Dores e Conforto.

1.6K 141 29
                                    

O capítulo contém cenas de violência explícita, homofobia e degradação verbal. Caso não se sintam confortáveis ao lerem, pulem até os asteriscos que é onde a cena encerra.

Boa Leitura!

Park Chaeyoung como qualquer outra pessoa também tinha medos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Park Chaeyoung como qualquer outra pessoa também tinha medos. Ela havia nascido em Auckland, na Nova Zelândia, e mudou-se para a Austrália quando tinha dois anos. Sua família sempre a apoiou e esteve ao seu lado, todavia, isso não a impedia de ter fraquezas ou qualquer tipo de insegurança. Quando seus pais foram para a Coréia pela primeira vez, ela se encantou pelo país, a cultura era totalmente diferente de Melbourne, e embora tenha se adaptado bem, não podia evitar sentir falta do clima da Oceania após começar a residir definitivamente em Seul. Ela se lembrava até hoje de quando tinha quinze anos e foi para o ensino médio.

A adolescência é um período de descobertas e aceitações para muitas pessoas, embora algumas venham a desabrochar mais tarde. Para ela foi assustador descobrir quem era. Uma das memórias mais felizes daquele ano, foi quando contou sobre sua orientação sexual aos pais. O Sr. Park murmurou um "já sabia", e sua mãe apenas abriu os braços com um sorriso dizendo "você ainda é minha Chaeyougie", ela chorou muito. Mas quem dera se toda sua adolescência as pessoas tivessem agido daquela maneira em relação ao assunto. Ela ainda morava na Coréia, um país conservador e homofóbico.

Uma das piores lembranças que ela tinha e ainda a assombrava vez ou outra, aconteceu no meio daquele ano, em 2012. Chaeyoung tinha duas amigas, e embora achasse um pouco ridículo a maneira que ambas agiam vez ou outra, ela relevava. Porém, um dia, por um deslize seu, enquanto ouvia um áudio de Kyungsoo dizendo que estava feliz por ela finalmente ter se aceitado e contado aos pais, SunHee e ChanHa ouviram a conversa. A notícia se espalhou por toda a escola. A vida de Park começou a ser um inferno graças as garotas que ela pensava serem suas amigas.

O bullying aumentou, sem contar os ataques homofóbicos que sofria, isso quando os garotos da sala não dirigiam-lhe indecências e proferiam nojeiras que ela desejaria nunca ter escutado. Ela desabafou com Kyungsoo, quando estava prestes a começar o segundo ano e todos aqueles ataques se tornaram insuportáveis. Ele a convenceu a contar ao senhor e senhora Park. Ambos ficaram tristes por não terem percebido mais cedo, e mudaram Chaeyoung de escola. Felizmente ela havia aprendido a lidar com as ofensas, e atualmente na faculdade, as pessoas nem ligavam muito pra isso, embora ainda existissem aqueles que viam uma coisa simples como a maior profanação já existente.

Uma delas agora estava na sua frente, a encarando como se ela fosse um alvo perfeito para lançar dardos envenenados.

— Yongsan, me deixa ir — ela se remexeu nos braços de Hongjyun, um dos caras que andava com Lee, tentando se soltar.

— Pra que a pressa? Marcou de ir encontrar com a Sra. Kim? — ele sorriu diabolicamente, se aproximando até ficar a centímetros de seu corpo.

— Você tá falando besteiras, eu tenho que ir na loja de música e voltar pra casa. Me deixa ir — pediu. Ela não queria demonstrar, mas estava com medo.

Professora Kim | ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora