DESCULPA | 57

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| POV JESSICA RAMIREZ CAPSHAW |

Continuação...

- qual o motivo da reunião?
Josephine, que está presente por chamada de vídeo nos pergunta.
- nós resolvemos contar para vocês antes que aconteça como aconteceu com o irmão de vocês.
- estou ficando com medo.
Poppy diz, servindo-se do macarrão que Sara fez.
- é sobre o pai de vocês.
Minha esposa fala, alternando o olhar entre eles.
- ok, é sério então.
Poppy afasta seu prato e arruma sua postura.
- Luke viu ele essa manhã.
- mas, como assim?
Eve pergunta, após ficar calada por um tempo.
- ele foi solto há dois dias.
Luke responde-a.
- ok...
- é possível que ele vá atrás de vocês.
- ele já foi atrás do Luke, então ele vai acabar vindo atrás dos outros.
Josephine diz, gesticulando através da tela.
- ele acenou para você ou algo do tipo?
Eve questiona o irmão.
- ele só estava me observando de longe.
Ele solta a respiração que estava presa dentro de si.
- deveríamos ficar preocupados de ele aparecer observando um de nós como um psicopata?
Poppy pergunta, tomando um gole de água.
- talvez.
Sara responde.
- ele mal saiu da prisão e parece querer voltar para lá.
Eve começa a servir seu prato.
- será que ele ficou com medo de aproximar-se?
Josephine pergunta.
- pode ser. O pai de vocês sempre os amou, não acho que ele faria mau para vocês.
Sara diz, começando a servir-se também.
- já para os outros.
Luke diz, em um tom de ódio.
- ele pagou a sentença do crime que cometeu. Isso é algo entre eu e seu pai.
- deixou de ser entre vocês, no momento em que ele tentou matar a senhora e nos deixar sem uma das nossas mães.
Luke levanta-se, indo até a pia da cozinha.
- filho...
- não, mãe. Aquele desgraçado só fez merda e eu não quero ver a cara dele nunca mais.
Ele volta com a salada, que aparentemente esquecemos na bancada.
- as pessoas cometem erros, Luke.
-  a senhora está defendendo ele?
Ele pergunta, indignado.
- não estou defendendo, apenas dizendo que as pessoas mudam.
- não acho que alguém que tem a mente como a dele, mude.
Ele coloca a salada em seu prato. Um silêncio se faz presente, até que uma voz diferente o quebra.
- vamos, amor?
A voz vinha do celular.
- gente, me desculpem. Vou precisar ir para a aula.
Josephine diz, levantando-se de onde estava sentada.
- amor?
Eve indaga, referindo-se ao que ouvimos.
- vocês ouviram errado.
Josephine responde, sorrindo.
- sei...
- nos falamos mais tarde. Beijos, amo vocês.
Mesmo antes que possamos responder, ela desliga.
- a safada está namorando e nem contou.
Poppy diz, levando o garfo até a boca.
- era uma voz feminina, ou estou louca?
Sara é quem pergunta, enquanto estica-se para levar a jarra d'água.
- eu acho que era.
Eve responde-a.

O resto do almoço foi tranquilo, tirando o silêncio entre eu e Luke.

| POV SARA RAMIREZ CAPSHAW |

- qualquer coisa, me liga.
- pode deixar, mãe.
Dou um abraço em Eve, finalizando com um beijo em sua testa.
- quando você faz isso, parece que tenho dez anos.
Ela diz, me fazendo sorrir.
- você sempre vai ser meu bebê.
- e agora parace que tenho cinco.
Ele me abraça mais uma vez, em meio a sorrisos.
- amo você.
- também te amo, mãe.
Ela vai em direção à Jessica, que conversa com Poppy.
- a senhora acha que eu peguei pesado aquela hora?
Luke aparece ao meu lado.
- talvez. Você sabe que conversar com sua mãe é sempre difícil. Ela quer estar sempre certa.
- é, eu sei...
Ele fecha o terno azul marinho que usa.
- mas, você está correto em certo ponto.
- estou?
- seu pai observando vocês é meio suspeito.
- e não é?
- mas você também tem que entender sua mãe. Ela não quer que vocês nunca mais falem com o Christopher e percam totalmente o contato.
- eu sei...
Ele diz, observando a mãe e irmãs.
- eu preciso ir, mãe.
- ok.
Nos abraçamos.
- amo você, mãe.
- eu também amo você, filho.
Ele parte para o bolo de mulheres.
Ouço meu celular tocar dentro de casa, e corro para atende-lo. O número na tela é desconhecido.
- alô?
- Sara?
- quem é?
- é o Christopher.
- Christopher?
Não diria que estou chocada, afinal conseguir nosso número não é algo tão difícil.
- o que você quer?
- eu gostaria de conversar com vocês.
- não.
- Sara, por favor. Cinco minutos?
- como eu sei que você não está planejando nos matar?
Silêncio na linha, apenas nossa respiração.
- eu sei que é impossível confiar em mim, mas por favor.
- por que você estava observando o Luke hoje pela manhã?
- eu queria ver como ele estava, só isso. Eu juro.
- local público.
- ok.
- eu preciso falar com a Jessica primeiro.
- claro. Pode me retornar nesse número.
- ok.
- obrigado, Sara.

Desligo sob o olhar curioso de minha esposa, que já está dentro da residência novamente.
- quem era, amor?
- Christopher.
- Christopher?
- ele disse que quer nos encontrar.
- nos encontrar?
- disse que quer cinco minutos.
- o que você disse?
- que iria falar com você.
- eu não sei o que responder.
Ela senta-se no sofá.
- nem eu.
Sento-me no sofá também.
- e se ele fizer algo com a gente?
- eu falei que queria em um lugar público, óbvio.
- e ele?
- prontamente concordou.
- se não formos, nunca vamos saber o que ele tem para falar.
- e se formos, corremos um pequeno perigo.
- sim.
Ela responde, passando a mão no rosto.
- vamos.
Diz, levantando a cabeça para me olhar.
- se é isso que você quer.
Dou um sorriso de canto.
- não é o que eu quero. Por mim nunca mais olhava na cara dele, mas precisamos fazer isso. Você sabe.
- é, eu sei.
Aproximo-me dela, passo o dorso da mão por seu rosto, tirando um sorriso leve dela.
- eu amo, você.
- eu também amo você, meu amor.
Ela beija minha mão carinhosamente.
- vou retornar para ele e avisar que vamos.
- ok.
Ela levanta-se e vai para a cozinha.
Pego meu telefone novamente e disco para o número que me ligou minutos atrás.
- É a Sara.
- oi, Sara.
- falei com a Jessica.
- o que ela respondeu?
- nós vamos.
- meu Deus, muito obrigado.
- hoje, cafeteria do centro, às 14h. Sem atraso.
- estarei lá.

Desligo e respiro fundo.

| POV JESSICA RAMIREZ CAPSHAW |

14h00min...

- Jessica, Sara.
O homem, agora mais encorpado e velho, aparece do nosso lado.
- Christopher...
- Posso?
Ele aponta para a cadeira.
Apenas acenamos positivamente com a cabeça. Ele senta-se, e fica com o olhar baixo.
- você tem cinco minutos.
Sara diz, séria.
- eu não sei como começar. A única coisa que vem na minha cabeça é formas de pedir desculpa.
Troco olhares com Sara.
- se é o que você precisa, você está desculpado.
- eu sei que o que eu fiz foi horrível e de uma pessoa sem índole nenhuma.
Ele diz, agora nos olhando.
- que bom que você sabe.
- e sei que você quase morreu. Eu sinto muito.
- não foi tempos fáceis, mas tive todo o apoio que precisava.
Pego na mão de Sara, por cima da mesa.
- fico feliz por vocês duas. Sei que não irão acreditar nisso, mas os tempos que passei naquela cadeia me mostraram que perdi coisas preciosas, perdi meus filhos, perdi minha liberdade.
Permanecemos em silêncio.
- quero poder um dia falar com nossos filhos e explicar tudo que aconteceu.
- você não vai explicar nada para eles. Eles já sabem de tudo, e estão cientes. Você não vai expor eles a mais drama que já proporcionou. Se você quiser reaproximar-se deles, tudo bem. Mas não vai ficar no assunto, caso eles não quiserem.
Sara desanda a falar, fazendo os olhos de Christopher arregalarem.
- como vocês quiserem. Vocês são mães deles, e eu só quero resolver tudo isso e poder voltar a ter uma vida normal.
- ok.
- nós tivemos uma conversa com eles agora ao meio-dia, e saiba que vai ser difícil.
- eu não imaginei que seria fácil. Eles têm toda a razão de não quererem ver a minha cara nunca mais.
- eles são maduros. São adultos. Conversa com eles de igual para igual, talvez isso te ajude.
Sara diz, seca.
- obrigado.
- nós precisamos ir.
Levanto-me.
- mais uma vez, me desculpa por tudo.
Ele fala, levantando-se também.
- não dá somente para te perdoar, Christopher.
- mas nós vamos tentar, pelo bem dos nossos filhos.
Sara complementa minha fala, também levantando-se.
- eu agradeço.
Sorrimos sem mostrar os dentes e caminhamos para fora da cafeteria.
- Achei que iria ser pior.
- eu também. Achei que ele iria fazer um discurso gigante com um monte de besteira, mas não. Foi rápido e objetivo.
Sara destrava o carro.
- talvez ele tenha se arrependido mesmo.
- talvez. Só o tempo e as atitudes dele dirão.
Ela abre a porta.
- é.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Olá, olá.

• Christopher arrependido...

• as crianças não são mais crianças; Estão todas adultas. A gente viu eles crescerem, né? akkaakakaka

• finalzinho da fic, ein. E agora, é sério kakakkakakaka.

• Cuidem-se e beijos da autora; 🧡

Universe and U • Capmirez | CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora