Capítulo 2 - Estar na escola não significa estudar

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Estava colocando minhas roupas pra ir pra escola. Calças apertadas, um camisetão e um enorme - que agora nem mais tão enorme - moletom preto, era meu preferido, quando mais nova eu adorava dizer que tinha um gato preto desenhado nele, sim, um gato preto num moletom preto. Podemos tambem tirar a conclusão de que eu não era tão criativa assim quando mais nova.

Estava quase saindo de casa, tomei meu café quente com algumas torradas e um pedaço de bolo que a nossa empregada Margaret tinha feito mais cedo e que inclusive estava maravilhoso. Coloquei os sapatos e peguei alguma fruta pra ir comendo pelo caminho. Peguei a carteira e fui a escola, eu realmente não ligaria de ir andando, gosto de ver a cidade mas minha tia insistiu que eu fosse de carro então, pra evitar a fadiga já que, pior que ela só o meu tio, eu fui.

Era quase 7 da manhã e as aulas só começãm as 8 horas, eu tinha uma hora livre. Antes das aulas, sempre tivemos a opção de escolher alguma atividade extracurricular, também conhecida como clubes! Existiam vários clubes pela escola, ciências, tecnologia (ou informática), fotografia, artes, cabelereiro, desenho e entre outros. O meu era de culinária, sempre fui apaixonada em culinária. Amo cozinhar, é uma grande paixão minha, eu iria ser cozinheira se meus tios não fossem tão neuróticos por dinheiro e não me forçassem a fazer alguma faculdade lucrativa.

Eu e a Anne sempre nos encontramos no clube, ela era minha melhor amiga e era como se fosse meu braço direito, já que todo o resto não se dava bem comigo e os meninos... Ai ai, simps*. As atividades do clube duram entre 30 minutos a uma hora, depois disso sempre eu e ela vamos aos nossos armários, pegamos nossos livros pra próxima aula e vamos pras salas.

Meus professores são Jeff e Tamy, Jeff tem entre 40 a 50 anos e dá aula de química, ele mais fala sobre a vida dele e de como os filhos dele são insuportavéis do que de fato, dá aula. Eu só assisto as aulas ainda porque eu realmente gosto de química, inclusive já até ganhei prêmios de algumas feiras científicas. Bom, confesso que é melhor do que chamar alguem pra dar uma rapidinha no banheiro, ninguém merece aqueles barulhos abafados que covenhamos, todo mundo escuta.

Intervalo, eu e Anne temos um ponto de encontro: O pátio esquecido/literalmente abandonado atrás do Campus, tem apenas uma gangorra cheia de lama (e fica pior ainda em dias chuvosos) e dois balanços, que já tem até nossas iniciais nos assentos. Já fizemos diversos picniques ali, até com vinhos escondidos e fomos pra aula bêbadas e parece que alterada eu rendo mais, hehehe.
Ela era linda, era pouca coisa mais alta que eu, preta, seus cabelos eram bem cacheados e definidos, as vezes num coque, as vezes ela vinha de trança, as vezes solto e espero ansiosamente o cabelo colorido que ela taanto diz que quer, suas roupas eram como a minha, mas permito-me dizer que ela era muito mais estilosa que eu, já que sua familia também era mais liberal.

Depois de alguns minutos, rindo, comendo e zoando no parque, fomos para meu dormitório (ei, para com essa malícia ai, menine! Ela é minha irmã, basicamente!) já que teria uma reunião dos alunos representantes nas três ultimas aulas junto dos professores, e também, era o primeiro dia, é o mínimo que eu esperava já que não iria ter festa de boas-vindas. Particularmente eu não ligo pras festas, mas que eu adoro ficar de bobeira pelo campus, eu adoro.

Por nossa infelicidade, nosso dormitório não eram juntos, então viemos para o meu ficar jogando video-game e comendo besteiras, ficamos basicamente o dia inteiro juntas, no quarto despendendo tempo com entretenimento e conversando sobre as férias de verão. Assim que o dia foi escurecendo, ela foi pro dormitório dela.

O quarto era azul bebê, tinham pisca-piscas, duas camas, pôsteres de animes e filmes que eu adorava, meu notebook em cima da cômoda de cama, livros pelas prateleiras bagunçadas, numa mistura colorida de livros de romance, culinária e action figures, haviam frases pelos comodos, nas portas do guarda-roupas algumas roupas jogadas pelo canto do quarto e era assim que eu gostava de tê-lo.

Essa Dor Que Não é MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora