𝐁𝐞𝐭𝐰𝐞𝐞𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 𝐚𝐧𝐝 𝐖𝐚𝐫 | 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐫𝐚

|Capítulo 21

Pov. Diarra Sylla

Segunda-feira, 21:50

- Co-como você sa-sabe? - Noah gagueja olhando pra mim de olhos arregalados.

- Eu te escutei falando com o Josh hoje, eu estava indo ao celeiro para pegar meu cavalo e ouvi vocês dois. Eu juro que a princípio foi sem querer, mas depois eu ouvi meu nome e foi difícil demais não escutar. - Dou de ombros sorrindo - Como assim "É e não é", Noah?

- Ah, pelo amor de Deus. Eu não quero explicar. - Ele da de ombros também com uma expressão cansada - Vocês não entendem nada.

- Hum... - Olho para a frente ainda sorrindo.

Ele gosta de mim.

Como eu gosto dele.

Isso é estranho demais, primeiro a gente se odeia, aí ele tem uma amante.

E, de repente, a gente não se odeia mais tanto assim e ele não tem mais uma amante.

E agora nós estamos aqui: nos beijamos pela segunda vez. Ou terceira? Mas a do casamento não conta.

Ou conta? Conta sim porque eu quis, e tenho certeza que ele queria também.

Eu ainda não sei quando exatamente eu desenvolvi algum tipo de carinho por Noah.

Porque até onde eu me lembro, eu realmente não gostava desta praga.

Mas aí ele começou a ficar menos pior do que parecia, e menos, e menos, e cada vez menos.

Até esse dia. Até esse momento.

Tudo levou até este exato segundo onde eu me vejo presa em uma bolha de sentimentos confusos.

Eu não amo Noah. Tenho quase certeza disso.

Mas também o que eu sinto por ele não se resume a atração física.

Eu realmente tenho um sentimento por ele.

Só não sei indentificar qual é exatamente.

- Então... - Noah diz parecendo envergonhado - Estamos em silêncio a mais de cinco minutos, né... No que está pensando?

- O que você sente? - Minha boca profere as palavras sem minha permissão.

- Por você? - Ele me pergunta parecendo surpreso.

- An, é?

- Não sei, Diarra. É uma pergunta muito difícil. Sinto muitas coisas, mas não sei dizer se é irritação ou se é alguma coisa... Hum... Como eu posso dizer? - Ele se enrola.

- Ou se você gosta de mim? - Solto o mais diretamente possível.

- É. - Ele coça a nunca nervoso.

- Estou do mesmo jeito. Sem saber de nada. - Digo. Ele respira fundo e fecha os olhos como se estivesse a se preparar para alguma coisa muito grande.

- Então... - Ele repete, respirando fundo mais inúmeras vezes. E então ele para, e fica olhando para o nada como se estivesse pensando.

- Então, o que, menino voador? - Pergunto rindo e tentando amenizar o clima estranho que se instalou.

- Pare com isso! - Ele abana com a mão quase rindo também. Mas para depois de alguns segundos, e respira fundo, de novo - Oquevoceachadetentarmosdescobrirjuntos? - Ele diz muito rápido ainda olhando para a escuridão ao nosso redor.

- O que? Você falou rápido demais, e... - Não posso terminar quando Noah se vira para mim e segura minhas mãos firmemente, mas ainda com delicadeza.