O passado diz Olá

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Caminho por um campo verde, um verde vibrante e extenso composto por flores de tamanhos e folhagem diversos.
Um ambiente tão lindo e calmo, que seria apto a um cenário de felizes para sempre de algum enredo mexicano, onde termina com o casal que sofreu durante todo o drama, com famílias rivais, ou com desigualdade financeira, uma ex vingativa e a vilã da história, esse casal fecharia com ambos sentados abaixo de uma árvore, com olhares e beijos apaixonados olhando seus filhos brincarem com um cachorro fofo e dócil, até surgir no meio da tela "the end" .
Enquanto penso num suposto final feliz, ando pelo campo, sentindo seu aroma fresco, o vento em meu rosto agradável e com os braços abertos, deslizo minhas mãos sobre as flores e suas folhagens a sentindo em minha pele, flores essas que me tocam de forma macia me trazendo bons sentimentos.
Em meio a beleza que contemplo com o olhar, avisto uma flor que se destaca entre todas, meus olhos a admiram e corro mais depressa para chegar perto e sentir teu cheiro .
Até que sinto a falta do chão, e com um grito de dor , anúncio o impacto entre meu corpo frágil e o chão frio, abro meus olhos e nada muda, tudo escuro.
Poucos são os flash de claridade, tento pedir por socorro, mas um par de mãos tão gelado como o chão, segura meu corpo e abafa o meu choro, sento então arrastada para um lugar cada vez mais sombrio, suplico por alguém que nem se quer vi, choro e peço pela minha mãe, uma mistura de medo e desespero ....

_Catherine, para de chorar alto se não a, Madre Eugênia irá nos castigar.

Controlo meu choro, me agarro ao travesseiro e em silêncio escuto a batida acelerada do meu coração, o medo do sonho permanece comigo, aliás ele nunca me deixa só.
As minhas mãos impuras eu furo com minhas unhas, e as arranho, como se eu fosse capaz de arranca-las e me sentir melhor .

As mágoas de uma menina Onde histórias criam vida. Descubra agora