53

231 22 0
                                    

Ísis Martins.
Copacabana, Rio de Janeiro.

Observo Jorginho ser arrastado para fora do meu apartamento enquanto eu permanecia imóvel no lugar, o medo bate em minha porta diante das suas palavras, eu não tenho a menor ideia do que ele quiser dizer com isso e de fato isso me assusta, muito.

— Ísis. — JN me chama pela nome e eu o encaro. — Não liga para o que ele disse, ele só está tentando por medo em você. — se aproxima de mim.

— Então ele conseguiu. — sorrio forçada. — Eu só queria que as coisas tivessem sido diferente. — suspiro. — Eu não quero que nada de ruim aconteça com quem eu amo, João Neto.

— E não vai, eu prometo. — me puxa para si, envolvo meus braços em volta do seu corpo.

— Você não pode me prometer isso. — JN fica em silêncio. — Posso ir com você para o Alemão? Não quero ficar sozinha e sei que não pode ficar comigo aqui.

— Não quer ir pra casa do seu irmão ou ir pra algum lugar que se sinta segura?

— Com você eu me sinto segura. — ergo minha cabeça o encarando, João Neto sorri e deposita um beijo em minha testa. — Cadê o seu pai?

— Foi com a van que o Jorginho está. — se solta de mim. — Vai arrumar suas coisas, que eu vou limpar essa sujeira aqui. — fala se referindo ao sangue que estava no chão.

Concordo com a cabeça e vou até o meu quarto, pego uma mochila dentro do guarda roupa e coloco algumas coisas essenciais para passar uma noite lá, coloco uma veste para o trabalho amanhã e uns produtos de higiene pessoal.

"Qualquer coisa que acontecer comigo, vai acometer no seu futuro ou no de alguém que você ame." As palavras de Jorginho ficaram bem claras para mim e por mais que o JN fale que ele só quis me colocar medo, sei que a verdade no que ele disse, é como se eu pudesse sentir.

— Acabou aí? — JN pergunta me despertando dos meus pensamentos.

— Sim, vamos?

— Estou de moto, tem certeza que irá com eles? — pergunta encarando meus pés, se referindo ao Louboutin que estou usando.

— Vou precisar deles amanhã. — falo passando as alças da mochila pelo meus ombros.

João Neto apenas concorda com a cabeça, saímos do meu quarto e ao passar pela sala pego minha bolsa de mão que estava sobre o balcão, saímos do apartamento e eu tranco a porta com as a chaves.

— Tem uma coisa sua lá em casa. — fala e eu o encaro confusa. — Seu irmão ficou louco quando você levou pra casa dele e quando começou a morar comigo, foi junto. — ri.

— Não me diga que eu peguei um gato de rua? — brinco e ele sorri. — Eu realmente peguei um gato? — JN concorda. — Por que você não me contou e não me devolveu?

— Porque ele é meu também. — ergue os ombros e eu dou risada. — Ele sente sua falta.

— Ele né? — falo rindo e JN coça a nuca todo sem graça. — Você fica tão fofinho quando tá com vergonha.

— Bandido não tem nada de fofinho, Ísis. — fala sério e eu gargalho, as coisas estão sendo tão leves com ele que eu me recuso a pensar como ele era o homem egoísta e babaca que todos falam.

(...)

Morro do Alemão, Rio de Janeiro.

Desço da garupa da moto assim que João Neto a estaciona na garagem da sua casa, pela boca dos outros sei que tivemos momentos conturbados aqui mas também sei que tivemos momentos bons.

Opostos [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora