|Capitulo 8

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Pov. Noah Urrea

Terça-feira, 12:30

Estamos aqui a quase uma hora e meia. Isso só pode ser brincadeira.

Está tudo escuro aqui e eu não enxergo quase nada.

Diarra está sentada no chão, encostada na parede, com os joelhos encolhidos, cotovelos apoiados no joelho e as mãos na orelha. Ela está toda encolhida e parece estar chorando. Ela já respirou fundo muitas vezes e não para. E eu estou em pé perto da porta.

Será que eu faço alguma coisa?

- Diarra - Chamo, mas ela não responde.

- Princesa - Eu chamo novamente, e nada.

- Princesa Sylla! - Falo mais alto e ela olha pra mim com os olhos cheios de lágrimas - O que está acontecendo?

- Não, não é nada - Ela diz com dificuldade.

Eu não gosto dela. Mas não sou uma pessoa tão horrível a ponto de deixar alguém nesse estado. Ela parece a beira de uma crise de ansiedade. E, estranhamente, vê-la assim me dá um pequeno aperto no coração.

Eu preciso ajudar a coitada.

Suspiro e me sento ao seu lado.

- Isso - Aponto pra ela - Não é um nada. Você está toda encolhida e chorando! Me conte o que esta havendo - Digo, eu não sou muito bom em ajudar as pessoas que estão chorando, sempre me desespero e não sei o que fazer.

- Eu não gosto de lugares apertados - Ela diz me olhando - Claustrofobia, eu só não gosto, tenho pavor - Diz com a voz embargada - Quase não consigo respirar.

E se ela desmaiar aqui?

Era só o que me faltava. E o que eu faço depois de perguntar? Socorro, alguém me ajuda.

Seguro suas mãos e me viro totalmente para ela.

- Tá tudo bem, Diarra. Respire fundo, nós já vamos sair daqui, só mais alguns minutos - Olho ao redor, procurando algo que nós tire desse lugar apertado e quente.

- Tudo bem - Ela sorri sem mostrar os dentes. Mas eu sei que não está.

Então, como se eu sentisse necessidade de conforta-la, puxo seu corpo pequeno para um abraço. E percebo ela ficar tensa e surpresa

O que me surpreendeu também, eu nunca abraço ninguém.

Ela respira fundo de novo e parece mais calma.

- Por que está fazendo isso, príncipe? - Ela pergunta e eu empurro calmamente ela, que enxuga as lágrimas me olhando.

- Não sei, eu não gosto de ver as pessoas chorando - Não é por causa disso, porém, ela não precisa saber - Mas eu ainda não gosto de você.

- Tá bem, mas parece que você não me odeia tanto assim, não é, Urrea? - Ela solta uma risada anasalada.

Mas não perde a oportunidade de me provocar mesmo.

- Parece que não, Sylla - Sorrio olhando para ela.

E de repente, um choque de realidade.

Me levanto e a olho sério.

- Agora me ajude a nos tirar aqui, eu não aguento ficar um minuto a mais nesse lugar abafado.

Ela revira os olhos e se levanta.

- No três, eu vou arrombar a porta, ok?

- Ok - Ela segura a risada.

- Eu por acaso contei alguma piada? - Pergunto colocando as mãos na cintura e a encarando sério.

𝐁𝐞𝐭𝐰𝐞𝐞𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐚𝐧𝐝 𝐖𝐚𝐫 | 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐫𝐚Where stories live. Discover now