Capítulo 4 : Confiança.

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"Se eu tivesse mais tempo, eu o convenceria a me amar."

— O Jogo do amor/ódio, Sally Thorne

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— O que diabos você está fazendo, Potter? — Draco gritou enquanto se firmava na calçada. Ele esquadrinhou o chão, procurando pelo objeto ameaçador que deve tê-lo feito tropeçar. Em vez disso, ele viu um lote familiar de espinhos e um nariz minúsculo farejando o pavimento.

— Niles? — Draco gritou. Ele seabaixou e pegou seu Knarl, examinando-o da cabeça aos pés. Confirmando que seu animal de estimação não parecia desgastado, ele escovou a cabecinha com os dedos.  — O que você está fazendo aqui? Eu sei que você gosta de aventura, mas isso fica a pelo menos quatro quarteirões de casa. — Ele enfiou Niles em suas vestes, selando o bolso com um feitiço rápido, fazendo pequenos buracos no tecido para que a maldita coisa pudesse respirar.

— Você tem um animal de estimação? — Potter perguntou curioso. Ele ainda estava parado perto, sua mão ainda enrolada em volta do ombro de Draco, e formigava com calor. Não, Draco pensou, antes de tirar Potter de seu braço. Ele perdeu o calor instantaneamente.

Potter o soltou, mas sua mão ainda estava estendida, como se preparado para segurar Draco caso ele caísse novamente.

Uma parte de Draco considerou tropeçar, apenas para sentir aquele toque em seu corpo novamente. Já fazia muito tempo desde Potter, desde que alguém o tocou mais do que apenas um tapinha nas costas ou um chute na canela. Ainda mais desde que alguém olhou para ele do jeito que Potter o olhava.

Por que Potter estava olhando para ele dessa maneira? Ele tinha algo nos dentes?

— Claro, — Draco zombou, passando a língua pelos dentes com cautela. Ele deu um passo para trás, desejando ficar mais longe de Potter e seus olhares estranhos. — Ele é um pouco irritadiço às vezes, mas geralmente é bom.

A boca de Potter se curvou ligeiramente. — Parece alguém que eu conheço.

— Cai fora, — Draco disse, passando as mãos pelo colete, alisando o tecido. Fora da nova protuberância em seu bolso, ele parecia ter se recuperado da queda ilesa.

— Tome uma bebida comigo.

— Eu disse, caia fora, Potter. —  Draco se virou para ir embora, contente em continuar seu passeio sem rumo, mas uma mão o agarrou pelo pulso.

— Só uma bebida. É o mínimo que você pode fazer depois de me largar ontem. — Potter soltou seu braço e inclinou a cabeça para a direita, em direção a um pequeno bistrô italiano com um pátio externo. — Eu sei que você gosta de um bom tinto.

— Bom é subjetivo. Eu gosto de um cabernet seco com floral undernotes.

— Claro, — Potter sorriu amplamente. — Tenho certeza de que eles têm tudo o que você acabou de dizer.

Niles enfiou a mão no bolso e Draco pôde ouvir pequenos roncos escapando dos buracos. Parecia que suas aventuras noturnas o haviam prejudicado. Mas Draco não estava cansado como Niles. Na verdade, seu sangue estava pulsando, a adrenalina da queda fazendo seu coração disparar. E se Potter estava pagando, ele também pode se divertir.

Draco o seguiu até uma pequena mesa, e tagarelou sua garrafa favorita para o garçom, um rótulo francês que ele costumava beber na Mansão antes de tudo ir para o inferno.

— Como você faz isso? — Potter perguntou, batendo os dedos na mesa. Draco achou que ele parecia nervoso, mas não conseguia entender por quê. Talvez ele estivesse preocupado que alguém os visse, ao ar livre assim.

🧙 𝐓𝐔𝐃𝐎 𝐀 𝐏𝐄𝐑𝐃𝐄𝐑 ─ drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora