Cap 8

327 19 7
                                    

A história, todo o desfecho. Espero que gostem, Carolina será uma personagem importante, cada um deles será.

- Mora aqui a bastante tempo?- Perguntei.

- A algum tempo- Respondeu- Porquê não foi embora?

Eu me preparei para responder, precisa ser sincera.

- Pode ser irônico, mas sinto que preciso saber qual é o problema. Você precisa de ajuda, não é?

Dizem que o silêncio, as vezes é uma confirmação.

- Gosta de flores?- Perguntei.

- Onde pretende chegar?

- Acho que deveria comprar lírios, girassóis- Murmurei- Seu jardim ficaria mais alegre.

- Talvez um dia- Sussurrou- Pintaria a cerca de madeira, branco é uma boa opção?

- Ficaria perfeito- Eu escutei uma movimentação, ela estaria com alguém?

- Você mora sozinha?- Perguntei.

- Com o cookie- Respondeu.

- Seu cachorro- Murmurei.

- Um gato, ele é bem esperto.

- Nome interessante.
Qual é?
Isso era uma maneira de começar a entrevista?

- É a sua primeira vez fazendo isso?

Minha primeira entrevista, foi em um estágio.
Entrevistei as cuidadoras de lares adotivos, estava tão ansiosa, as mãos soavam.
Mas a cada clic de foto, a cada resposta, tudo se tornou fácil.

- É- Sussurrei- Se você quiser, posso ir embora.

- Não- Sua voz soou apreensiva- Fica- Pediu- Faz o seu trabalho, pergunte o que quer saber.

- Tudo bem, se eu gravar a conversa?- Perguntei.

Ela demorou um tempo, mas concordou em resposta.
Eu retirei o gravador de dentro da bolsa, coloquei o mesmo ao lado da porta.

- Um, dois três- O microfone era pequeno- Dia vinte de agosto. Estou aqui, entrevistando a?

- Carol, Carolina Ferreira.

- Quantos anos você tem?

- Dezenove- Respondeu.

- Seu sotaque é diferente, você é de onde?

- Do Brasil- Respondeu.

- A quanto tempo mora aqui?

Qual era o segredo? Porque o diretor, não adiantou o assunto. O que essa moça tinha de tão importante?

- Faz um ano que cheguei nesse pais- Seu tom de voz era de angústia.

Carolina respirou fundo, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas, ou talvez pensando se devia dizer alguma coisa.

- Um ano - repetiu em voz baixa, olhando para o chão. - Parece muito mais.

- Por que você escolheu vir para cá?

Ela hesitou, e uma sombra passou por seu rosto.

- Para fugir - respondeu finalmente. - De coisas que talvez eu mesma tenha criado... ou que me cercavam, não sei.

Havia algo na maneira como ela falou que me fez sentir uma tristeza funda. Não era apenas uma fuga de um lugar, mas de algo mais profundo, como se ela carregasse consigo um peso invisível.

- Fugir? O que está acontecendo Carolina, qual o mistério que está te cercando?- perguntei, mantendo a voz baixa.

- Eu… eu gosto do silêncio, mas tem vezes em que o silêncio é mais barulhento do que uma multidão gritando. Talvez eu esteja fugindo de mim mesma, as consequências das minhas próprias escolhas.

Segundas Chances nas Ruínas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora