Capítulo 6 - Aula de psicologia

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Após meses sem ver minha melhor amiga, foi um caos sem ela. Esperava ansiosamente para poder contá-la tudo o que aconteceu na sua ausência, mas por onde começar?

Como foi a sua viagem? Seus pais se decidiram o que iriam fazer? - Pergunto a ela, não que eu estivesse preparada para sua resposta. Eu morria de medo de ter que perder minha única pessoa favorita da vida.

Não sei, eles pareciam ter desistido da ideia, mas não consigo dizer com certeza. Todo mundo na Alemanha meio que fede. - disse ela, logo soltando um riso em seguida. - Brincadeiras à parte, eu acredito que se realmente formos, eles irão esperar eu me formar aqui primeiro, é a melhor escola da Europa. - Após ter dito isso, senti uma onda de alívio.

Ufa! Se eu disser que estava esperando algo melhor que isso, eu 'tô' mentindo. - Seu rosto logo abre um sorriso, que saudade desse sorrisão!

Bom... Como já são... - ela diz, procurando seu celular e logo vendo a hora. - Uma e meia da tarde, ainda dá para almoçar. Não sei você, mas 'tô' morrendo de fome. - Assento com a cabeça, até porque eu também sentia meu estomago roncando.

Até que fiquei um pouco menos "estranha" depois que a vi. Depois de ter contato tudo o que aconteceu em sua ausência, a festa, a treta que eu tive na festa, o episódio de invasão de privacidade por parte do Evan e ver suas icônicas expressões faciais que me fazia rir até doer a bochecha, logo ela pega minha mão.

Sabe, amiga? Senti muito sua falta quando fui para lá, não tinha a quem que me fizesse rir tanto. Acho que se meus pais fossem mesmo para a Alemanha, eu arrumaria um jeito de ficar aqui com você. - Seu sorriso logo se torna um sorriso meio melancólico, logo, a preocupação vem à tona.


Anne, você está bem? - Pergunto-a, preocupada. - Você nunca tem essas paranoias doidas de fazer declaração de graça, tipo, ainda falta muito tempo para o meu aniversário.

Não, é nada. Só estou feliz de estar de volta. Vivi minha vida toda aqui, seria um saco ter que me acostumar com outro lugar de novo, ter que conviver com pessoas com outras culturas, imagina estar num país onde as pessoas têm olhares julgadores o tempo todo e viver sem seus biscoitos gostosos? É amedrontador.

Assenti com a cabeça, mesmo não acreditando 100% no que ela dizia. Não era como se fosse a primeira vez que houvesse essa possibilidade, os pais dela sempre tiveram esse "espírito viajante" de "gostar de viver várias culturas" e tal. Logo, o sinal toca e todos voltam para as salas de aula. Agora eu haveria aula com a professora Mr Amber, de psicologia. Não gostava das suas aulas, me dava sono e vontade de jogar o apagador na cabeça dela, seus ideais não faziam sentido com sua matéria.

Durante a aula, em uma dinâmica EXTREMAMENTE entediante, todos deveriam escrever pequenas frases de inseguranças ou anseios, colocar em uma caixa e a professora leria cada um deles, para que os alunos pudessem responder. Aqueles que responderiam, ganhariam 0,2 pontos para a atividade, então meio que todos eram obrigados a fazer.

Anne estava relutante ao meu lado, não que eu fosse de fuxicar a vida dos outros, mas eu me coçava para não ler o que estava escrito em seu papelzinho.

Fiquei quase a pausa para escrever inteira olhando para o pedaço de papel na minha mesa, não fazia ideia do que escrever ou o que segregar do resto que fosse tão importante ao ponto de eu pedir a opinião dos outros.

Cara, isso é difícil pra caralho. - Comentei sussurrando para Anne, já que a sala parecia concentrada.

Pois é... Eu tive que pensar muito, já que sou muito perfeita. - Disse ela em um tom cínico, o que me fez soltar um ar pelo nariz.

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⏰ Última atualização: Mar 31 ⏰

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Essa Dor Que Não é MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora