Capitulo 8 | O labirinto

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Sami Martínez

Nós não tínhamos muitas informações sobre o que estava acontecendo dentro daquele labirinto, e de certa forma isso me incomodava muito mais do que normalmente deveria.

Não por preocupação com os competidores, claro, eu me importo com eles também, mas o principal motivo é que essa sem dúvida deve ser a prova mais perigosa que eles terão que enfrentar. De qualquer forma, ainda vai ser menos imbecil que a prova do lago.

Eu ainda não superei aquilo.

Nós olhamos para o céu e aquele feitiço envolvendo a luz vermelha havia sido conjurado. Os diretores se olharam inquietos, como se soubessem que havia muita coisa por trás daquele tal pedido de ajuda.

— O que deve ter acontecido? — Hermione questionou franzindo as sobrancelhas com aquela expressão típica. — Será que eles estão bem?

— Acha que foi alguma desistência? — Neville se pronunciou enquanto tirava a cabeça do ombro de Gina.

— Creio que não. — Disse tentando imaginar o que pode ter sido a causa desse alerta. — Eles chegaram tão longe para desistir agora? Não faz sentido.

— Eu concordo. — Gina disse, mas então ficou por isso mesmo e apenas isso.

Essa não é uma daquelas provas em que nós podemos observar como eles estão se saindo, é cada um por si e Merlin por todos. Nos resta torcer para que não tenha nenhum morto dessa vez.

No entanto, algum tempo se passou e fomos informados de que Harry e Krum não estavam mais no labirinto. Claro, soubemos que eles tocaram a taça ao mesmo tempo, soubemos que Cedrico e Fleur haviam sido retirados do Labirinto.

O ponto que quero chegar, é que ninguém estava achando aqueles dois, e isso sim foi desesperador. Ron tentava acalmar Hermione (Ele falhou) e nós continuamos esperando. A volta deles demorou mais do que deveria, e não parecia que as coisas estavam bem.

Cedrico estava sendo submetido a uma espécie de interrogatório, parece que ele entrou sob o efeito daquela maldição imperdoável, o imperius, enquanto estava no labirinto, algo que com certeza não deveria acontecer.

Não sabemos muita coisa além de que poucos minutos antes das luzes vermelhas atingirem o céu pela segunda vez, ele atacou Krum e Fleur  Harry deu um jeito para que ele ficasse parado.

Quando Potter, o vencedor, chegou em terra firme abaixado no chão, todos começaram a comemorar. Trompetes, a banda da escola, os diretores uivando de alegria, aquela festividade que todo mundo gosto.

Porém, ouviu-se um grito feminino vindo de Fleur, e isso foi o suficiente para silenciar a música e dar início a um novo som: Os burburinhos e sussurros enquanto ela apontava para o corpo pálido de Krum por baixo de Harry.

Claro, o pânico se instaurou quando perceberam que havia um corpo morto bem debaixo de nossos narizes. Harry explicava sobre o que havia acontecido, mas eu não estava entendendo tudo que estava acontecendo ao meu redor.

Gina levou Hermione para ir tomar um ar, é claro que ela ficaria mais abalada do que a maioria de nós. Em contrapartida, Ron foi correndo falar com o melhor amigo e ver se o garoto estava bem, ver se ainda tinha todas as partes bem presas ao corpo.

Meu cérebro esqueceu de traduzir as coisas que eu ouvia e tudo começou a se tornar um zunido irritante que tomou conta dos meus ouvidos. Eu não sei se estou em condições de falar algo agora, ele realmente não merecia isso. Nenhum deles.

— Eu acho que vou vomitar. — Neville disse enquanto sua pressão parecia cair, de fato não é uma cena agradável, ainda mais para ser presenciada por um bando de adolescentes.

Não falei nada, apenas fiz um movimento com a cabeça para que saíssemos de lá também, ficar em uma multidão quando se está prestes a desabar não é uma escolha muito inteligente. Peguei na mão do menino e o arrastei junto comigo para a enfermaria.

Enquanto nos tomávamos distância, eu escutei a voz do diretor da escola de Vitor Krum. Como mencionei, não estava em condições de traduzir muita coisa, mas ver aquele homem enorme com a voz falha indo em direção ao seu melhor aluno foi de quebrar o coração.

— Saia da minha frente, Dumbledore! Me deixem passar. — Ele gritou enquanto passava na frente dos outros. — É o meu aluno... É o meu garoto!

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Estávamos todos no salão principal novamente, e dessa vez não foi por um motivo do qual eu tiraria sarro depois. Estamos aqui para uma homenagem ao jogador Vitor Krum, que perdeu sua vida para o Lorde Valdemort.

Sim, nós acabamos descobrindo que o lorde das trevas estava de volta, e tinha uma boa ordem de seguidores agora. Acho que esses bruxos nem ao menos deveriam ser considerados pessoas, eles não entendem a dor que causam? No fim, todo esse genocídio vai servir para que?!

Se o objetivo desses merdas é a soberania dos que tem sangue-puro, que seriam considerados uma raça superior, então qual a diferença deles para o causador de um dos períodos mais sombrios da história do mundo trouxa?

Eu não vejo nenhuma, a não ser a magia.

— Essa perda me faz lembrar de que embora nós venhamos de lugares diferentes, nossos corações batem como um só. — Dumbledore dizia com um olhar baixo em seu discurso. — Em memória de Vitor Krum.

Não posso dizer que a vida parou depois desse terrível acidente envolvendo o torneio Tribruxo, mas garanto que as coisas vão ficar mais difíceis a partir de agora. Acho que eu já deveria esperar isso de alguma forma, visões nem sempre são um bom sinal, não é?

Nós estamos prestes a ir embora para as nossas devidas casas, minhas malas estão em mãos e eu mal posso esperar para entrar no expresso e quando sair, encontrar aquela idosa com tranças brancas no cabelo. Espero que ela tenha trago Gabu para me ver dessa vez, seria bom ver o nosso gato depois de todo esse tempo.

Estava conversando com Neville e Gina quando o trio começou a andar na nossa direção, eles falam alto então não foi difícil escutar até que eles chegassem.

— Acha que ano que vem as coisas vão se acalmar? — Ron disse, fazendo com que e Gina fizesse um sinal de "não" com a cabeça para esconder a risada

— Nos seus sonhos, Ronald. — Hermione disse desacreditada também. — Prometam que vão me escrever!

— Você sabe que eu não escrevo cartas para ninguém.

— O que?! Não começa vai! — Ela retrucou dando um empurrão no ruivo. — Harry?

Claro que Harry escreveria, ele parece ser do tipo que gosta de escrever. Eu também gosto, mas a diferença é que eu nunca mando as cartas que eu escrevo, geralmente guardo em uma caixa de sapato como uma espécie de lembrança idiota.

— Eu assino embaixo! É melhor não ficar superando, Sabe-Tudo— Gina disse irônica assim que eles chegaram junto a nós.

— Meu Deus...— Harry riu e coçou a cicatriz em sua testa. — Vocês são os maiores idiotas que eu já vi.

Everybody Talks | Harry Potter (em hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora