Capítulo 2

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A semana passou bem rápido e o sábado chegou. Eu acordo cedo para ir ao centro comercial para procurar uma roupa para festa de hoje à noite, meu guarda- roupa está quase vazio, sem opção nenhuma.

O centro comercial tem uma rua principal que é onde eu vou ficar, sempre me perco ali. O bairro é muito grande e com muitas ruas paralelas, vou me manter nessa reta porque depois é só dar meia- volta e seguir em frente de novo para chegar à estação.

Eu vou voltar de carro por aplicativo porque vou estar com mil sacolas mas na estação é melhor para o carro passar e tem uma área reservada para isso.

Eu já passei em algumas lojas e comprei uns produtinhos de maquiagem novos, como uma base, uma paleta de sombras(na verdade foram duas, eu não tenho certeza da cor da roupa que eu vou comprar, então é bom ter opções), um kit de pincéis de sombra e uma caixinha de cílios postiços.

A Camila disse que ia vir comigo mas teve um problema de última hora no serviço dela e teve que voltar, e eu tive que continuar as compras sozinha mesmo. Mas até que está legal, é tipo tirar um tempo para si mesma, "descansar" das pessoas(entre aspas, né, porque o centro está lotado de gente).

Eu caminho mais um pouco e vejo uma loja com vestidos de festa lindíssimos na vitrine e vou direto para lá. Fico encantada com tudo assim que entro e uma atendente vem me ajudar.


- Bom dia, como posso ajudar?

- Compra todos esses vestidos para mim, por favor? – Nós rimos. – São muito lindos. Aqui é loja de fábrica?

- Sim, minha mãe e minhas tias que fazem todos.

- Nossa! Dá os parabéns a elas por mim, por favor. Um mais lindo que o outro.

- Obrigada. – diz tímida. – Já tem ideia de algum modelo?

- Mais ou menos. Eu quero um vestido com alcinha, não tão fina, e saia evase.

- Boa pedida. E cor? Tem alguma preferência?

- Eu estava pensando em rosa.

- Okay. Me acompanhe, por favor.


A moça me leva até os provadores, é um corredor com salas espaçosas para haver a troca das roupas. Eu espero por aos minutos e ela volta com um vestido maravilhoso.

Ele tem um comprimento mediano, vai até o meio da canela e tem decote em "V". Tem um tom rose dourado incrível, é liso, sem estampa nem renda mas é do tipo que chama atenção de todos a sua volta.

Eu o visto e entro como uma luva.


- Ficou perfeito. Vou levar.

- Maravilha. Eu só trouxe esse porque eu sabia que você ia amar.

- E amei mesmo. – digo sorrindo.


Eu tiro o vestido e entrego para a moça. Ela sai para fazer a nota enquanto eu me visto.

O vestido é caro mas o tanto que ele é lindo e me deixa mais linda ainda e compensa muito o valor. Não é um gasto, é um investimento, agora até para ir à padaria eu vou usar esse vestido.

Já comprei tudo o que eu precisava, então decido voltar para casa. Enquanto eu ia em direção a estação de ônibus, dois caras me cercam. Um deles coloca a mão na minha cintura, me empurrando para frente para eu continuar a andar e vira na próxima rua, com a outra mão ele encosta algo duro na minha costela e o outro cara fala baixinho, só para eu escutar:


- Passa a bolsa e tudo o que você tem.

- Sem gritar, nem fazer movimentos bruscos, senão eu atiro. - O cara que está me segurando diz em um tom baixo mais firme.


Eu já estava totalmente assustada e quando ele disse isso, eu estremeci. Respirei fundo para não chorar mas, mesmo assim, meu corpo amoleceu e o cara teve que me segurar.


- O que cê tá fazendo? – ele diz me levantando.

- Eu não tô me sentindo bem. – digo com a voz chorosa.

- Foda-se! Eu tô nem aí. Se arruma. – eu me esforço para me manter em pé, o choro eu já não controlo mais.


Na minha bolsa não tinha nada de muito importante. Eu deixo meu celular, cartão, dinheiro e documentos em uma bolsinha, estilo pochete, debaixo da roupa, esses eram os mais importantes em questão material, mas, psicologicamente falando, fui destruída.

Os caras pegaram as coisas que eu comprei e minha bolsa e foram embora. Eu fiquei parada ali mesmo, olhando para o nada e tentando me acalmar. As pessoas envolta viram o que aconteceu, mesmo eu não fazendo escândalo, elas devem ter percebido mas não fizeram nada.

Eu ainda estava perto da loja que comprei o vestido e decido voltar lá para me acalmar. Assim que entro a moça que me atendeu antes vem na minha direção.


- O que aconteceu? Você tá pálida.

- Eu acabei de ser assaltada. – e eu caio no choro, de novo.

Seu NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora