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Stela Bittencourt Maia.
Morro da Alvorada, Rio de Janeiro.

— Para de colocar pilha Lucas. — belisco ele que resmunga. — Vem Ísis, já que eu não posso encher o cu de cachaça pelo menos posso fazer com que você enche. — falo e saio puxando a minha prima até o bar.

— Eu não quero encher a cara, Stela.

— Eu sei, só não quero ficar lá ou eu iria voar na cara daquela loira oxigenada.

— Não liga para ela Stela, é exatamente isso o que ela quer: atenção. — fala calma.

— Como você consegue ser tão calma? — me encosto no balcão do bar.

— Isso é um dom.

— Pelo visto esse dom passou bem longe de mim. — Ísis ri. — Agora me conta, quem era aquele gatinho que você chegou conversando?

— Um amigo do trabalho que mora aqui. — da de ombros.

— Um advogado que mora em um morro?

— Ele é tão humilde Stela, que conversando com ele nem percebe que ele é advogado que ganha mais de cinco mil por mês.

— Nada da Gabriela ainda? — Ísis nega suspirando fundo.

Olho de relance para a roda onde o pessoal estava reunido e vejo a Thata de cochicho com o MT, não sei por qual motivo mas acabo revirando os olhos ao ver a cena.

— Ciúmes?

— Oi? — a encaro confusa.

— Aiai Stela, vai pra cima gata.

— Quase nos beijamos uma vez. — falo e ela me encara curiosa. — Fomos interrompidos pelo Novinho me ligando. — reviro os olhos.

— Novinho não serve para ser cupido.

— Estão falando o que de mim aí em? — brota do nada e eu dou um sobressalto. — Tá devendo?

— Idiota. — reviro os olhos. — Saiu de lá por quê?

— Sheilinha só fala merda e tem uma voz irritante do caralho, vocês sabem bater? Vão lá bater nela. — fala nos fazendo rir.

Eu amo esse menino.

(...)

— Amém que achei vocês. — Mikaele fala parando ao nosso lado na pista.

— Mineirinho te deixou ficar sem ele? — Mirelly pergunta estranhando.

— Ou ele deixava ou eu ia descer a mão na cara daquela Sheilinha oxigenada.

— E por que ele tem que deixar? — pergunto.

— Ela está sendo ameaçada pelo morro rival. — Ísis responde.

— Exatamente por isso e é um porre viu? Mineirinho quer ficar as vinte e quatro horas do dia ao meu lado. — revira os olhos. — Isso me sufoca as vezes.

— Conversa com ele amiga, ele vai entender e te dar um pouco mais de espaço. — Beatriz sugere.

— Hora do apagão de cinco minutos pessoal. — o Dj fala e todo mundo começou a gritar, incluindo eu e as meninas.

— Por que ele fazem isso? — Ísis pergunta confusa.

— Pessoas tímidas que querem beijar mas não tem coragem de chegar. — Beatriz brinca.

— É pra isso mesmo. — Mirelly ri.

Automaticamente penso no MT, que com certeza se ele estivesse por perto eu iria usar essa oportunidade para beijar ele, quando todas as luzes se apagam sinto alguém me puxar pela cintura selando nossos lábios em um beijo calmo.

Opostos [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora