo fechando a porta de seu quarto e não espero a resposta.
Saio rapidamente da casa e chamo o elevador. Entro e aperto o botão do térreo, enquanto o elevador desce, coloco meu salto e abro o aplicativo para chamar um carro. Quando chego na recepção, meu carro já está a caminho e vejo que tem mais gente entrando e indo em direção ao salão.
Essa festa vai longe.
Quando meu carro estaciona na portaria, sinto uma mão na minha cintura e eu me assusto, viro e vejo Pedro com o olhar cansado.
- Você não me deixou responder.
- Você tinha que tá dormindo.
- Que nada, eu tenho uma festa pra curtir. – se aproxima da minha orelha e completa. – Mesmo já tendo uma puta festa lá no quarto. – mordo o lábio com seu hálito batendo na minha pele.
- Eu tenho que ir, meu carro chegou.
- Tchau... – ele para e eu já sei o motivo. – Percebi agora que eu não sei o seu nome.
- Você transou com uma pessoa sem saber o nome dela? Uau, parabéns. – digo rindo. Eu não me importo dele não saber meu nome, para mim tanto faz. – Eu tenho mesmo que ir. Tchau, Pedro. – falo seu nome apenas para provocar já que ele não sabe o meu.
Eu praticamente corro para que ele não me alcance e peça para que eu diga meu nome e me faça perder o carro. Entro e o motorista dá a partida, olho para a portaria e vejo o jovem com cara de desacreditado.
Ligo para Camila e peço para que ela não diga meu nome, caso Pedro pergunte. É infantil? Sim, mas quem mandou ser "descuidado"? Vai ficar na curiosidade para sempre ou até achar uma outra forma de descobrir meu "precioso" nome.