Capítulo 11

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Giulia Ortiz

— Está louco? Não vou trabalhar para ele — digo depois de sair do escritório.

— É uma oportunidade para você ficar viva Giu — fala vindo atrás de mim, sendo que nem sei para onde estou indo.

— Não me chama assim, estou chateada com você — me viro parando de andar.

— Ei! Eu também deveria estar muito triste com você, ainda mas que descubro que mata gente por dinheiro.

— Até onde eu sei são todos do mau, e não mato crianças e adolescentes. Já você eu não sei.

— Nunca matei ninguém!

— E quem garante isso?

— Duvida de mim agora? — vejo tristeza no olhar — Posso estar até no meio da máfia porém nunca matei alguém, não entrei aqui porque quis.

— Quais motivos então? — olho dentro de seus olhos para ver se não mente enquanto fala.

— Precisava, pai de Leandro me tirou das ruas dando alimento um lar coisa que eu não tinha, minha mãe morreu de câncer, já meu pai nunca o vi assim como o restante da minha família, aqui tive tudo que não foi me dado. E como o conselho não deixa que pessoas que sabe demais da máfia saia vivo tive que ficar, ganhei um melhor amigo até.

— Chama Leandro de amigo?

— Pode ser rígido às vezes mas ele é divertido.

— Não sei a onde — Will da uma risada baixa — Sinto muito, de verdade, nunca imaginaria que isso aconteceu.

— Tudo bem, não gosto de tocar no assunto também — não me contento e abraço ele apertado, aproveitando do silêncio que se faz para acalmar minha mente turbulenta — Vem, você tem que comer.

Pega na minha mão me levando para a cozinha onde tem o café da manhã ainda posto. Com tudo de direito frutas, bolo, pão, torada, alguns derivados de leite, chá e café.

— Que fome me deu agora — passo a língua pelo lábios, Will ri.

— Ótimo, come bem — senta na minha frente.

— Agora que eu trabalho para Leandro — faço cara feia ao pronunciar seu nome — O que eu exatamente vou fazer? — pego uma xícara colocando chá.

— Não sei, ele primeiro faz uma espécie de treinamento para ver no que é boa, olha seu relatório sobre sua vida e depois decide o cargo — suspiro sabendo que não vou ter saída daqui, enquanto isso planejo uma — Nada disso — olho para ele confusa — Conheço essa cara, nem pense em algum plano para sair — bufo deixando os ombros cair.

— O que é esse tal de conselho? — mudo de assunto.

— Conselho superior, é como se fosse o nosso governo entre as máfias. Faz as regras, reuniões entre todas as máfias e o mais interessante é que pode ter a rixa que for com outra máfia, mas quando estão em uma dessas reunião eles deixa a rixa de lado, não tendo morte e muito menos briga. Eles sim que são os chefões, cada um tem um importante cargo no conselho.

— Interessante, são eles também que dão mercadorias às máfias.

— Não, isso é fora do conselho onde cada um está por si para se sustentar. Mas a lei que fazem prevalece, se quebrar alguma delas paga com a vida.

— Então o conselho em si, é mais para manter as máfias na linha? — ele confirma — E esse assunto de que tem que matar quem sabe sobre a máfia.

— Não sei direito, nunca participei muito das reuniões. Creio que é para não chegar no ouvido das polícias e militares, quando você soube sobre nós teve que ficar se não ia sair daqui só morta, regras — fala triste.

— Todos vocês não tentaram ir contra o conselho superior e derrotar ele?

— Isso ia ser estupidez. Ir contra duas máfias poderosas? Não teríamos chances de sobrevivência mesmo juntando todas as outras. Só essas duas se unindo para nós derrotar ia ser o massacre...

— Will chega — Leandro entra na cozinha — Os outros chegaram.

— Okay — se levanta e vem até mim beijando minha testa — Se cuida, volto já — sai da cozinha.

— O que ele vai fazer? — olho para Leandro, reparo que seus olhos agora estão mais claro comparado a uma esmeralda.

— Não é assunto seu. Se arrume e me encontre no jardim dos fundos, tem roupa separada para você no quarto em que estava.

Não retruco pois lembro do que Will me disse no escritório, a única coisa que me impede de pular em sua garganta. Abaixo o olhar pelo seu corpo e percebo só agora que está sem camisa mostrando seu abdômen com cortes pequenos, tento esconder o sorriso sabendo que eu fiz isso, subo o olhar encontrando o seu que me pegou no flagra, ele sorri provocativo e se retira da cozinha. Estou vendo que minha dor de cabeça só está começando.

Um Futuro Promissor 《Em Andamento》Onde histórias criam vida. Descubra agora