T I T Â N I O

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LORENZO BERKSHIRE

Eu pacientemente esperei até a Lucille cair no sono depois do seu ataque de ansiedade. Ela tremia e chorava aos prantos. Encorajei a Onyx ir dormir com o Blaise no nosso dormitório, uma vez que era visível que a Lucille precisava de espaço. Onyx não hesitou em aceitar o meu requisito.

"Ele m-me disse que e-e-ele precisava se s-s-eparar de mim!" Ela gritou, soluçando. Lucille quebrou coisas do quarto e as jogou no chão, enquanto chorava sem parar. Era exaustivo, mas alguém precisava ficar com ela.

Tudo caiu por terra de uma vez só para a Lucille. Me levou tempo até conseguir acalmá-la. Agora eu estou esperando ela cair em um sono profundo para ir conversar com o Draco.

Por onde eu começo com ele? Como eu inicio uma conversa sem que ele queira me acertar com um soco?

Meus pensamentos se interromperam ao ouvir um pequeno ronco da Lucille. Olhei para ela e cobri seu corpo com o cobertor, enquanto ela emitia mais sons baixinhos.

Saí do quarto e fechei a porta, me certificando que eu não faria barulho algum para acordá-la. Fiz caminho à saída da ala feminina e com destino ao Salão Comunal, esperando que o Draco estivesse lá. Minha intuição, por outro lado, me dizia que ele estava na Torre de Astronomia.

Olhei por cima da Comunal e nenhum sinal dele.

Isso significava eu deveria seguir minha intuição e verificar se ele estava na Torre. Nós dois sempre tivemos o costume de ir à Torre de Astronomia quando estamos de mau humor.

Depois de muita caminhada, cheguei à Torre.

Não havia som nenhum a não ser o da colisão entre o vento e árvores, que chacoalhava as folhas, e do do fogo nas tochas, que mantinha os corredores iluminados.

Eu subi as escadas com pressa, de dois em dois degraus.

Cheguei ao último degrau e avistei o Draco sentado na janela, olhando o ambiente externo de Hogwarts. Por conta dos meus passos barulhentos, ele se virou para mim. Seu rosto estampava tristeza e cansaço.

"Draco..." Anunciei suavemente, como se estivesse levantando a bandeira branca. "Podemos conversar?"

"Me desculpa..." Ele respondeu imediatamente. "Eu não devia ter reagido daquela forma, Lorenzo-."

"Draco," eu atravessei sua resposta, "tá tranquilo."

Ele bufou. "Não tá tranquilo e nós dois sabemos di-."

"Quando eu digo que tá tranquilo, é porque tá tranquilo. Não se estressa com isso." Assegurei, sentando ao seu lado na janela. Um momento de silêncio foi emitido entre nós. "Então... Qual a ocasião para você vir para cá?"

Draco respirou fundo, mexendo nos anéis. Examinei os anéis e notei que ele usava o anel de titânio preto que comprei para ele no terceiro ano.

"É para você, besta." Eu gargalhei enquanto Draco revirava os olhos.

Ele pega a caixinha preta da minha mão e abre. Draco tira gentilmente da caixinha o anel de titânio preto e sorri.

"Eu comprei o mesmo para mim." Eu disse animado, levantando minha mão. "Olha."

Ele olhou para minha mão e seu sorriso ficou maior. Draco colocou o anel no seu dedo indicador e examinou-o de longe.

"Você gostou?" Perguntei a ele.

"Claro que eu gostei, Lorenzo!" Ele respondeu com um sorriso imenso no rosto. "Nossa coleção de anéis começa hoje, meu amigo." Draco me puxou para um abraço.

Filthy - Draco Malfoy (BR) Onde histórias criam vida. Descubra agora