33

284 22 1
                                    

Você está tão triste
Você ainda está respirando?
Você não vai me dizer se você encontrou esse significado mais profundo?
Você acha que fiquei cego?
Eu sei que não é verdade quando você diz: Estou bem
Break My Heart Again | FINNEAS.

Stela Bittencourt Maia.
Leblon, Rio de Janeiro.

Soluço enquanto minha mãe acariciava os meus cabelos.

— Ele deve ter seus motivos filha, talvez ele precise de um tempo.

— Não mãe. — fungo. — Somos melhores amigos, ele nunca agiu comigo dessa forma.

Tem uma semana que o Lucas não responde as minhas mensagens, uma semana que ele não atende as minhas ligações, tem uma semana que estou sendo ignorada por completo, pelo meu melhor amigo.

— Filha não precisa chorar por causa disso.

— Ele é meu melhor amigo pai, quase um irmão para mim. Então sim, eu preciso chorar quando ele me ignora por uma semana.

— Stela, quando ele estiver bem ele vai te ligar. Não tem com o que se preocupar.

— Ele está distante pai. — suspiro e me afasto da minha mãe.

— Quer que eu prepare algo para você comer? — minha mãe pergunta e eu nego.

— Posso ficar um pouco sozinha? — sorrio fraco e meus pais assentem.

— Eu te amo, logo ele dá notícias para você. — deposita um beijo no topo da minha cabeça e levanta da minha cama, saindo do meu quarto acompanhada pelo meu pai.

Levanto da minha cama e vou em direção ao banheiro, me despindo e jogando as minhas vestes no cesto de roupa suja, entro no box e ligo o registro do chuveiro.

A água morna escorria pelo meu corpo me molhando inteira, enquanto os meus pensamentos voltavam-se para o Lucas, tentando entender o motivo do seu sumiço.

— Ei. — Novinho me encara. — Tudo bem? — concorda com um meio sorriso nos lábios. — Não mente para mim Lucas.
— Só bateu uma saudade da minha mãe tá ligado? — seus olhos marejam e eu meu coração se aperta.
O puxo para um abraço e ele aperta meu corpo contra o seu com força, permitindo que suas lágrimas me molhem.
— Ela está em um bom lugar agora.
— Eu sei. — soluça. — Ela era tudo o que eu tinha e eu a perdi.
— Não sei como é a dor de perder uma mãe..
— Imensurável e é uma dor que nunca passa. — corta minha fala e eu engulo em seco. — Posso te falar uma coisa? — me afasto dele o encarando. — Tu é uma mina incrível demoro? Nunca se esqueça disso, você merece ser feliz e eu só tenho a agradecer por tu ter entrado em minha vida. — sorrio com os olhos marejados. — Promete que vai se cuidar?
— Por que você está me pedindo isso?
— Pô, olha a vida que eu levo. — suspira. — Não vou estar aqui para cuidar de tu pra sempre.
— Para de falar como se fosse morrer. — falo com a voz embargada.
— Tudo pode acontecer Stela. — fala e eu pulo em seus braços o abraçando. — Eu te amo doida, nunca se esqueça disso.

Desligo o registro do chuveiro decidida a ir para o Alemão, ele é o meu melhor amigo e se ele está passando por alguma coisa eu preciso estar o seu lado. Saio do banheiro às pressas e visto uma roupa qualquer, pego a chave do meu carro e saio rapidamente do meu quarto.

— Onde você vai? — minha mãe pergunta quando estou chegando próximo a porta.

— Ele é meu melhor amigo, não aceito ser ignorada por ele. — bato a porta atrás de mim.

(...)

Morro do Alemão, Rio de Janeiro.

Já faz alguns minutos que estou parada em frente a casa do Lucas, com um aperto no coração.. uma sensação estranha e o medo me consome nesse momento, sem eu saber o motivo.

Opostos [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora