Um abraço que cura dodói

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Enquanto espero o "plim" da torradeira vejo pela janela, uma menina, de aproximadamente oito anos andar de bicicleta, a menina parece até estar feliz e exclama algumas palavras inaudíveis, diante a nossa distância.
A pequena perde o equilíbrio e ao cair, um casal que julgo ser seus pais aproximação e a enchem de amor, acaba que ela nem faz expressão de dor e em um abraço os três se unem, que imagem comercial de margarina
O abraço de seus pais a aliviaram daquela dor, a ardência do joelho ralado, quantos abraços seriam necessários para aliviar a minha dor? Será que existe uma quantidade capaz de curar? E a mim, quantos abraços foram negados e negligenciados?
O barulho ecoa pela cozinha me despertando, sirvo o café da tarde para o Sr. Marlon e término de ajeitar toda a cozinha e finalizando já a janta. Em todo tempo fico com a imagem da família feliz, como será a vida dessa menina, e como ela vai lidar com o primeiro tombo dela na vida? Será que seus protetores estarão por perto? Como é a vida dela?
Dúvidas e questões como essa surgem e eu tento me controlar, aliás nem era da minha conta a vida da menina, e nada tenho com a família dela, pelo menos parecem acreditar e torcer pela garotinha, que sorte ela tem e nem imagina.

_Sr., a janta já está posta - digo entrando na sala e limpando minha mão no avental.

_ Obrigada minha querida, poderia ajudar esse velho a se levantar?

_ Se apoia em mim - o ajudo e em passos lentos caminhamos até a mesa, durante o pequeno trajeto até a primeira garfada, ele me conta sobre as notícias e compara sua adolescência com o mundo atual, ele me convida para jantar, mas receiosa agradeço e volto para a cozinha a fim de terminar todo o serviço e voltar para casa.

_Querida já está tarde, durma aqui por essa noite, a casa tem quartos para isso e está perigoso lá fora. - eu sempre recuso, mas talvez pelo susto de mais cedo e o cansaço, cedo e após ajudar o Sr a se deitar e tomar seus remédios, vou até o quarto que ficarei fecho as janelas e tranco a porta, entro no banheiro tomo um banho, sem me importar visto as mesmas roupas, deito mas se adormeço?
Ah como queria que essas pequenas coisas fossem fáceis.

As mágoas de uma menina Onde histórias criam vida. Descubra agora