𓆩𝑽𝑰𓆪

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˗ˏˋ𝑷𝑶𝑽: 𝑫𝒊𝒍𝒖𝒄ˎˊ˗

Levei o azulado para dentro de casa. Ele fede a vinho barato e drinks de slime.

- Você pode dormir aí, amanhã você vai embora assim que acordar. - Digo largando o mesmo na cama de outro quarto de hóspedes.

- Ei, não me deixa sozinho de novo...

- Do quê está falando?

- Eu vou ser sincero agora, *hic*, eu sinto sua falta.

- Kae-

- Deixa eu terminar, *hic*, eu sinto falta de quando eramos crianças *hic* e brincávamos no jardim, como verdadeiros irmãos *hic* e não como inimigos... Sinto falta de te chamar de irmão *hic* e de ter sua companhia... É por isso *hic* que eu vou na taverna *hic* todo dia, aí você fechou ela *hic* e eu não soube onde você tava... Fiquei *hic* preocupado.

Permaneci em silêncio. Eu só... Não tenho reação para isso.

- Eu estou aqui. Vá dormir.

E assim que o mesmo dormiu, eu soltei sua mão e me retirei do quarto, sentando na poltrona que fica a frente da lareira.

˗ˏˋ𝑷𝑶𝑽: 𝑳𝒖𝒎𝒊𝒏𝒆ˎˊ˗

- Gostaria que eu a acompanhesse, senhorita Lumine?

- Não precisa não, só vou procurar água. Pode ficar aqui... Pode dormir também, sabe? Nada te impede.

- O mestre Diluc pediu que eu assegurasse sua segurança, são ordens dele.

- Tá né, vou lá.

Dei de ombros para um dos seguranças da casa. Não tenho tanta certeza que ele está alí só pra me manter segura, sinto que é mais pra manter eles seguros de mim.

- Onde será que é a cozinha mesmo... Hm?

Pensava que todos estavam dormindo, mas vejo uma luz vindo da sala.

Quando segui a luz, me deparei com o ruivo sentado em uma poltrona, com sua cabeça apoiada em sua mão.

- Psiu...

- Ah, Lumine... - Ele me olhou rapidamente, e abaixou o olhar. - Pensei que estivesse dormindo, aconteceu alguma coisa?

- Não, não... Só fiquei com sede, mas... Tá tudo bem? Você parece preocupado, ou algo assim.

- Está tudo bem, obrigado por se preocupar, mas não há nescessidade.

Eu posso não ser muito boa com sentimentos, ou em interagir com outra pessoa, mas eu sei quantas vezes eu precisei de um ombro amigo, então, de alguma forma, quis ajudar.

Eu sempre via pessoas em Liyue correndo aos braços de alguém, entrelaçando-os e prendendo-os em um aperto, que sempre fazia os dois sorrirem. Então...

Me aproximei da poltrona do ruivo, que sentava agora de forma mais desleixada, chamando sua atenção. Ele me olhou curioso, e eu abri cuidadosamente meus braços, como se estivesse lidando com um bichinho assustado.

Ele me olhou por alguns segundos, e sua feição mudou um pouco, de uma pessoa séria e sem emoções, para uma pessoa que só precisava desabafar.

O ruivo entendeu o recado, e eu senti seus braços serem entrelaçados a minha cintura, e ele encostou seu rosto em minha barriga, ainda sentado.

Pude ouvir seus suspiros angustiados, enquanto passei minhas mãos por seu cabelo vermelho escarlate, que estava preso em um rabo de cavalo baixo.

Senti seu aperto ficando mais firme, e naquele momento eu não era uma ladra e ele não era o homem que estava empenhado em mudar meu destino, nós éramos só pessoas que confiavam uma na outra.

𝐐𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐨 𝐅𝐨𝐠𝐨 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚 𝐨 𝐕𝐞𝐧𝐭𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora