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João Neto Garcia. (JN)
Morro dos Mineiros, Rio de Janeiro.

— Que merda tu tem na cabeça mano? — Delacruz indaga irritado.

— Quem é tu pra me cobrar isso tio? — levanto a sobrancelha. — Não é tu, que tá doidinho pra matar a filha do delegado?

— Isso é outro assunto JN, completamente diferente.

— Diferente? — pergunto debochado. — Tu quer matar a mina tio e eu só segurei no braço da advogada.

— Os dois estão no erro e já era. — MT nos encara.

— Tu vai lá na casa do GK pedir desculpa pra mina. — gargalho do que o Mineirinho acabou de falar. — Tô falando sério mano, não to afim de ter que trocar uma ideia com teu pai não.

— Tu sabe o que ele acha sobre bater em mulher né JN? — reviro os olhos.

— Mas eu não bati nela, MT.

— Mas deixou o braço da mina vermelho porra, isso é agressão! — Mineirinho fala puto.

— Aposto que foi aquela fifizenta da Stela que abriu a boca.

— Para de implicar com a mina JN, tu tá no erro cara. — MT me encara.

— A real é que esse pau no cu precisa superar o que aconteceu com ele. — trinco o maxilar.

— Cala a boca Delacruz. — rosno.

— Toquei na ferida foi? — provoca.

— Delacruz colabora também caralho.

— Vai JN, pode ir lá na casa do GK pedir desculpa pra Ísis. — reviro os olhos para o MT.

— Meu pau que eu vou.

— Bora trocar uma ideia nós dois, anda. — sai da salinha e eu o sigo com uma cara de tédio.

— Fala. — cruzo os braços.

— Tu precisa rever tuas atitudes mano, na moral mesmo. Se teu pai descobre o que tu fez com a advogada, já era pro teu lado JN. Acaba tudo pra tu, e se tá ligado nisso.

— Ela me desafiou, tu queria que eu ficasse calado?

— Ela te desafiou ou jogou a verdade na tua cara? — fico em silêncio. — Tá vendo como tu é?

— Sem sermão, MT. — puxo meu maço de cigarro do bolso.

— Não é sermão não, é conselho de amigo! Se liga JN, tu anda desconfiado até do GK cara, do GK que é teu melhor amigo parça!

— Eu não confio em ninguém. — acendo um cigarro levando o mesmo até a boca.

— Não, tu tem é medo de confiar nas pessoas mesmo sabendo que pode confiar. Tu precisa entender que não é todo mundo que vai ser igual a Bianca e o Caio.

— Jaé, vou colar na casa do GK daqui a pouco.

— Daqui a pouco meu pau, tu vai agora anda. — pega o cigarro da minha mão. — Pode deixar que eu acabo com esse.

— Otario. — nego com a cabeça e ele ri.

Caminho em direção a minha moto e monto na mesma embicando com ela até a casa do GK.

Se meu maior problema não fosse meu pai pode apostar que nem aqui eu estaria, meu caralho que to indo pedir desculpa pra a mina porque eu quero. Estaciono a minha moto em frente a casa, e desço da mesmo entrando sem bater na porta.

Franzo o cenho vendo que estava o maior silêncio, subo as escadas com cautela e quando piso no último degrau ouço uma voz doce vindo do quarto do GK, ando lentamente até o mesmo e vejo pela a porta entreaberta a advogada cantando uma música qualquer. Sua voz era doce, ela cantava de olhos fechados parecendo estar totalmente entregue a esse momento.

Opostos [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora