Estava sentada na sala de aula conversando com Ander e Polo, quando nosso amigo, Guzmán, adentrou e foi direto até Nadia, passando direto por nós sem nos cumprimentar.
"Bom dia, né?" Polo zombou.
"Bem... poderíamos dormir nós quatro na minha casa." Sugiro.
"E os seus pais?" Ander pergunta me encarando.
"Eles nem vão se importar." Levantei meus ombros."Ou a gente pode ir para a sua casa, Ander." Dei a ideia.
"Eu não sei... a gente pode deixar isso para outro dia?" Muñoz encarou a mim e a Polo, apoiando o seu braço em cima da mesa.
"Tudo bem, já estou vendo que vai demorar muito para termos um noite juntos de novo." Falei tirando o blazer do uniforme, colocando no colo.
"Vou passar a noite com a Carla, no nosso apartamento." Polo comentou e foi aí que eu me lembrei. Ele e minha irmã agora tinham um apartamento juntos.
"Ah, sim, porque tudo agora é a Carla, tudo é o treino e tudo é a Nadia. Ninguém tem tempo para mim." Disse chateada, escondendo com meu humor por cima.
"Não fala isso, você sabe que é a minha melhor amiga, minha cunhada e é como a minha irmãzinha." Leopoldo afagou minha cabeça, sorrindo de lado.
Martín entrou no sala e seguiu seu caminho até Guzmán, que o chamou para conversar sobre seu trabalho e de Nadia.
"Pessoal, eu achei que minha explicação tinha sido clara. Eu quero que lendo o trabalho, fique com uma ideia claríssima de quem a outra pessoa é." Disse o professor depois de conversar com o Nunier.
"Você se esforça demais, Martín, com alguém que não merece muita atenção." Lucrécia se sentou ao meu lado, lançando a indireta para Nadia.
"Não, não estou me esforçando demais. Mas eu acho que ela tem capacidade e pode ser a melhor da turma, bom todos vocês podem com esforço." Respondeu o mais velho e tive vontade de revirar os olhos.
[...]
Guzmán e eu estávamos conversando no corredor do colégio no dia seguinte, encostados nos armários quando de repente Ander chegou empurrando ele.
"Posso saber que porra foi essa?!" Encarei confusa quando ele usou aquele tom."Calma aí." O ruivo tentou acalmá-lo, levantando as mãos.
"Tem noção do problema que me arranjou?" Ander bravejou, seu rosto ficando vermelho de raiva. Entreolhei os dois com óbvia confusão.
"O que está acontecendo?"
"Cara, eu estou preocupado com você. Eu sou o seu amigo." Guzmán olhou nos olhos do outro enquanto respondia as perguntas com calma.
"Tá, então você vem e fala comigo ao invés de me dedurar." Agora mais calmo, Ander suspirou.
"O que aconteceu?" Fui ignorada mais uma vez.
"Cara, você sabe como eu sou com drogas, com tudo o que aconteceu com a minha irmã." Olhei para ele quando ele relembrou alguns momentos do passado, mas depois processei melhor o que ele disse.
"Drogas?" Encarei Ander. "Você está usando drogas?"
"Guzmán, por favor, supera isso. Supera o que aconteceu com a sua irmã, tá bom? E para de foder os outros com isso." Dito isso, Ander foi embora, seu humor ainda para baixo.
"O que aconteceu, Guzmán? Drogas?" Cruzei os braços querendo saber o que diabos estava acontecendo com Ander e ele.
"Vem." O garoto pegou em minha mão e me levou para um lugar mais privado. Lá ele me conta tudo sobre o que aconteceu com Ander e a história das drogas.
"É sério? Eu não acredito nisso." Passei a mão pelo cabelo frustrada.
"Ignora falar sobre isso com ele. Talvez ele te conte por vontade própria." Me olhou, antes de desviar o olhar para alguns dos poucos alunos que passavam por nós.
"Eu não vou falar nada." Concordei, indo e me sentando ao seu lado, me encostando em seu ombro.
[...]
Deitei de bruços em minha cama olhando para a parede nua, o rosto apoiado no travesseiro. O tempo parecia demorar para passar, os segundos se transformaram em minutos e os minutos em hora. Estava tudo chato, até mesmo o celular estava chato. Minha mente vagou para o jantar que Lucrécia e eu tínhamos marcado, mas eu desmarquei para estudar.
Chato para mim e com certeza divertido para Carla, que estava na área da piscina com Christian. Soube pois ouvi a voz dele mais cedo e fui ver o que ele estava fazendo aqui. E eu com todo o meu coração me arrependo de ser curiosa.
Para mim não fazia sentido Carla trair seu namorado, principalmente com alguém que ela conheceu há tão pouco tempo. Fiquei preocupada quando ouvi vozes do andar debaixo quando Mirella, a empregada da casa, abriu a porta e Polo entrou falando que Carla estava lhe esperando.
Não perdi tempo e desci as escadas descalça correndo até a porta que levava para fora, com cuidado para não fazer barulho. Meu queixo caiu quando Polo parecia não se importar com a traição diante de seus olhos. Então arregalei meus olhos quando descobri que na noite do baile de debutante de Marina, Christian e Carla estavam juntos, com Polo assistindo escondido já sabendo que aquilo estava acontecendo.
Quando Christian recolhia suas roupas para sair, chateado, bravo, me apressei para voltar para o meu quarto. Era isso, então? Pelo o que me parecia, Carla estava usando e abusando da ingenuidade de Polo para ficar com outro.
[...]
"Bom, pessoal, eu recebi todos os trabalhos por email e queria dizer obrigado. Eu estou muito contente." Martín começa a dizer, orgulhoso, sobre os trabalhos entregues.
"Eu acredito que ficou comprovado que esse trabalho foi muito importante para conhecer melhor a nós mesmos e para saber o que nós realmente queremos que os outros saibam de nós, qual é a imagem que queremos projetar, o que nós escondemos dos outros." Caminhou de um lado para o outro.
"Realmente somos o que os outros pensam que nós somos, ou eles só veem o nosso melhor lado?" O professor perguntou, olhando para toda a turma.
revisado em 27/02/24
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𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 - A ɪʀᴍᴀ̃ ᴅᴀ Cᴀʀʟᴀ
FanfictionTudo ia bem na vida de Clara e de seus amigos... até a entrada de três bolsistas em sua escola, Las Encinas, onde tudo poderia mudar. Mas também pode despertar uma paixão, mas eles poderiam ficar juntos? Segredos e mais segredos, define a vida de t...