Chapter 2: Sleeping for seconds

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— Já cuidei de todos os ferimentos graves, ela vai ficar bem. No entanto, por conta da gravidade dos ferimentos ela vai demorar um pouco para acordar. – Disse a Akutagawa, que de certo modo tranquilizou-se ao ouvir isso.

— Entendo.

Mori encarou Akutagawa brevemente enquanto o mesmo não o olhava, parecendo querer ver através dele.

— Mudando de assunto, vou te passar uma missão.

...
Ryūnosuke
 

Um dia se passou desde o ocorrido com Higuchi, ela continua inconsciente.

Nesse momento estou com a mesma na enfermaria da Máfia, sentado em uma cadeira ao lado da cama, fiz a mesma coisa ontem também. Enquanto a observo, me lembro da situação terrível que Higuchi estava antes, pensar nisso causava um estranho aperto em meu peito... 

Sinto-me mal em pensar que é por minha causa o fato dela estar cheia de faixas agora, eles queriam informações minhas, e por não dizer nada terminou nesse estado.

Por que que quando eu a olho desse jeito me sinto estranho? Nervoso ou com... medo, talvez eu não queira perdê-la...? Me disperso de meus pensamentos quando vejo algo que definitivamente não esperava que acontecesse.

Avistei o momento exato onde Higuchi forçou os olhos, e então os abriu lentamente, demonstrei-me surpreso enquanto assistia a cena. Ela parecia bem desconfortável, provavelmente sentindo dores.

Onde... estou? – Perguntou mais para si mesma.

Minha presença ainda não foi notada, aparentemente.

— Você está na enfermaria. – Respondi, vendo-a se assustar ao ouvir minha voz e virar levemente a cabeça para me olhar.

Ela parece surpresa.

— A-Akutagawa-senpai...? – Pronunciou meu nome confusa. – O que houve?

Ela não se lembra?

— Você foi sequestrada, e quando eu te encontrei você estava extremamente ferida. – Expliquei calmamente, enquanto ela me fitava com o olhar fracamente aberto.

— Agora me lembro... você me resgatou? – Pude perceber um pouco de expectativa em sua pergunta.

— Não, foi apenas uma coincidência ter te encontrado. Mas eu estava a sua procura.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos.

— Entendo.

Desviei minha atenção para baixo enquanto pensava, pude ouvi-lá puxando o ar e soltando-o para fora, parece que está tentando recuperar as forças que deve lhe faltar.

— Você... – comecei olhando-a e logo vendo-a virar o rosto para mim novamente.  – Mesmo sendo torturada não disse nada sobre mim para eles... – finalizei ainda inconformado, e sei que ela notou isso.

Subitamente noto um sorriso em seus lábios e ela me respondeu:

— Eu nunca diria nada de você à ninguém.

Fiquei em silêncio, um tanto surpreso por sua resposta.

Uma lembrança estalou na minha cabeça, lembrei-me do que aquele homem havia dito antes:

"Odeio inimigos fiéis!"

Isso responde muita coisa, abaixei meu olhar sem desviar minha atenção dela.

— Higuchi... obrigado. – Ela sorriu mais abertamente, acho que ela sorriria ainda mais se seu corpo não doesse.

— É muito bom ouvir isso em meus últimos momentos.

Últimos momentos? Ela acha que vai morrer?

— Últimos momentos? O que está dizendo, você vai ficar bem.

— Vou? – Disse parecendo não acreditar nisso. – Então porque eu sinto como se eu não fosse passar nem de mais uma noite?

— Não se preocupe, você só precisa descansar. – Eu disse com certeza, Mori não mentiria para mim. Certo?

— Se você diz... tudo bem.

Ficamos em silêncio por eternos segundos, até que ela quebrou o silêncio.

— Eu queria sentar... mas estou muito fraca pra isso...

— Eu te ajudo. – Respondi de forma automática, acho que sequer pensei antes de responder.

Eu a segurei deixando-a sentada, nos primeiros segundos ela pareceu bem desconfortável.

— E-eu sinto como se eu fosse cair para o lado a qualquer momento. Você poderia sentar aqui ao meu lado para que eu me apoie em você? – Perguntou calmamente.

Acho que as dores fazem-na não pensar, Higuchi possivelmente nunca me perguntaria algo assim, observei o chão por alguns segundos enquanto pensava, e quando levantei a cabeça novamente notei o olhar de Higuchi baixo.

— Perdoe-me... estou abusando de sua presença. – Ela falou, parecendo arrependida pelo o que disse.

Balancei minha cabeça negativamente.

— Não. – Respondi levantando-me da cadeira. – Tem espaço? – Perguntei, já que a mesma ocupava o meio da cama.

A mesma se esforçou para ir para o lado e com minha ajuda sobrou mais espaço. Sentei-me na cama e senti sua cabeça repousar em meu ombro.

— Então... como você me encontrou? – Perguntou-me com os olhos fechados.

Expliquei para a mesma como tudo aconteceu enquanto ela ouvia aparentemente com atenção. Ela pareceu feliz por eu tê-la encontrado, depois começamos a conversar sobre outras coisas, o que vinha na cabeça.

No começo eu me contive de conversar demais, mas a maneira de como Higuchi falava sobre as coisas e me fazia responder de volta me fez falar mais abertamente. No fim, quando não tínhamos mais nada para dizer um ao outro, acabei adormecendo ali mesmo, e suponho que ela também. 

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