R E P E R I O F O R D U S

286 30 35
                                    

LORENZO BERKSHIRE

São 4:36 da manhã. Blaise e Onyx estão dormindo, e não há sinal de onde o Draco está. Suponho que ele esteja no dormitório da Lucille, como de costume.

Eu não consigo dormir. Algo de errado está afetando meu sono. Talvez tenha sido minha conversa com a Lucille no dia anterior. A sensação de ter que responder suas perguntas faz como que eu sinta meu estômago flutuar. Eu mudo minha posição na cama, na esperança de amenizar meu desconforto.

Não adiantou.

Há algo de errado com a Lucille. Sinto que não é apenas nossa discussão que está atormentando ela. Há algo além envolvido nisso.

Meu primeiro alerta de que há algo diferente nela foi durante o jantar. Senti um frio muito forte no meu corpo interno quando ela me tocou. Desde então, todas as vezes que ela me tocou depois do jantar, eu consegui sentir esse frio no corpo.

O que pode estar acontecendo com a Lucille? É culpa minha?

Eu estou preocupado. Ela está doente? Algo em relação aos Comensais da Morte deixou ela assim?

Minha mente criava uma nova teoria a cada instante, e eu não conseguia parar esse ciclo.

Ainda imerso em meus pensamentos, escuto um barulho na porta. Será que é ela? Faço caminho até a porta e me deparo com uma coruja, trazendo consigo uma carta de aparência familiar. A mesma deixa a carta em minhas mãos e segue seu caminho.

Destinatário: Lorenzo C. Berkshire.
Abrir imediatamente!

Claramente era uma emergência. Virei a carta para abri-la e notei que estava selada com um 'M' na cera. Se for de quem eu acredito ser, à essa hora da madrugada, coisa boa não pode ser.

Com as minhas mãos suando, abri o envelope e comecei a ler o pergaminho fresco.

____________

Queridíssimo Lorenzo Berkshire,

Peço perdão por te acordar a essa hora, mas assim como você, eu não estou conseguindo dormir. Preciso que você me encontre na mansão imediatamente. É urgente. Não temos muito tempo. Use a chave do portal e seja o mais rápido possível.

Dê um fim nessa carta e venha sozinho.

Até breve,
Narcissa Malfoy.

____________

Eu não pensei duas vezes. Coloquei uma blusa, amassei a carta e joguei-a na lareira acesa. Peguei minha varinha e procurei a chave do portal na gaveta da minha mesa. Assim que achei, levantei-a no ar e manifestei a ideia de ir até a mansão.

Em um piscar de olhos, meu universo começou a rodar e eu senti falta de ar.

Aterrissei seguramente em frente à mansão Malfoy. Coloquei a chave no meu bolso e corri até a porta da frente, que abriu sozinha quando me aproximei.

"Narcissa?!" Gritei.

Nenhum retorno.

"Olá?!" Insisti.

"Eu estou na sala de jantar." Uma voz fraca anunciou. Corri até a sala de jantar e me deparei com a Narcissa, sentada na cabeceira da mesa. Ao lado dela, era possível ver um copo e uma garrafa de bebida, provavelmente algum uísque da adega do Lúcio.

"Você tá bem? O que houve?" Perguntei, indo em sua direção. Seu olhar estava fixo na mesa.

Nenhuma resposta. Ela parecia estar drenada, sem forças para me responder.

Filthy - Draco Malfoy (BR) Onde histórias criam vida. Descubra agora