Park Chaeyoung sempre tenta se concentrar em suas aulas, mas isso é um tarefa quase impossível quando sua professora é ninguém menos do que Jennie Kim, sua paixão de longa data.
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Alguns dias se passaram desde a estranha ameaça de Yongsan. E mesmo que o alerta incessante no fundo de sua mente a orientasse a ficar de olhos bem abertos, Chaeyoung acabou por ignorar isso. A notícia de que seu irmão mais velho, Kyungsoo, voltaria a morar em Seul lhe ajudou a esquecer as palavras de Lee. Ela estava deveras animada, até mesmo Jennie apontou isso quando saíram na quinta-feira.
Agora, sentada em uma das poltronas na oficina de Jungkook, ela devorava as batatas fritas que Hoseok havia trago enquanto observava o amigo mexer em algo no motor de um carro. Jungkook morava com a avó, o irmão mais novo e a mãe, seu pai os abandonara para fugir com a amante alguns anos atrás. Desde então, Jeon resolveu manter a oficina, pois precisavam de um sustento. E após muitos anos observando o homem mexer com todas aquelas peças, acabou aprendendo. Rosé se arriscava algumas vezes ajudando o amigo, ou até mesmo consertando algo em sua motocicleta, e isso gerava provocações de Lisa que vivia dizendo "suas mãos são delicadas demais".
— D.O chega no sábado? — um Jungkook sujo de graxa inquiriu enquanto secava o suor da testa com um pano velho e encardido.
— Isso mesmo. Dessa vez é definitivamente. A filial da empresa aqui na Coréia apareceu com uma vaga vazia, e como ele sente falta de casa, resolveu pegá-la. A notícia parece ter renovado o humor da mamãe, ela nem mesmo brigou comigo por deixar minhas camisetas jogadas pelo quarto.
— Ela deve estar muito feliz mesmo, porque para não reclamar da bagunça que seu quarto fica quando você resolver sair jogando as roupas por cada canto... — Hoseok provocou.
Chaeyoung apenas riu. O rapaz ia dizer algo, mas percebeu que a menina já estava longe dali. Ela mantinha o olhar vago no chão enquanto mastigava a batata com cheddar. Às vezes parecia que a loira se teletransportava do mundo real até chegar a outro lugar completamente diferente, um lugar onde se refugiava. Jungkook notando o silêncio, levantou o olhar para onde o namorado e a amiga estavam sentados. Ele apenas balançou a cabeça quando Hoseok o encarou confuso. Sendo um garoto esperto, Jeon sabia que quando a garota estava em seus próprios pensamentos era melhor deixá-la quieta.
Muitas coisas não possuíam a necessidade de serem questionadas.
— Acho que vou pintar o meu cabelo de rosa — proferiu Chaeyoung de repente.
Os dois rapazes apenas se entreolharam novamente. E quando Jungkook deu de ombros, Hoseok falou:
— Vai ficar bem em você.
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O sábado chegou na mesma velocidade que uma tartaruga correndo. O time de basquete de Rosé jogaria novamente naquela noite, e a de cabelos agora rosa, encontrava-se animada. Seu irmão provavelmente já estaria a caminho de casa, já que o patriarca da família Park tinha saído bem cedo para ir até o aeroporto.
